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Grande Artista e Goleador

Wolfsburgo 2 Sporting CP 0

Os últimos três jogos deixaram-me muito chateado e, como não queria ser injusto com os jogadores e o treinador, após o encontro não fui a blogs nem ao facebook fazer qualquer comentário ao mesmo.

Primeiro, tratei de reservar no site do Sporting os dois convites que me estavam destinados (o meu e o do meu pai) para colocar mais dois leões em Alvalade no domingo. Todo o apoio será pouco para ultrapassarmos por completo esta fase negativa.

Depois, fui dar banho ao miúdo e deitá-lo (tarefa que leva sempre mais de uma hora). Deu para não pensar no jogo e refrear os ânimos.

Vi o episódio que tinha ficado por assistir do Walking Dead, tudo isto para não dizer ou escrever nada 'a quente'.

Depois voltei a pensar no jogo. Continuava frustrado. Normalmente vejo os jogos num qualquer streaming pois não tenho Sporttv mas hoje o jogo foi transmitido na SIC. Sentei-me novamente no sofá e fiz algo que normalmente não faço...puxei a box atrás e fui rever o jogo, desta vez sem a emoção que por vezes nos tira a frieza para analisar o que realmente se passou.

Começo pelo fim. Pelas palavras de Marco Silva após o jogo. Segundo o treinador leonino, na primeira parte cumprimos escrupulosamente o plano de jogo e na segunda foram os erros e a passividade que nos tramaram...isso e a ineficácia, pois tivemos duas boas oportunidades para marcar. Juntando a isto um penalti claro por assinalar, temos um resultado negativo e difícil de inverter na segunda mão.

A análise de Marco Silva não está, de todo, incorrecta e nem o plano de jogo pode ser totalmente censurado. O Sporting jogava frente a uma boa equipa, em sua casa e nada se decidia num só jogo. Fazendo fé nas palavras do 'mister' e atentando à sua satisfação com a primeira parte, depreendo que o nosso plano de jogo passava por ser equilibrados defensivamente, controlando a bola e o adversário à distância, impedindo que este se aproximasse da nossa área da forma que mais gostam (em transições rápidas) e tentando explorar um ou outro erro para fazer um golo. Volto a frisar que o plano não me parece demasiado desajustado mas não seria o meu.

De facto, são dois lances de passividade generalizada, com um erro individual à mistura que estão na origem dos golos dos alemães. Jefferson nunca pode estar no local onde se encontra no primeiro golo, não só porque se encontra desfasado da restante linha defensiva, colocando Dost em jogo, como se encontra totalmente desenquadrado do lance, tapando a ala em vez do centro do terreno. 
No segundo golo, é incrível como um livre a meio do meio campo defensivo do Wolfsburgo dá golo em quatro toques. Estava tudo a dormir e ninguém estorvou a acção dos alemães.
No entanto, temos de admitir que tendo em conta factores como a inexperiência, a juventude e o momento de menor inspiração da equipa um erro destes por jogo pode bem acontecer e ser aproveitado pelo adversário (foi aliás o que já se tinha passado em Belém e em Alvalade, frente ao Benfica).

Juntando a esta equação o tal penalti (que não sabemos se, assinalado, seria convertido) e os dois lances claros de golo falhados bate tudo certo com o que disse o nosso treinador.

Mas há que colocar nesta equação outros factores importantes na abordagem ao encontro que não foram tidos em conta.
A equipa não enfrenta um bom momento, sobretudo ofensivo. Aliás, mesmo nos melhores momentos da temporada nunca fomos uma equipa com um bom índice de aproveitamento das situações de perigo criadas. Diria até que, normalmente, só concretizamos uma a cada cinco oportunidades claras de golo criadas.
O nosso processo ofensivo esteve ontem reduzido a João Mário, Montero e Carrillo e, convenhamos, era improvável que fizéssemos golos com tão pouca participação em lances ofensivos. Só em dois lances tivemos outros jogadores envolvidos de forma decisiva no ataque e, curiosamente foram os dois únicos lances de perigo do jogo. No primeiro, Nani isola Carrillo que, em frente a Benaglio, atira ao lado. No segundo, Mané (que tinha entrado para o lugar de Carrillo) descobre Cédric que colocou com conta, peso e medida a bola na cabeça de João Mário que, escandalosamente, atirou ao lado. Benaglio não fez uma única defesa para amostra, ao contrário de Patrício, que voltou a mostrar a fibra de que é feito.

Só dois jogadores se exibiram a bom nível: Patrício e João Mário.

Foram também dois os que merecem nota negativa: Nani e Jefferson.

Todos os outros estiveram em plano aceitável.

Marco Silva não se pode dizer que tenha estado mal no escalonamento da equipa (embora eu tivesse optado por um 'onze' e uma estratégia diferentes, como já tinha referido antes do encontro) mas voltou a estar mal na leitura do encontro e, consequentemente nas substituições.
Se até ao segundo golo não tenho grandes reparos a fazer (embora Nani fosse uma nulidade e Adrien se limitasse a fazer de muleta a Rosell) o mesmo não se pode dizer no momento em que Dost ampliou o resultado para 2-0. 
Marco Silva demorou sete minutos a mexer na equipa quando deveria, assim que a bola entrou na baliza de Rui Patrício ter chamado Mané. Mané que, na minha opinião deveria ter substituído Adrien ou Nani ao contrário de Carrillo.
Lançar Tanaka e André Martins a dez minutos do final e em troca com Montero e Rosell tem inconsequência e previsibilidade em doses semelhantes. Não arriscou nada e limitou-se a esperar por um golpe de sorte.

A ausência de Ryan Gauld do banco de suplentes é, para mim, incompreensível. Ou se assume que o escocês é jogador da equipa B e que é lá que vai terminar a temporada, não queimando etapas ou não se leva o jogador passear à Alemanha, desfalcando a equipa B (que mesmo sem ele venceu, ao contrário da equipa principal que nem venceu nem utilizou o jogador).

Domingo tem de ser um momento de viragem e como o post já vai longo e muitos deixaram de ler a meio, falo disso depois.

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