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Grande Artista e Goleador

O Sporting-Tavira no Tour?

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Foram apenas uns segundos...segundos que me trouxeram a nostalgia de tempos que não tive a oportunidade de vivenciar.

Parecia um sonho. Durante uns segundos a camisola do Sporting-Tavira passou em directo na emissão do Tour de França, a maior prova velocipédica de estrada do Mundo.

Por momentos, a nossa camisola foi vista em todo o Mundo, graças a Fábio Aru, mas sobretudo a Rinaldo Nocentini, que havia subido ao pódio umas semanas antes, nos campeonatos nacionais italianos, onde foi terceiro na prova que consagrou Aru como campeão transalpino.

Aru acabaria por ganhar a etapa, onde não voltei a ver a verde-e-branca, com muita pena minha.

Talvez um dia voltemos, não por intermédio de terceiros. Deixem-me sonhar...

 

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Foi há 31 anos

Faz todo o sentido recuperar este momento da história do Sporting!

Neste ano, como já aqui vos dei a conhecer, o hóquei foi a equipa do ano e o percurso Taça CERS o momento da época.

De forma clara, os prémios Honoris Sporting vieram confirmar que este foi o sentimento generalizado entre os Sportinguistas.

Por isso, hoje é dia de efeméride.

7 de Julho de 1984, menos de um ano antes do meu nascimento.

O Pavilhão de Alvalade rebentava pelas costuras para receber o Novara na 2ª mão da final da Taça CERS.

Após a conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1977 e da Taça das Taças em 1981, faltava ao Hóquei em Patins do Sporting Clube de Portugal a Taça CERS, para completar o seu brilhante palmarés europeu.

Treinados pelo mítico António Livramento, este era o plantel leonino que se preparava para fazer história: Ramalhete (gr), José Rosado, Carlos Realista, Pedro Trindade, Luís Nunes, Campelo, Sérgio Nunes, Camané, Fernando Gonzada, Carlos Serra (gr) e Parreira (gr).

O percurso até à final

O sorteio não foi nada amigo para o Sporting e para a primeira eliminatória coube-lhe em sorte a forte equipa espanhola do Noia. Era importante começar bem a campanha, e aproveitando o facto da primeira mão ser em casa o Sporting ganhou logo um bom avanço na eliminatória ao vencer por 5–0. O Noia bem tentou reagir na segunda mão em sua casa, mas voltou a perder, desta vez por 4–1.

Nos 1/4 Final o Sporting jogou com a frágil equipa francesa do Gujan, como a motivação não era grande face a um adversário tão fraco, o Sporting procurou motivar-se batendo recordes de goleadas, o que fez logo em Alvalade na primeira mão por 33–1, resultado que permaneceria durante onze anos como recorde nas competições europeias de Hóquei em Patins. Na segunda mão o Gujan voltou a ser cilindrado, desta vez em casa por 23–4.

A passagem para as meias-finais tinha sido de facto calma e tranquila, mas agora as coisas iriam mudar, pois pela frente o Sporting tinha a poderosa equipa do Voltregá velha conhecida dos Leões.

O equilíbrio esperado foi logo evidente na primeira mão com o resultado em Alvalade a ser favorável ao Sporting por 10–9, resultado que traduzia uma deslocação bem complicada ao infernal ambiente da localidade catalã.

Contudo, no segundo encontro, o Sporting actuou com uma enorme eficácia, gelando literalmente o ambiente e vencendo por uns claros 6–3. Estava assim aberto o caminho para a Final onde pela frente o Sporting teria a complicada equipa italiana do Novara.

A final

Numa Final disputada a duas mãos, coube ao Sporting ir jogar primeiro a Itália, e numa partida que teve muito de râguebi e pouco de hóquei e onde o Sporting até começou por marcar primeiro. O Novara fruto de um jogo extremamente violento com apoio verdadeiramente infernal do seu público, ganhou por 4–1.

As grandes decisões estavam então marcadas para o Pavilhão de Alvalade no dia 7 de Julho de 1984.

Fruto de um hóquei espectacular e envolvente o Sporting chegou ao intervalo a vencer por 4–0, tendo vulgarizado uma equipa que dispunha de quatro internacionais italianos e um internacional argentino.

Depois do intervalo, o Novara tentou reagir e marcou logo no inicio da segunda parte, empatando assim a Final em 5–5, mas os dois golos de Sérgio Nunes que se seguiram fizeram sentir a todos que a Taça era mesmo para ficar em Alvalade, tendo o resultado final acabado por ser de 11–3 (12–7 no total).

Com este feito o Sporting tornava-se no primeiro Clube da Europa a vencer as três taças europeias de Hóquei em Patins (Taça dos Campeões, Taça das Taças e Taça CERS).

Curiosidades

Este dia foi o culminar de uma semana extraordinária para o Sporting Clube de Portugal, depois de Fernando Mamede ter batido o recorde mundial dos 10000 metros (2 de Julho) e de Paulo Ferreira ter vencido uma etapa na Volta a França (3 de Julho), num ano extremamente difícil que levou a equipa do Sporting ao Tour sem o seu líder, Joaquim Agostinho, após a trágica morte na Volta ao Algarve.

Agostinho, a força bruta que nos enche de orgulho

"Quando se começa aos 25 anos no ciclismo não se pode esperar grandes surpresas do ponto de vista técnico. Começa porque se acha que se pode dar algo de diferente e começa-se porque há vontade. Vontade e força. Assim era Agostinho. O seu mecânico de sempre, Francisco Araújo, chamava-lhe 'matacão' em cima da bicicleta. "Ao início, tinha grandes dificuldades pelas quedas que dava e pelo perigo que representava para os outros ciclistas", explica o ex-companheiro de equipa Marco Chagas. Agostinho não era esteticamente ou tecnicamente evoluído e por isso agarrou-se à força - ainda que, ao contrário do que muitos contam, não tenham sido as sacas de cimento a fazerem a diferença. "Muitas coisas se conta sobre Joaquim Agostinho que não são verdade. Por exemplo, diziam que ele treinava com sacas de cimento em cima da bicicleta. Isso não e verdade. Ele nunca fez isso", salienta Leonel Miranda, antigo ciclista e companheiro de Agostinho, também ele nascido na zona oeste de Lisboa. Desmistificou-se uma das muitas ideias do mito que, no seu jeito desajeitado, conseguiu arrebatar três Voltas a Portugal, um segundo lugar na Volta a Espanha e 13 participações na Volta a França. Chama-se força, de vontade e de pernas, suficiente para ter um busto em sua honra no Alpez d'Huez, uma das subidas mais conceituadas da Volta a França."

O texto foi publicado na edição desta semana do Jornal Sporting e dá o mote para o assunto de hoje: o início do Tour, a prova velocipédica mais mediática do panorama internacional.

Rui Costa, Nélson Oliveira, José Mendes e Tiago Machado serão os representantes nacionais na edição deste ano, que tem início hoje e termino no dia 26 de Julho.

Ano este, em que as expectativas sobre Rui Costa são maiores do que nunca. Depois do terceiro lugar no Critérium du Dauphiné, onde foi 3º e venceu uma etapa de alta montanha de forma extraordinária sobre Vincenzo Nibali, o vencedor do Tour 2014, tudo indica que teremos o português em boa forma.

O espectáculo estará, à partida, garantido. Quando, para além do português, temos Nibali, Contador, Quintana, Froome, van Garderen, Valverde, entre outros animadores de etapas, nada mais se pode esperar do que ciclismo do mais alto nível.

Rui Costa tem um potencial incrível, tem evoluído bastante e apesar do feito inédito e histórico que foi a conquista do Campeonato do Mundo em 2013 e de três vitórias no Tour, não tem ainda resultados nas grandes voltas que o aproximem daquilo que foi Joaquim Agostinho.

Começo por dizer que isto nada tem de depreciativo para o Rui e que não é uma tentativa de eternizar Agostinho como o maior de sempre apenas pela ligação clubística ao Sporting Clube de Portugal.

Desejo profundamente que o Rui Costa possa atingir o patamar de Agostinho e, quem sabe, superá-lo mas, neste momento, não está nem perto do 'matacão'.

Agostinho participou em 13 Voltas a França, foi por duas vezes 3º e apenas por quatro vezes não terminou nos 10 primeiros, tendo vencido, no total, quatro etapas.
Na Volta a Espanha participou 4 vezes, tendo terminado nos 10 primeiros em três delas. Venceu 3 etapas e foi 2º da geral numa das participações.

Rui Costa é o 4º do ranking UCI e um dos melhores do pelotão Mundial mas, para além da medalha de Ouro no Campeonato do Mundo de 2013 e das quatro vitórias em etapas do Tour, nada provou ainda numa das três grandes voltas, onde nunca integrou um lugar nos 10 primeiros. As 3 vitórias consecutivas na Volta à Suíça são um feito importante mas sem o relevo de um grande resultado numa prova do chamado Grand Tour.

Aos quatro portugueses, e em especial ao Rui Costa (pela sua relevância e ambição na prova) desejo um excelente Tour de France e espero que todos dignifiquem o nome de Portugal atingindo os seus objectivos colectivos e pessoais.


Já agora, se gostaram do post, dêem uma vista de olhos neste, publicado no ano passado, e que recorda as participações dos portugueses no Tour, com especial destaque para Agostinho e para o Sporting.

Le Tour 2014 - Etapa 21

Com habitualmente, a chegada a Paris é para os sprinters e sobretudo de consagração dos vencedores, em especial o camisola amarela.

Se a etapa era para sprinters, o vencedor não poderia ser outro...o germânico Marcel Kittel voltou a mostrar que tem o sprint mais poderoso do pelotão internacional (e não me esqueci de Cavendish).

 

Em 2014 foi o italiano Vincenzo Nibali o grande vencedor do Tour. Peter Sagan, mesmo sem a tão desejada vitória numa etapa, amealhou os pontos mais que suficientes para envergar pelo terceiro ano consecutivo a camisola verde. O rei da montanha foi, surpreendentemente, o polaco Rafal Majka (supreende apenas porque não era previsível que vencesse, pois quem viu o que o polaco fez não tem dúvidas que merece a camisola das bolinhas vermelhas). Thibaut Pinot foi o vencedor entre os mais jovens (representado pela camisola branca), juntando ainda a subida ao pódio pelo terceiro lugar na classificação geral. A AG2R La Mondiale foi a equipa que no total gastou menos tempo, vencendo assim a classificação geral por equipas. Alessandro de Marchi foi o mais combativo do Tour e mereceu o dorsal com fundo vermelho que o representa.

A minha nota especial vai para Jean-Christophe Péraud que aos 37 anos consegue algo que nunca imaginou que lhe estivesse guardado depois de tantos anos em cima de uma bicicleta: foi 2º na classificação geral e mostrou uma atitude competitiva espetacular.
Em jeito de balanço, foi um bom Tour, mas podia ter sido melhor. Não tivessem acontecido as quedas de Froome e Contador e não tivesse o nosso Rui Costa abandonado a prova devido a uma bronco-pneumonia e estavamos a falar de um Tour completamente diferente. 

Isto em nada belisca o mérito da vitória de Nibali mas não teria, no mínimo, ganho tão facilmente.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITANIBALI V. 41 ASTANA 89h 59' 06''  
2. FRAPÉRAUD J.C. 81 AG2R 90h 06' 43'' + 07' 37''
3. FRAPINOT T. 127 FDJ.FR 90h 07' 21'' + 08' 15''
4. ESPVALVERDE A. 11 MOVISTAR 90h 08' 46'' + 09' 40''
5. USAVAN GARDEREN 141 BMC 90h 10' 30'' + 11' 24''
6. FRABARDET R. 82 AG2R 90h 10' 32'' + 11' 26''
7. CZEKONIG L. 201 NETAPP-ENDURA 90h 13' 38'' + 14' 32''
8. ESPZUBELDIA H. 169 TREK 90h 17' 03'' + 17' 57''
9. NEDTEN DAM L. 67 BELKIN 90h 17' 17'' + 18' 11''
10. NEDMOLLEMA B. 61 BELKIN 90h 20' 21'' + 21' 15''
72 PORMACHADO Tiago 206 NETAPP-ENDURA
93h 07' 09'' + 03h 08' 03''
87 POROLIVEIRA Nelson 116 LAMPRE - MERIDA
93h 29' 42'' + 03h 30' 36''
89 PORPAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO
93h 35' 39'' + 03h 36' 33''
124 PORMENDES José 207 NETAPP-ENDURA
94h 06' 40'' + 04h 07' 34''

Nota para as boas prestações dos portugueses. Sérgio Paulinho viu o seu trabalho deixar de fazer sentido com o abandono do seu líder, Alberto Contador. Os estreantes Tiago Machado, Nélson Oliveira e José Mendes fizeram aquilo que nem todos conseguem: terminar uma prova de três semanas algo que, a acontecer sistematicamente, só está ao alcance dos melhores. O Tiago merece um destaque especial pelo seu espírito de sacrifício depois de, na fatídica etapa em que caíu e chegou a ser considerado fora do Tour, conseguir terminar a etapa e continuar na prova com todas as dificuldades diárias de recuperar das mazelas. Heróico!

Pena que o Rui Costa não tenha podido continuar em prova, pois era dele que se esperavam os maiores feitos lusos. 

Para o ano, hà mais!

 

 

 

 

 

Le Tour 2014 - Etapa 20

Dia de contra-relógio individual, decisivo para definir posições no 'top 10'. Com o primeiro lugar na geral 'entregue' a Vincenzo Nibali, faltava definir as restantes posições, com especial interesse em saber se os dois franceses (Pinot e Péraud) manteriam os lugares no pódio.

Começo por frisar a excelente participação dos portugueses neste contra-relógio em que o campeão do Mundo da especialidade, Tony Martin, mostrou a sua força e não deu a mínima hipótese à concorrência, terminando a etapa em 01h 06' 21''.

Voltando aos portugueses, o melhor foi o campeão nacional, Nélson Oliveira, que terminou em 17º, a 3.30 minutos do alemão. José Mendes mostrou que tem qualidade, terminando em 27º, a 4.23 minutos de Martin. Tiago Machado e Sérgio Paulinho fecharam o 'top 50' da etapa. Machado gastou mais 5.50 minutos e Paulinho fez mais 9 segundos que o seu antecessor.

Quanto à luta pela geral, destaque para Jean-Christophe Péraud, que mesmo com um furo no decorrer do contra-relógio conseguiu 'roubar' o 2º lugar a Thibaut Pinot, que assim desce a terceiro.

Havia alguma espectativa para ver o que podia fazer Valverde para recuperar um lugar no pódio mas o espanhol desiludiu, fazendo apenas o 28º tempo, mantendo-se n 4ª posição na geral.

Romain Bardet, devido a um furo, acabou por perder o 5º lugar na geral (desceu a 6º) para Teejay van Garderen, que fez um excelente contra-relógio.

Konig e Zubeldia (9º e 10º à partida) subiram a 7º e 8º respectivamente, beneficiando em parte das más prestações de hoje dos holandeses da Belkin, Mollema e Ten Dam (7º e 8º à partida), que acabaram a fechar o 'top 10', sendo agora 10º e 9º respectivamente.

 

Le Tour 2014 - Etapa 19

Não tive oportunidade de ver a etapa de hoje e, como tal, recorri ao rewind da box da vodafone para ver os últimos 15 quilómetros.

Excelente a estratégia da Garmin que acabou por dar certo e resultar com mérito e alguma sorte. Tom-Jelte Slagter era o homem que seguia sozinho na frente, acabando por ser o primeiro a passar no 'côte de Monbazillac', a contagem de montanha situada a pouco mais de 10 quilómetros da meta. No entanto o pelotão preparava-se para apanhar Slagter, quando o seu colega de equipa, o lituano  Ramunas Navardauskas saltou em seu auxílio. Slagter abdicou da frente da corrida e Navardauskas lançou-se, tendo ainda pela frente um contra-relógio de 13 quilómetros.

Chovia e a estrada molhada e o percurso bastante técnico beneficiaram o lituano, que com estas condições tinha a facilidade de escolher bem a rota a seguir, ao contrário do pelotão, que tinha de ser mais cauteloso nas viragens, para evitar possíveis quedas.

À entrada para os últimos 3 quilómetros, o lituano mantinha uma vantagem de cerca de 20 segundos para o pelotão (entretanto mais reduzido devido aos efeitos da contagem de montanha). Tendo em conta os andamentos podia ser uma vantagem suficiente para vencer, mas nada estava garantido. No entanto aquilo que ninguém queria, aconteceu...uma queda na frente do pelotão (na qual esteve envolvido Sagan, um dos candidatos à vitória na etapa) viabilizou a fuga e deitou por terra uma chegada ao sprint.

Navardauskas, um sprinter, acabou por ser bem sucedido na fuga e nem precisou de sprintar para vencer a primeira etapa de sempre de um lituano no Tour.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITANIBALI 41 ASTANA 85h 29' 33''  
2. FRAPINOT 127 FDJ.FR 85h 36' 43'' + 07' 10''
3. FRAPÉRAUD 81 AG2R 85h 36' 56'' + 07' 23''
4. ESPVALVERDE 11 MOVISTAR 85h 36' 58'' + 07' 25''
5. FRABARDET 82 AG2R 85h 39' 00'' + 09' 27''
72 PORMACHADO Tiago 206 NETAPP-ENDURA
88h 33' 21'' + 03h 03' 48''
87 POROLIVEIRA Nelson 116 LAMPRE
88h 58' 52'' + 03h 29' 19''
91 PORPAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO
89h 02' 05'' + 03h 32' 32''
124 PORMENDES José 207 NETAPP-ENDURA
89h 34' 09''  + 04h 04' 36''

Le Tour 2014 - Etapa 18

Não houve espetáculo nem ataques no Tourmalet pois estava toda a gente a guardar-se para o Hautacam.

No início da subida para o Hautacam seguiam na frente Nieve e Kadri. O espanhol atacou, na esperança de vencer a etapa e seguiu sozinho num contra-relógio de montanha que se adivinhava longo e difícil. O pelotão já era reduzidíssimo e era Michele Scarponi que marcava um ritmo forte, com vista a lançar o ataque de Nibali à vitória na etapa. Rafal Majka, o líder da montanha, seguia entre Nieve e o grupo de Nibali, em busca de pontuar o suficiente para segurar a camisola das bolas vermelhas.

O ataque de Nibali deu-se bem cedo, a 10 quilómetros do final da etapa. O italiano parecia que ia de mota e, um a um, os adversários que se encontravam à frente iam caindo para a sua rectaguarda. Estava lançado o 'one man show' do 'tubarão' que rasgava oceano, banalizando a concorrência (que bom teria sido ter todos os candidatos nesta última semana do Tour).

Lá atrás Thibaut Pinot atacou, levando consigo Teejay van Garderen e Jean-Christophe Péraud e deixando Valverde em dificuldades na luta pelo pódio final. Majka, entretanto alcançado por este trio, seguiu-lhes a roda em busca dos pontos que tanto necessitava para a geral da montanha. Ninguém ajudava Valverde e o espanhol, guerreiro, assumiu as despesas da perseguição.

No final, Nibali venceu com uma facilidade medonha. Pinot foi 2º, a 1.10 minutos, seguido de Majka, com mais 2 segundos que o francês e o alívio de saber que continuava líder da montanha, apesar da ameaça do tubarão italiano. Péraud chegou com van Garderen a 1.15 minutos e Valverde não conseguiu segurar um lugar no top-3, perdendo 1.59 minutos para o vencedor da etapa, ficando agora a 2 segundos de Péraud e a 15 de Pinot. Tudo se decidirá no contra-relógio, exceto o vencedor do Tour, há muito encontrado, o enorme Vincenzo Nibali.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITANIBALI 41 ASTANA 80h 45' 45''  
2. FRAPINOT 127 FDJ.FR 80h 52' 55'' + 07' 10''
3. FRAPÉRAUD 81 AG2R 80h 53' 08'' + 07' 23''
4. ESPVALVERDE 11 MOVISTAR 80h 53' 10'' + 07' 25''
5. FRABARDET 82 AG2R 80h 55' 12'' + 09' 27''
70 PORMACHADO Tiago 206 NETAPP-ENDURA
83h 43' 42'' + 02h 57' 57''
87 POROLIVEIRA Nelson 116 LAMPRE - MERIDA
84h 07' 14'' + 03h 21' 29''
91 PORPAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO
84h 13' 12'' + 03h 27' 27''
122 PORMENDES José 207 NETAPP-ENDURA
84h 44' 30'' + 03h 58' 45''

Le Tour 2014 - Etapa 17

Que etapa fantástica de alta montanha, nos pirinéus. Fazer um filme da mesma torna-se difícil e, como tal, limito-me a apontar dois nomes: Rafal Majka e Jean-Christophe Péraud que foram para mim os vencedores do dia. 
Rafal Majka foi a estrela maior na chegada a Saint-Lary Pla d'Adet e fez história para o ciclismo polaco com a segunda vitória nesta semana do Tour e a consolidação da liderança da camisola da montanha. Apenas por uma vez, e já já 21 anos atrás, um polaco tinha vencido uma etapa no Tour e curiosamente tinha acontecido numa chegada a esta mesma localidade onde hoje terminava a 17ª etapa. Juntando ao 'bis' de vitórias em etapas, agarra-se com unhas e dentes à camisola das bolinhas, que nunca nenhum polaco levou para casa no final da volta a França.

O jovem polaco não integrou a fuga do dia, mas alcançou os fugitivos na última subida do dia, num momento em que o italiano Giovanni Visconti liderava isolado a etapa. Majka deixou para trás os ex-fugitivos (já bastante desgastdos) e mais importante ainda, libertou-se de Joaquín Rodriguez (o seu principal adversário na classificação que elege o 'rei da montanha'), partindo em busca de Visconti. O italiano ainda aguentou o ritmo do polaco por um par de quilómetros mas, no final da subida, 50 pontos para a classificação da montanha esperavam Majka e este não facilitou, vencendo Visconti com uma vantagem de 29 segundos.

Um pouco mais atrás, dois ataques consecutivos de Vincenzo Nibali deixaram a concorrência para trás, sendo Jean-Christophe Péraud o único a seguir a roda do italiano (ambos chegaram à meta 46 segundos depois do vencedor).

Alejandro Valverde perdeu 51 segundos para Péraud, mas ganhou 5 a Pinot e Bardet num último esforço nos últimos metros da subida. Os franceses querem o segundo lugar do espanhol, mas o espanhol mostra que com 34 anos ainda está para as curvas (que serão muitas na estapa de amanhã, novamente nas montanhas dos pirinéus e com passagem pelo mítico Tourmalet).

Hoje sentiu-se que os portugueses quiseram aparecer. Sérgio Paulinho e Tiago Machado ainda integraram a fuga, mas não se conseguiram manter por lá até à fase decisiva da etapa e Nélson Oliveira fez uma etapa fantástica, estando com o mini-pelotão, onde seguia o camisola amarela até à entrada da subida decisiva, mostrando que não é apenas um rolador e contra-rologista. Machado e Oliveira chegaram a 14.17 minutos do vencedor e Paulinho a 16.49 minutos. José Mendes fez uma etapa tranquila e passou despercebido, chegando a 25.59 minutos de Majka.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITANIBALI 41 ASTANA 76h 41' 28''  
2. ESPVALVERDE 11 MOVISTAR 76h 46' 54'' + 05' 26''
3. FRAPINOT 127 FDJ.FR 76h 47' 28'' + 06' 00''
4. FRAPÉRAUD 81 AG2R 76h 47' 36'' + 06' 08''
5. FRABARDET 82 AG2R 76h 49' 02'' + 07' 34''
75 PORMACHADO Tiago 206 NETAPP-ENDURA 79h 17' 40'' + 02h 36' 12''
89 PORPAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO 79h 40' 14'' + 02h 58' 46''
90 POROLIVEIRA Nelson 116 LAMPRE - MERIDA 79h 41' 12'' + 02h 59' 44''
129 PORMENDES José 207 NETAPP-ENDURA 80h 18' 28'' + 03h 37' 00''

Le Tour 2014 - Etapa 16

Que pena o Rui Costa ter sido obrigado a desistir, porque a etapa era mesmo ao estilo dele.

Confesso que já não acompanhei com o mesmo entusiasmo, embora tenha sido uma etapa fantástica. Teve uma fuga que deu certo e onde os cerca de 20 ciclistas se foram eliminando até à meta. No pelotão aconteceu exatamente o mesmo que na frente da corrida, mas a luta era pela classificação geral.

O vencedor da etapa foi o australiano Michael Rogers que deixou os colegas de fuga ainda na subida final e atacou a descida e os últimos quilómetros em plano como se de um contra-relógio se tratasse, Foi bem sucedido e depois de duas vitórias no Giro deste ano, estreou-se a ganhar no Tour. Voeckler e Kiryienka chegaram 9 segundos depois e trouxeram com eles Serpa e Gautier.

Na luta pela geral, Thibaut Pinot mostrou-se e abriu guerra aos restantes franceses e ameaça o 2º lugar do espanhol Valverde. Já Nibali, continua de cadeirão a ver o que se passa e à espera de saber quem subirá com ele ao pódio.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITANIBALI 41 ASTANA 73h 05' 19''  
2. ESPVALVERDE 11 MOVISTAR 73h 09' 56'' + 04' 37''
3. FRAPINOT 127 FDJ.FR 73h 10' 25'' + 05' 06''
4. FRAPÉRAUD 81 AG2R 73h 11' 27'' + 06' 08''
5. FRABARDET 82 AG2R 73h 11' 59'' + 06' 40''
76 PORMACHADO Tiago 206 NETAPP-ENDURA 75h 28' 00'' + 02h 22' 41''
95 PORPAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO 75h 48' 02'' + 02h 42' 43''
103 POROLIVEIRA Nelson
116 LAMPRE - MERIDA 75h 51' 32'' + 02h 46' 13''
130 PORPIMENTA José 207 NETAPP-ENDURA 76h 17' 06'' + 03h 11' 47''

Rui Costa abandona o Tour

"Bom dia amigos. Trago más notícias: tenho broncopneumonia! 
A bronquite que tinha nunca chegou a passar e agora avançou para uma broncopneumonia. Já há uma semana que ando doente e o médico da equipa diz que é melhor que me retire do Tour. Por respeito a vocês que me apoiam e à organização da Volta à França queria muito partir hoje, mas o médico diz que não. Ontem no dia de descanso, após o treino, senti-me muito mal, com dores musculares e febre. Fui levado ao hospital fazer um raio-x e o resultado foi este. Ainda esperamos para ver como despertava hoje para tomar uma decisão definitiva, mas sinto-me pior, como se tivesse sido atropelado por um camião. Felizmente detectamos a tempo de evitar lesões graves. Queria continuar mas o doutor fez-me entender e concordar que além de por em risco a minha saúde, posso por em risco a minha própria carreira, por isso tomamos esta decisão: vou abandonar o Tour. 
Peço desculpa a todos vocês amigos, à minha equipa e à organização da Volta à França, mas a minha saúde não me permite continuar. 
Boa Sorte aos meus colegas para o que falta e a todos os portugueses. Estarei em casa a torcer por vocês. 
Aquele abraço,

Rui Costa"

Aqui está a prova:

Foi assim que o Rui hoje nos informou da inevitabilidade da sua deseitência do Tour. Há uma semana que o Rui tem bronquite. Esta situação evoluiu para o estado atual porque o Rui é um verdadeiro campeão e com muito esforço e sacrifício, por ele, pela sua equipa e por todos nós tentou ao máximo continuar em prova, onde mantinha os seus objetivos intactos apesar das suas limitações.

Na parte que me toca, tenho apenas que te agradecer, Rui. Primeiro pela pessoa que és (não te conheço, mas as pessoas medem-se pelos actos e os teus são de uma enorme pessoa) e depois pelo grande atleta que demonstras ser todos os dias em prova. Para ti, Rui, o céu é o limite!

Espero que recuperes depressa e não te preocupes...nós entendemos e não te cobramos nada! Foste o campeão que nos habituaste a ver sempre! Sei que querias levar a camisola de campeão do Mundo aos Champs-Élysées, mas terás mais oportunidades. Podes sempre voltara a ser campeão do Mundo e para o ano há mais Tour!

As melhoras Rui Costa e um abraço! O Tour deste ano já não será o mesmo, mas temos mais 4 portugueses em prova e é para eles que vai tmbém o nosso apoio.

Foto fantástica que ilustra o esforço que o Rui tem feito nestes dias! És grande! 

Le Tour 2014 - Etapa 15

Foi uma etapa em que era prevista uma chegada ao sprint. Assim foi, mas não devia ter sido: tudo porque Martin Elminger e Jack Bauer estiveram muito perto de ver a fuga dar certo, mas foram apanhados por um pelotão desorganizado a apenas 15 metros da linha de meta. Bauer, que dos dois ciclistas em fuga foi o único que lutou até ao fim pela vitória da etapa (acabou por ser 10º) não conteve as lágrimas no final da mesma.

O vencedor acabou por ser, pela segunda vez neste Tour, o norueguês Alexander Kristoff, seguido de Haussler e Sagan (que mais uma vez não venceu e segue em busca da primeira vitória neste Tour).

Não hove sobressaltos para os portugueses, em especial para o Rui Costa e amanhã é dia de descanso para depois atacar os Pirinéus. Espero que o Rui se sinta bem e com forças para desferir um daqueles seus ataques mortíferos, como vimos no ano passado.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITANIBALI 41 ASTANA 66h 49' 37''  
2. ESPVALVERDE 11 MOVISTAR 66h 54' 14'' + 04' 37''
3. FRABARDET 82 AG2R 66h 54' 27'' + 04' 50''
4. FRAPINOT 127 FDJ.FR 66h 54' 43'' + 05' 06''
5. USAVAN GARDEREN 141 BMC 66h 55' 26'' + 05' 49''
6. FRAPÉRAUD 81 AG2R 66h 55' 45'' + 06' 08''
7. NEDMOLLEMA 61 BELKIN 66h 58' 10'' + 08' 33''
8. CZEKONIG 201 NETAPP-ENDURA 66h 59' 09'' + 09' 32''
9. NEDTEN DAM 67 BELKIN 66h 59' 38'' + 10' 01''
10. FRAROLLAND 151 EUROPCAR 67h 00' 25'' + 10' 48''
13. PORCOSTA Rui Alberto 111 LAMPRE 67h 02' 34''

+ 12' 57''

75. PORMACHADO Tiago
206 NETAPP-ENDURA 69h 00' 06'' + 02h 10' 29''
98. PORPAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO 69h 20' 08'' + 02h 30' 31''
108 POROLIVEIRA Nelson 116 LAMPRE 69h 23' 38'' + 02h 34' 01''
133 PORPIMENTA José 207 NETAPP-ENDURA 69h 49' 12'' + 02h 59' 35''

Le Tour 2014 - Etapa 14

Confesso que vi o final de etapa de hoje um pouco desiludido por ver que o Rui Costa tinha ficado para trás logo no início da última contagem de montanha e a falta de notícias quanto ao seu posicionamento durante a subida deixou-me um pouco frustrado e apreensivo, pois era impossível saber quanto tempo estava a perder.

Majka foi o vencedor da etapa e conseguiu aquilo que ontem lhe tinha fugido por pouco: a primeira vitória como profissional, logo na maior corrida do Mundo e numa das etapas mais duras. Por pouco, Nibali (que ontem lhe tinha tirado a possibilidade de vencer a etapa) não o alcançou e chegou em 2º, a 24 segundos, seguido de Pérraud, 2 segundos atrás do italiano.

Confesso que esperava uma etapa mais animada e embora tenhamos tido vários ataques nos últimos quilómetros, não me senti muito entusiamado com o espetáculo, pois faltava lá o ingrediente chave que lhe dava todo o interesse: Rui Costa.

No entanto, o português, que fez toda a extensa subida (12km) sozinho, foi um verdadeiro guerreiro e perdeu 'apenas' 4.46 minutos, quando eu já temia que lhe tivesse acontecido algo semelhente ao que aconteceu ontem a Richie Porte. O Rui aguentou firme e apesar de ter saltado fora do 'top 10', mantém o objectivo intacto, a uma distância de pouco mais de dois minutos. 

Amanhã a etapa será mais tranquila, embora longa mas espero que o Rui recupere, pois logo a seguir vem mais montanha, nos Pirinéus, onde tudo se dicidirá do 2º posto para baixo, pois o 1º está entregue (e bem) ao 'tubarão', Vincenzo Nibali.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITA  NIBALI 41 ASTANA 61h 52' 54''  
2. ESP VALVERDE 11 MOVISTAR 61h 57' 31'' + 04' 37''
3. FRA BARDET 82 AG2R 61h 57' 44'' + 04' 50''
4. FRA PINOT 127 FDJ.FR 61h 58' 00'' + 05' 06''
5. USA VAN GARDEREN 141 BMC 61h 58' 43'' + 05' 49''
6. FRA PÉRAUD 81 AG2R 61h 59' 02'' + 06' 08''
7. NED MOLLEMA 61 BELKIN 62h 01' 27'' + 08' 33''
8. CZE KONIG 201 NETAPP-ENDURA 62h 02' 26'' + 09' 32''
9. NEDTEN DAM 67 BELKIN 62h 02' 55'' + 10' 01''
10. FRA ROLLAND 151 EUROPCAR 62h 03' 42'' + 10' 48''
13. POR COSTA Rui 111 LAMPRE - MERIDA 62h 05' 51'' + 12' 57''
76. POR MACHADO Tiago
206 NETAPP-ENDURA 64h 03' 05'' + 02h 10' 11''
87. POR PAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO 64h 11' 05'' + 02h 18' 11''
112 POR OLIVEIRA Nelson 116 LAMPRE - MERIDA 64h 26' 55'' + 02h 34' 01''
136 POR PIMENTA José 207 NETAPP-ENDURA 64h 52' 11'' + 02h 59' 17''

Le Tour 2014 - Etapa 13

E eis que o tubarão comeu todos os peixinhos à sua volta! Não deixou nem um para amostra! Nibali confirmou que é o mais forte do atual pelotão do Tour e venceu a sua 3ª etapa, mais uma vez de forma categórica.

Jakob Fuglsang teve uma queda na descida que fazia a ligação à última subida do dia e viu-se afastado da decisão da etapa e da discussão no 'top 10' da classificação geral.

À entrada para a última subida do dia (duríssima, com uma extensão superior a 10km e 6.1% de inclinação média) restavam 20 homens na frente da corrida.

Richie Porte foi o primeiro a ceder (sentiu náuseas logo no início da subida) e arrastou consigo o colega de equipa Mikel Nieve, ficando ambos com dificuldades com vista a um 'top 10' final, pois chegaram com quase 9 minutos de atraso para Nibali. Kwiatkowski também descolou, embora tenha sempre mantido uma distância curta para os restantes.

Thibaut Pinot foi o primeiro a agitar a frente da corrida, tendo de imediato a resposta de Nibali, Valverde e , por arrasto, do resto do grupo. Neste momento Rui Costa começou a sentir dificuldades e Chris Horner fez aquilo que um 'nº2' deve fazer: rebocou o seu líder por várias vezes, recolocando-o no grupo por mais que uma vez.

Rafal Majka e Leopold Konig desferiram um ataque forte, não obtiveram resposta por parte dos restantes elementos do grupo e rapidamente ganharam cerca de um minuto. Valverde 'puxou dos galões' e atacou, levando consigo, Vincenzo Nibali e Thibaut Pinot e lançaram-se em perseguição aos dois homens da frente da corrida.

Nibali, que parece claramente mais fresco e num momento de forma fantástico não esteve pelos ajustes e foi à procura de 'matar' esta volta a França. Foi o que aconteceu! Deixou para trás o espanhol e o francês e em cerca de 30 segundos juntou-se a Majka e Konig. Não permaneceu acompanhado por muito tempo, pois a vitória na etapa era um aliciante maior e lá foi o 'Tubarão' rumo à vitória na etapa. Seguiram-se Majka e Konig. Valverde o Pinot fecharam o 'top 5' da etapa.

Rui Costa chegou em 15º, a 3.01 minutos do vencedor, o que lhe possibilitou a reentrada no 'top 10' da geral. Depois de já o ter criticado, tiro o chapéu ao trabalho de Horner em benefício do seu líder. Fez um excelente trabalho em prol de Rui Costa e ambos beneficiaram com isso na classificação geral (o Rui subiu 4 lugares e Horner 1).

Os franceses estão em grande e têm neste momento 3 ciclistas na luta pelo 'top 5' e aspirações ao pódio. Falo de Romain Bardet, Thibat Pinot e Jean-Christophe Péraud.

Não conheço bem as características de Nélson Oliveira, mas esperava mais ajuda da parte dele a Rui Costa.

Foi uma etapa fantástica e amanhã, com certeza, teremos mais do mesmo!

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITA  NIBALI 41 ASTANA 56h 44' 03''  
2. ESP VALVERDE  11 MOVISTAR 56h 47' 40'' + 03' 37''
3. FRA BARDET 82 AG2R 56h 48' 27'' + 04' 24''
4. FRA PINOT 127 FDJ.FR 56h 48' 43'' + 04' 40''
5. USA VAN GARDEREN 141 BMC 56h 49' 22'' + 05' 19''
6. FRA PÉRAUD 81 AG2R 56h 50' 09'' + 06' 06''
7. NED MOLLEMA 61 BELKIN 56h 50' 20'' + 06' 17''
8. BEL VAN DEN BROECK 131 LOTTO-BELISOL 56h 50' 30'' + 06' 27''
9. POR COSTA Rui 111 LAMPRE - MERIDA 56h 52' 38'' + 08' 35''
10. CZE KONIG 201 NETAPP-ENDURA 56h 52' 39'' + 08' 36''
72 POR MACHADO Tiago 206 NETAPP-ENDURA
58H 29' 14'' + 01h 45' 11''
96 POR PAULINHO Sergio 36 TINKOFF-SAXO
58H 47' 16'' + 02h 03' 03''
109 POR OLIVEIRA Nelson 116 LAMPRE - MERIDA 58H 53' 04''
+ 02h 09' 01''
140 POR PIMENTA José  207 NETAPP-ENDURA 59H 21' 50'' + 02h 37' 47''

Os portugueses no Tour

Ao todo, foram 31 os ciclistas lusos a galgar o alcatrão das estradas francesas. Foram 15 as vezes que um português festejou a vitória numa etapa. Apenas por uma ocasião vimos um português envergar a mítica camisola amarela.

A história dos portugueses na volta a França começa a escrever-se em 1956, com a participação de Alves Barbosa, que terminou num honroso 10º lugar com um pelotão composto por 88 ciclistas. Foi uma excelente forma de abrir a prestação portuguesa na prova rainha do ciclismo mundial.
1957: repetiu presença Alves Barbosa, que assistiu à estreia de Ribeiro da Silva. Alves Barbosa não repetiu a proeza do ano de estreia e acabou por desistir. Ribeiro da Silva terminou a sua primeira e única presença no Tour em 25º.

1958: mais uma vez temos dois participantes no pelotão - Alves Barbosa e Antonino Baptista. Terminou sem brilho a presença lusa, com a desistência de Antonino Baptista e o 76º lugar de Alves Barbosa.

1959: Antonino Baptista e José Sousa Cardoso foram os participantes e ambos desistiram no decorrer da prova.

1960: Alves Barbosa (4ª participação) e Antonino Baptista (3ª participação) fazem as suas últimas corridas no Tour. Alves Barbosa fecha o Tour em 65º. Antonino Baptista desistiu pela 3ª vez em três participações e é o único português (dos que participaram mais que uma vez) que nunca terminou uma volta a França.

1969: dá-se o início do 'mito' Agostinho, no Tour, com a primeira de 13 participações. Agostinho terminou em 8º e venceu a 5ª e a 14ª etapas, tornando-se o primeiro português a vencer duas etapas no mesmo ano.

1970: Joaquim Agostinho é novamente o único português em prova e termina em 14º.

1971: António Matos estreia-se no ano em que Agostinho fez o seu 3º Tour. Ambos terminaram a prova. Agostinho fez o primeiro 'top 5' português no Tour, fechando em 5º, enquanto que António Matos foi 13º.

1972: pela primeira vez, o Tour recebe três portugueses. Joaquim Agostinho, Joaquim Andrade e Fernando Mendes. Só Agostinho terminou a prova, tendo Andrade e Mendes desistido. 8º lugar para Agostinho que, em 4 anos, fez o 3º 'top 10'.

1973: são 6 os portugueses pelas estradas de França (Agostinho, António Matos, Joaquim Andrade, Fernando Mendes, Herculano de Oliveira e José Martins). Joaquim Agostinho (8º) viria a ser o português melhor posicionado na classificação geral, ganhando uma etapa e confirmando a sua versatilidade (desta vez ganhou um contra-relógio individual depois de, em 1969, ter vencido uma etapa de montanha e outra plana). António Matos foi 15º, Fernando Mendes 18º, José Martins 33º, Herculano de Oliveira 45º e Joaquim Andrade 64º.

1974: Joaquim Agostinho (6º), António Matos (40º) e Herculano de Oliveira (desistiu) repetiram presença.

1975: 8 participantes portugueses no Tour, graças à participação do Sporting pela primeira vez na prova. Fernando Ferreira (61º), José Amaro (83º), Firmino Bernardino (desistiu), Joaquim Carvalho (desistiu) e Manuel Silva (desistiu) foram os estreantes, que se juntaram aos mais experientes António Matos (desistiu), Fernando Mendes (desistiu) e Joaquim Agostinho que com o 15º lugar na geral fez o seu pior resultado no Tour.

1976: António Matos e José Martins representaram Portugal, fazendo 25º e 12º lugares.

1977: Participaram Joaquim Agostinho (13º), José Martins (16º) e Fernando Mendes (27º).

1978: Este seria um ano histórico para os portugueses na Volta a França, em especial para o até hoje inigualável Joaquim Agostinho. 1978 foi o ano do primeiro pódio português no Tour. Agostinho terminou a prova em 3º lugar e elevou o nome de Portugal. José Martins fez o seu último Tour, terminando em 22º.

1979: Com Agostinho como único participante luso, continuava a escrever-se história em português no Tour. Agostinho, na sua 10ª participação, faz o segundo 3º lugar seguido no Tour e figura na lista de vencedores da mítica etapa do Alpe d'Huez, uma das mais emblemáticas do Tour.

1980: Marco Chagas estreia-se no Tour com um 41º lugar. Mais uma vez, Agostinho estava presente e fez 5º, mostrando uma regularidade incrível, para alguém que pela 11ª vez corria o Tour.

1981: Joaquim Agostinho foi o representante nacional e, pela primeira e única vez, não conseguiu terminar a prova, acabando por desistir.

1983: Com 40 anos feitos, Joaquim Agostinho preparava-se para fazer o Tour pela 13ª vez, aquela que seria a sua última. É ainda hoje recordado pelas estradas francesas pela sua potência. Um verdadeiro monstro em cima da bicicleta que terminou a sua participação em 11º. Era a altura de dar lugar a outros. Outros que infelizmente não pôde ver correr, pois um acidente numa prova levaria à sua morte menos de um ano depois, num ano em que se preparava para voltar ao Tour com as cores do 'seu' Sporting Clube de Portugal.

1984: Pela segunda vez o Sporting participava no Tour. Era suposto ser Agostinho a liderar a equipa, mas a sua morte, meses antes do Tour atirou Marco Chagas (77º) para a liderança da equipa, que participava pela segunda vez. Manuel Zeferino (94º), Eduardo Correia (118º), José Xavier (119º), Carlos Marta (122º), Benedito Ferreira (desistiu) e Paulo Ferreira (desistiu) eram os outros portugueses em prova. A equipa estava abalada pela tragédia que tinha acontecido com Joaquim Agostinho e o prémio veio por intermédio de Paulo Ferreira. Foi ele que venceu a única etapa de uma equipa portuguesa no Tour. Uma forma de homenagear o grande Joaquim Agostinho!

1986: Ano da primeira participação de Acácio da Silva no Tour. Ele que foi o único participante no Tour na década que se seguiu. Neste primeiro ano, terminou a prova em 86º.

1987: Primeira vitória numa etapa do Tour para Acácio da Silva, na 3ª etapa, realizada em solo alemão. Viria a terminar em 64º.

1988: Segunda vitória numa etapa para Acácio, novamente nos primeiros dias (4ª etapa). Terminou a prova em 92º.

1989: O ano do ponto alto de Acácio da Silva na volta a França e um ano histórico para o ciclismo português. Ao vencer a primeira etapa do Tour, Acácio da Silva torna-se no primeiro e único português até hoje a envergar a camisola amarela, com o mérito de a ter mantido durante 4 dias. Terminou em 84º, mas isso era o menos importante, depois do feito alcançado.

1990: Na quarta participação no Tour, Acácio terminou em 108º.

1992: É o ano da última participação de Acácio da Silva. Consegue fazê-lo sem desistências e termina em 62º. Não teve resultados na classificação geral, mas 3 vitórias de etapa e andar de amarelo 4 dias é algo de extraordinário.

1996: Depois de três anos sem portugueses no Tour, estreia-se Orlando Rodrigues. Fez 69º na classificação geral.

1997: Orlando Rodrigues volta a participar no Tour, desta vez terminando em 113º.

1998: Ano da terceira participação para Orlando. Fez um modesto 167º lugar no final da prova.

2000: Na primeira edição do novo milénio, Orlando Rodrigues voltou a estar presente e finalizou a prova em 120º.

2002: Pela primeira vez José Azevedo participa na volta a França. Vence com a Once-Erosky o contra-relógio por equipas e termina num fantástico 6º lugar na classificação geral. Foi o melhor resultado de sempre após os 3º (2x), 5º (2x) e 6º lugares de Joaquim Agostinho.

2003: Na segunda participação, Azevedo terminou em 26º.

2004: No ano em que Portugal jogou a final do EURO 2004 em futebol, jogado no nosso país, José Azevedo não quis ficar atrás e fez o terceiro 'top 5´de sempre no Tour (depois de 2 de Agostinho). Terminou em 5º lugar e ganhou mais uma vez o contra-relógio por equipas, desta vez o serviço da US Postal e contribuiu decisivamente para a vitória final de Lance Armstrong.

2005: José Azevedo voltou a ser o único participante português e fez o seu pior resultado na geral (30º). Ganhou pela 3ª vez o contra-relógio por equipas, pela Discovery Channel.

2006: José Azevedo faria a sua última participação no Tour, envergando o dorsal nº1, motivado pela não-participação de Armstrong, aposentado após 7 vitórias consecutivas (que depois lhe seriam retiradas por uso de substâncias dopantes). Terminou em 19º.

2007: Sérgio Paulinho estreia-se no Tour. Termina em 65º na geral e a sua equipa (Discovery Channel) é a vencedora por equipas e na geral individual, com a vitória de Alberto Contador.

2009: Sérgio Paulinho apadrinhou a estreia de Rui Costa. Paulinho finalizou em 35º e Rui Costa desistiu.

2010: A Sérgio Paulinho e Rui Costa, juntou-se Manuel Cardoso. Paulinho venceu uma etapa fantástica que terminou em Gap e terminou o Tour em 46º. Rui Costa terminou em 73º e Manuel Cardoso não conseguiu terminar a prova, desistindo.

2011: Novamente tivémos Paulinho e Costa no pelotão do Tour. Desta vez o protagonismo foi para Rui Costa, que venceu a 8ª etapa, mostrando que era alguém a ter em conta para os anos seguintes. Costa terminou em 90º e Paulinho em 81º.

2012: Voltámos a ter os mesmos protagonistas (Costa e Paulinho). Rui Costa fez 18º na geral e Paulinho foi 50º.

2013: Foi o ano de afirmação de Rui Costa no Tour. Teve de trabalhar para ajudar Valverde na geral e depois Quintana e isso deu-lhe liberdade para lutar por etapas. Conseguiu vencer duas, ambas de forma extraordinária, com ataques em contagens de montanha e numa delas venceu o prémio da combatividade. Sérgio Paulinho também participou e voltou a vencer a geral por equipas com a Saxo-Tinkoff. Costa terminou o Tour em 27º e Paulinho em 136º.

2014: Este ano temos 5 participantes e veremos o que cada um pode fazer no final da prova. São eles Sérgio Paulinho, Rui Costa, Tiago Machado, Nélson Oliveira e José Mendes.

NÚMEROS

1 Por uma vez e durante quatro dias Acácio da Silva vestiu a camisola amarela

15 Vitória em etapas. Joaquim Agostinho (4). Paulo Ferreira (1). Acácio da Silva (3). José Azevedo (3). Sérgio Paulinho (1). Rui Costa (3).

13 Foram as vezes que Joaquim Agostinho correu o Tour. Foi o português com maior número de participações.

1975 O ano em que mais portugueses participaram no Tour (8)

CURIOSIDADES

Joaquim Agostinho é ainda hoje o maior símbolo do ciclismo português. De tal forma que em França, na 14ª curva do Alpe d'Huez foi erguido em sua homenagem um busto de bronze (1.70m de altura, 70 de largura e 70kg de peso). Está apoiado num pedestal com três metros de altura, de granito verde. A estátua é comemorativa da sua vitória na mítica etapa com chegada ao Alpe d'Huez, em 1979, ano em que terminou o Tour em terceiro lugar pela segunda vez. Nunca outro ciclista português venceu esta etapa.

Le Tour 2014 - Etapa 12

Depois de saber que a 'quebra' de ontem do Rui Costa se deveu a uma bronquite aguda que lhe dificultou a respiração, fiquei mais descansado ao ver que hoje esteve sempre bem posicionado e não mostrou dificuldades na etapa. Amanhã será um dia duro e espero que ele esteja bem.

A fuga do dia não teve um final feliz e as contagens de montanha não fizeram das suas, o que permitiu uma chegada em pelotão compacto. Contrariedade para Marcel Kittel que se viu envolvido numa queda onde esteve também envolvido Chavanel. Foi possível ouvir o alemão a atribuir responsabilidades ao francês, que não as regateou.

O vencedor da etapa foi o norueguês Alexander Kristoff, que bateu ao sprint Peter Sagan e Arnaud Demare. Foi a primeira vitória no Tour para Kristoff e o quarto 2º lugar deste Tour para Sagan, que ainda não venceu nenhuma etapa mas já terminou por 8 vezes nos 5 primeiros.

Achei um pouco estranho o abdicar de etapa por parte de Tony Gallopin (5º na geral), que chegou com 5.45 minutos de atraso para o vencedor e baixou para 20º na classificação geral. Só entendo isto de uma forma: Gallopin sabe que não tem hipóteses para a geral e optou por se atrasar para poder entrar numa fuga que possa 'vingar', por forma a vencer uma etapa de montanha. Veremos se foi esse o motivo.

Fecho o post de hoje com uma palavra de apreço para um dos meus favoritos do pelotão: Peter Sagan. É ambicioso, intromete-se nos sprints com os 'verdadeiros sprinters' mesmo sem ter uma equipa que o ajude verdadeiramente a lançá-los, passa relativamente bem nas etapas de montanha, é sincero, honesto, diz o que pensa e por tudo isso é, para mim, uma pessoa cativante, para além de um excelente atleta. Espero que consiga neste Tour pelo menos uma vitória.

Amanhã temos o verdadeiro Tour com uma etapa de alta montanha.

Le Tour 2014 - Etapa 11

Dois dias depois do esforço fantástico de Tiago Machado para terminar a etapa depois de um queda com bastantes consequências físicas, foi a vez de Andrew Talansky fazer o esforço heróico do dia. Depois de uma queda, fez 80 quilómetros sozinho e conseguiu chegar dentro do controlo, 32 minutos depois do vencedor da etapa.

Era um final de etapa duro. Sobe e desce que terminava em plano, depois de uma descida que foi feita a alta velocidade. Era mais uma etapa ao jeito de Sagan (que podia ter ganho quase todas, mas ainda não o conseguiu). As subidas e até as descidas cavaram diferenças e partiram o pelotão. O grupo da frente trazia Nibali e Valverde bem posicionados e mesmo no final da última subida Tony Gallopin (que já tinha andado de amarelo por um dia) atacou e conseguiu ganhar uns metros a 'Sagan e companhia'. Na perseguição ao francês não houve entendimento e isso jogou a favor de Gallopin, que venceu a etapa com grande mérito. O derrotado do dia voltou a ser o eslovaco Peter Sagan, que no final da etapa se mostrou um pouco frustrado por ninguém ter colaborado na perseguição a Gallopin, facilitando a vitória ao francês, que vem fazendo um Tour extraordinário.

Infelizmente o Rui Costa não conseguiu chegar com o grupo da frente e perdeu 1 minuto e 36 segundos, mas espero que tenha sido apens um mau dia e que amanhã ele se apresente em melhor forma. Por vezes os dias de descanso são prejudiciais e talvez tenha sido o caso.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITA  NIBALI Vincenzo   ASTANA 46h59' 23''  
2. AUS PORTE Richie   SKY 47h01' 46'' + 02' 23''
3. ESP VALVERDE Alejandro   MOVISTAR 47h02' 10'' + 02' 47''
4. FRA BARDET Romain   AG2R 47h02' 24'' + 03' 01''
5. FRA GALLOPIN Tony   LOTTO-BELISOL 47h02' 35'' + 03' 12''
6. FRA PINOT Thibaut   FDJ.FR 47h03' 10'' + 03' 47''
7. USA VAN GARDEREN Tejay   BMC 47h03' 19'' + 03' 56''
8. FRA PÉRAUD Jean-Christophe   AG2R 47h03' 20'' + 03' 57''
9. NED MOLLEMA Bauke   BELKIN 47h03' 31'' + 04' 08''
10. BEL VAN DEN BROECK Jurgen   LOTTO-BELISOL 47h03' 41'' + 04' 18''
14. POR COSTA Rui Alberto   LAMPRE - MERIDA 47h04' 57'' + 05' 34''
64. POR MACHADO Tiago   NETAPP-ENDURA 48h02' 00'' + 01h02' 37''
80 POR OLIVEIRA Nelson   LAMPRE - MERIDA 48h19' 34''
+ 01h20' 11''
102 POR PAULINHO Sergio   TINKOFF-SAXO 48h26' 06'' + 01h26' 43''
152 POR PIMENTA José   NETAPP-ENDURA 48h59' 03'' + 01h59' 40''

Le Tour 2014 - Etapa 10

Sobe e desce constante, chuva, emoção e quedas. 

Era o tipo de etapa que me deixaria colado ao ecrã por mais de 100 quilómetros e não defraudou as espectativas elevadas que eu tinha à partida. 

Começo pelas más notícias...Alberto Contador e Tiago Machado caíram. Estamos a falar do 9º e 3º da geral à partida para a etapa 10. Tanto um como outro voltaram a montar na bicicleta...Contador, com uma fratura da tíbia, não pode continuar. Tiago Machado consegui terminar a etapa, chegando em último lugar (a 43.06 minutos do vencedor) e fazendo um esforço tremendo para aguentar as dores, com certeza na esperança que o dia de descanso lhe dê possibilidades de recuperar para a 11ª etapa, na 4ª feira.

Quanto à etapa, como habitual, as fugas começaram cedo e na primeira subida o grupo que se destacava na frente juntava 15 ciclistas, entre os quais Thomas Voeckler, Joaquim Rodriguez,  Peter Sagan,  Michal Kwiatkowski e Tony Martin. Sagan juntou-se em busca de alguns pontos para consolidar a liderança verde. Voeckler e Rodriguez travaram uma luta interessante para retirar de Tony Martin a camisola de 'rei da montanha'. Martin que se juntou à fuga num gesto de união e de humildade, apenas com um fim: levar Kwiatkowski o mais longe possível numa tentativa de atacar os homens da geral. 

Na última subida restavam apenas Rodriguez, que atacou, e Kwiatkowski que o seguiu, mas o pelotão vinha a galgar metros e a ganhar tempo. Rodriguez deixou Kwiatkowski para trás, mas Nibali mostrou raça e o poder que neste momento nenhum ciclista do pelotão do Tour parece ter. O italiano atacou, deixou o mini-pelotão onde vinha inserido (que trazia os principais homens para a geral, incluíndo Rui Costa) para trás e só descansou quando avistou Rodriguez (que já ia demasiado em esforço) e o dobrou, vencendo a etapa e recuperando a camisola amarela que havia perdido para Tony Gallopin no dia anterior.

Esforço incrível de Gallopin, que tudo fez para manter vestida a amarela. Esforço inglório que o levou mesmo a admitir ter passado o pior dia de sempre em cima de uma bicicleta.

Rui Costa terminou em 13º a 1.06 minutos de Nibali e teve dificuldade em aconpanhar o ritmo nos últimos 3 quilómetros, assumindo que o italiano está em grande forma e que vai ser difícil alguém lhe retirar a liderança da prova. Grande etapa do português, que reentrou no top 10.

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1. ITA  NIBALI Vincenzo 41 ASTANA PRO TEAM 42h 33' 38''  
2. AUS PORTE Richie 7 TEAM SKY 42h 36' 01'' + 02' 23''
3. ESP VALVERDE BELMONTE Alejandro 11 MOVISTAR TEAM 42h 36' 25'' + 02' 47''
4. FRA BARDET Romain 82 AG2R LA MONDIALE 42h 36' 39'' + 03' 01''
5. FRA GALLOPIN Tony 134 LOTTO-BELISOL 42h 36' 50'' + 03' 12''
6. FRA PINOT Thibaut 127 FDJ.FR 42h 37' 25'' + 03' 47''
7. USA VAN GARDEREN Tejay 141 BMC RACING TEAM 42h 37' 34'' + 03' 56''
8. FRA PÉRAUD Jean-Christophe 81 AG2R LA MONDIALE 42h 37' 35'' + 03' 57''
9. POR COSTA Rui Alberto 111 LAMPRE - MERIDA 42h 37' 36'' + 03' 58''
10. NED MOLLEMA Bauke 61 BELKIN PRO CYCLING 42h 37' 46'' + 04' 08''
47. POR MACHADO Tiago                        206 TEAM NETAPP-ENDURA 43h 17' 50'' + 44' 12''
73. POR OLIVEIRA Nelson                              116 LAMPRE - MERIDA 43h 35' 24'' + 01h 01' 46''
125. POR PAULINHO Sergio Miguel Moreira          36 TINKOFF-SAXO 43h 58' 45'' + 01h 25' 07''
148. POR PIMENTA COSTA MENDES José 207 TEAM NETAPP-ENDURA 44h 14' 53'' + 01h 41' 15''

Le Tour 2014 - Etapa 9

Tem sido um fim-de-semana muito ocupado para mim e, por isso, complicado para seguir as incidências desportivas. Assim sendo o meu resumo da etapa de ontem é feito, partilhando com quem não acompanha o diário do Tour que o Rui Costa deixa todos os dias no seu site oficial. Aqui vai:

"Olá amigos, boa tarde :)

Acabei de fazer novo tratamento à perna. Da perna já estou ok mas as feridas incomodam. Hoje a classificação do Tour levou uma reviravolta devido a uma fuga bem sucedida que chegou à meta com muito tempo de vantagem. Tivemos dois portugueses nela inseridos e em destaque no dia de hoje. Foram eles o Sérgio Paulinho e o Tiago Machado. O Tiago acabou por subir a 3.º lugar da Classificação Geral. Os meus parabéns aos nossos portugueses pelo bom trabalho que têm feito neste Tour.

Quanto a mim, tive um dia normal e cheguei inserido no grupo dos favoritos. Na etapa cortei a meta em 43.º a 7:43s e na geral desci a 11.º da classificação geral a 4:26s de Gallopin, novo camisola amarela. Amanhã com o dia tão duro que nos espera, haverá nova mudança na classificação geral. Espero estar num dia bom e puder estar com os melhores.

Top-dez da Etapa 9:
1 Tony MARTIN GER OPQ 4:09:34
2 Fabian CANCELLARA SUI TFR +2:45
3 Greg VAN AVERMAET BEL BMC +2:45
4 Tom DUMOULIN NED GIA +2:45
5 Matteo MONTAGUTI ITA ALM +2:45
6 Jose Joaquin ROJAS GIL ESP MOV +2:45
7 Steven KRUIJSWIJK NED BEL +2:45
8 Mikael CHEREL FRA ALM +2:45
9 Brice FEILLU FRA BSE +2:45
10 Tiago MACHADO POR TNE +2:45

Classificação Lusa na Etapa:

10.º Tiago Machado  +2:45
15.º Sérgio Paulinho +2:45
41.º Nelson Oliviera +7:46
43.º Rui Costa +7:46
101.º José Mendes +7:46
*Lusodescendente: 132.º Armindo Fonseca + 19:24s

Top-dez na geral:
1 Tony GALLOPIN France LTB 38:04:38
2 Vincenzo NIBALI Italy AST +1:34
3 Tiago MACHADO Portugal TNE +2:40
4 Jakob FUGLSANG Denmark AST +3:18
5 Richie PORTE Australia SKY +3:32
6 Michal KWIATKOWSKI Poland OPQ +4:00
7 Alejandro VALVERDE BELMONTE Spain MOV +4:01
8 Pierre ROLLAND France EUC +4:07
9 Alberto CONTADOR VELASCO Spain TCS +4:08
10 Romain BARDET France ALM +4:13

Classificação Lusa na Geral:

3.º Tiago Machado +2:40
11.º Rui Costa +4:26
85 .º Nelson Oliveira +47:13
113.º Sérgio Paulinho +55:56
148.ºJosé Mendes +1:12:
*Lusodescendente: 162.º Armindo Fonseca +1h19:08s

Assim será o perfil da etapa dez:
et10
É um autêntico carrossel que fará novas mudanças na geral. Vamos lá ver como se portam as pernas após a dureza da etapa de hoje.
Tenham a continuação de um bom domingo e levem um grande abraço meu.

 

@RU1 COSTA ;)"

Le Tour 2014 - Etapa 7

Confesso que a minha ida ao Estádio José Alvalade fez com que chegasse a casa mais tarde e só tive oportunidade de ver os últimos 15 quilómetros da etapa. Não tendo ainda conhecimento das incidências nos restantes quilómetros, segue o meu comentário ao que vi:

- 3 quedas feias e numa delas, mais uma desistência.

- Rui Costa mais uma vez mostrou que é um dos mais inteligentes do pelotão. É exímio no posicionamento e com isso tem evitado dissabores.

- A subida, já dentro dos últimos 10km "esfrangalhou" o pelotão (e as 2 quedas no último quilómetro também não ajudaram), e dos sprinters, o único dos mais cotados a chegar na frente foi Peter Sagan, que acabou por perder por "um milímetro" para Matteo Trentin, da Omega Pharma - Quick Step.

- Ligeiras alterações na geral levaram Rui Costa a subir 3 lugares, fechando agora o top-10. Nibali mantêm a amarela.

Le Tour 2014 - Etapa 6

Etapa propícia a mais uma chegada ao sprint com a chuva a pôr o pelotão em sentido. As quedas voltram a deixar as suas marcas, tanto nos ciclistas como na coesão do pelotão (que chegou partido em 2 grandes grupos). Mais 4 atletas viram-se obrigados a abandonar o Tour devido às quedas.

A chegada foi ao sprint, mas não foi um sprint normal, visto que a 300 metros da meta Michal Kwiatkowski tentou surpreender os sprinters. Os habituais, comboios que lançam o sprint final não existiram e foi cada um por si. Ganhou um alemão, mas não o do costume. Desta vez o mais forte foi André Greipel, secundado por Alexander Kristoff. Na classificação geral ficou tudo igual. Apenas Thibaut Pinot saiu do top 20 para dar lugar a Peter Velits. 

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