O leão entrou com o pé direito
O JOGO
É inequívoco: o Sporting foi melhor e venceu com justiça.
Um golo de diferença parece até curto para a superioridade demonstrada mas, ainda assim, satisfatório.
Afinal, só a vitória interessava e o objectivo foi conseguido.
O Sporting, assente num processo defensivo muito bem assimilado foi, tal como Jesus disse no final do jogo, prefeito defensivamente e só duas ou três desatenções nos deram alguns calafrios. Rui Patrício não fez uma defesa difícil.
Visto que o processo ofensivo apresenta ainda falhas, foi benéfico enfrentar uma linha defensiva sem rotinas onde três dos quatro elementos não eram habitualmente titulares.
Não fossem os dois tampões defensivos do adversário e a mobilidade dos jogadores do Sporting tinha feito mais mossa.
Só um golo mal anulado a Teo Gutiérrez impediu o Sporting de ir em vantagem para a segunda parte e depois de um reinício onde o Sporting voltou a assumir o domínio acabou por marcar após desvio de Teo a remate de Carrillo. Tudo isto depois de uma expulsão perdoada a Sílvio.
Tempo de Jorge Sousa errar ao não marcar um penalti sobre Gaitán, ainda que não tenha invertido a tendência de prejudicar os verde-e-brancos.
Seguiram-se 10 minutos onde entregámos a iniciativa de jogo ao adversário e, não fosse a clara falta de ideias dos encarnados, podíamos ter sofrido.
Jorge Jesus percebeu isso e lançou Mané para o lugar de Teo, desviando Ruiz para o centro do terreno. O Sporting recuperou a posse de bola e a iniciativa de jogo.
Já com Mitrioglu em campo, a entrada de Semedo foi importante para estancar o jogo directo do adversário. Gelson Martins estreou-se nos descontos para queimar tempo num período em que o Sporting geriu muito bem a vantagem e a posse de bola.
Primeiro título da época e segundo consecutivo. Agora, é só manter o ritmo.
O HOMEM DO JOGO
Que bom que é ter dificuldades em nomear um só jogador. Para mim foi João Mário mas podia ser qualquer outro.
OS TREINADORES
Jesus foi inteligente quando 'atacou' Vitória com a colagem do mesmo ao seu modelo de jogo.
Colocou o adversário sobre brasas e o menos experiente Vitória tremeu.
Não acho que o Benfica deste ano tenha grande coisa de Jorge Jesus e acho que Jesus sabia isso quando proferiu as declarações, três dias antes do jogo.
Mind game puro com os resultados que se pretendiam.
O ESTILO DE JJ
Não gosto especialmente do seu egocentrismo mas adoro a sua genuinidade e transparência.
Jesus é claro nas declarações, não envia mensagens cifradas, não é mesquinho, não manda recados e recadinhos e recusa-se ao politicamente correcto.
Aliando a isto uma qualidade inquestionável enquanto treinador, é um claro upgarde relativamente ao passado recente.