SPORTING CP 3-1 Marítimo: Defesa do título começa com três pontos
É apenas um dado curioso mas o Sporting já conseguiu nesta edição da taça da Liga tantas vitórias como na edição do ano passado, onde vencemos a prova. Num começo que nos colocou novamente pela frente o Marítimo, o Sporting fez melhor do que o nulo da temporada passada e venceu por 3-1.
Peseiro optou por não mexer muito na estrutura da equipa, promovendo poucas alterações. Apenas Nani (limitado fisicamente) e Ristovski (desgastado após a dupla jornada pelo seu país) foram poupados, sendo que Bruno Gaspar e Jovane Cabral foram promovidos para os seus lugares.
Os leões entraram bem no encontro, com o domínio da partida mas ainda com algumas dificuldades em organização ofensiva. As dinâmicas não são ainda as melhores nem as mais eficazes e acabou por ser sobretudo o conservadorismo do Marítimo que nos facilitou a tarefa no primeiro tempo. O primeiro golo acaba por nascer de uma incursão com bola de Battaglia e com um passe falhado deste, ao qual a equipa respondeu, tentando condicionar a saída do Marítimo para o ataque. Há que valorizar a boa reacção à perda, apesar de terem sido os insulares a complicar a sua própria tarefa. Jovane aproveitou o trabalho defensivo dos companheiros, recuperou a bola e serviu Montero que esperou pelo timing certo para entregar a bola a Raphinha que, com o seu pior pé e uma ajudinha conseguiu fazer o golo.
De realçar que o bom comportamento defensivo do Sporting potenciou os primeiros 45 minutos de sentido único. A atitude e disponibilidade para defender compensou um ou outro momento em que a equipa não se soube posicionar e nota-se, de facto, que as individualidades se comprometem com o colectivo. O Sporting, dominando completamente o encontro, acabou por criar mais perigo em transição do que em organização ofensiva e este aspecto do jogo é o que mais se nota que evoluiu desde a época passada, onde a obsessão exagerada pelo controlo do jogo pouco permitia situações de ataque rápido e contra-ataque.
A primeira parte termina com uma grande oportunidade para Coates, na sequência de um canto cobrado por Jefferson. A bola saiu ligeiramente ao lado.
A segunda parte começou com um Marítimo mais agressivo defensivamente e a tentar condicionar mais cedo o ataque organizado do Sporting. O resultado foram duas boas oportunidades de golo nos primeiros cinco minutos e um "golo" anulado que, bem vistas as coisas, parece acontecer precedido de falta sobre Battaglia, que é empurrado por Rodrigo Pinho aquando da recuperação de bola. Apesar do fora-de-jogo não existir, é bom ter isto em conta.
O bom momento do Marítimo é contrariado da melhor forma. Na jogada imediatamente a seguir ao tal "golo" anulado, Jovane sofre a penalidade que Bruno Fernandes viria a concretizar no 2-0, numa jogada onde, mais uma vez, Montero é preponderante. Movimento de apoio e rotura no mesmo lance, que permitem a Jefferson servir Jovane (que fez bem mais no lance do que "apenas" sofrer a penalidade) já dentro da área.
O Marítimo voltou a tentar pegar no jogo e Correa proporcionou a Salin a defesa da noite. Remate forte com uma "sapatada" vistosa do francês. O mesmo Correa viria a marcar instantes depois, após uma estupidez que Acuña que, com Jovane sozinho para receber na frente, entregou a bola ao adversário com um passe para trás.
Mas o Sporting voltou a reagir da melhor forma às tentativas do Marítimo em reentrar no encontro; pontapé longo de Salin, Bruno Fernandes ganha a "segunda bola", tabela com Montero (preponderante nos três golos) e finaliza com qualidade, rasteiro e ao poste mais próximo.
O Marítimo mexeu, continuou a tentar marcar. Danny esteve muito perto do 3-2, instantes após as entradas de Joel Tagueu e Edgar Costa.
Peseiro respondeu com as entradas de Wendel e Gudelj, para os lugares de Jovane e Acuña. O Sporting reformulava o meio-campo e Bruno Fernandes passou a actuar nas alas, dando a Wendel a oportunidade de jogar mais liberto no "miolo", antes de Montero definir mal um lance que poderia ter terminado com um golo que seria mais do que merecido para o colombiano.
Raphinha tentou bisar de fora da área, num lance bem contrariado pelo guarda-redes do Marítimo, que negou também o hat-trick a Bruno Fernandes. Boa leitura de jogo do treinador do Sporting, que voltou a controlar e dominar o jogo nos últimos quinze minutos, que serviram ainda para observar pormenores muito interessantes de Gudelj, quer no capítulo defensivo, quer ofensivamente.
Confirmando as minhas expectativas, Diaby acabou também por se estrear, num jogo que terminou com um lance aparatoso, em que Lucas Áfrico entrou violentamente sobre Wendel, vendo imediatamente (e justamente) a cartolina vermelha.
Sendo praticamente impossível nomear apenas um homem do jogo, destaco os jogadores que me pareceram em melhor plano: Montero, Bruno Fernandes e Raphinha, sendo que gostei da tranquilidade e assertividade de André Pinto e da estreia de Bruno Gaspar (que precisa de mais minutos para ganhar confiança), para além do já mencionado Gudelj, que deixou muito boa impressão.
Mais do que a vitória, ficam no ar boas impressões da qualidade do grupo e da variabilidade táctica que alguns elementos poderão trazer em alguns momentos do jogo, sendo que alimento em mim a curiosidade de ver se este Sporting poderá evoluir também numa sistema que contemple dois avançados, com Montero nas costas de Dost ou até mesmo Diaby.
Nota final para os sinais vindos da bancada; união entre Sportinguistas (e foram quase trinta mil), com candidatos à presidência junto do presidente eleito, na tribuna.
Destaco ainda o fair-play no final do jogo, com o pedido de desculpas de Áfrico a Wendel, que lhe ofereceu a sua camisola.
Quinta-feira há mais, para a Liga Europa, com o Qarabag.
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