Marco Almeida: "(a faixa de campeão) É a coisa mais linda que existe depois dos meus filhos"
Formado no pelado junto ao antigo Estádio José Alvalade, Marco Almeida tem algumas memórias bonitas desse tempo, apesar de o clube ter vivido dias conturbados, nada fáceis para um jovem central se impor: "O Sporting não ganhava nada há 18 anos, era muito difícil apostar num jovem jogador e já tinha aparecido o Beto... dois centrais jovens era difícil, mesmo assim ainda jogámos juntos alguns jogos e penso que ainda somos a dupla de centrais mais jovem de sempre. Batemos o recorde do Venâncio e do Morato, salvo erro, num jogo com o Feirense (3-2)."
Mesmo com todas as contingências, incluindo a forte concorrência (Beto, André Cruz, Phil Babb, Quiroga, Saber, Marco Aurélio), o central deixou marca em Alvalade. Estreou-se num jogo com a Académica e marcou o golo que deu a vitória à equipa. "O Marco Aurélio e o Beto não podiam jogar e eu e o Nené éramos os outros centrais, mas o Vidigal andava a treinar para baixar no terreno. Fomos para estágio, o Cantatore chamou-me e disse que eu ia ser titular. No final ganhámos 1-0, com um golo meu", lembrou, sem esquecer Octávio Machado e Inácio, com quem foi campeão nacional.
No caso de Marco, foi um "não" ao Benfica que o ajudou a ser campeão: "Estava emprestado ao Southampton... fui contrariado, mas correu bem e passado um /dois meses apresentaram-me um contrato de cinco anos. No Natal, estava em casa e recebi uma mensagem do meu empresário a dizer que havia a hipótese de ir para o Benfica, tinha saído a Lei Bosman e eu ia ficar livre. Mas eu disse que não. O empresário bem tentou, até porque o Benfica ia pagar mais, mas há coisa que o dinheiro não compra, o meu avô iria dar voltas no túmulo. Entretanto passada meia hora ligou um dirigente do Sporting, o Luís Duque, a mandar-me apanhar um avião, no dia a seguir, e regressar ao Sporting. E foi assim que me fiz campeão."
E lembra-se dos festejos? "Recordo-me como se fosse hoje. Nunca vivi nada comparado com aquilo. Aquela equipa tinha um espírito de grupo brutal. A viagem do Porto a Lisboa foi uma loucura, não há palavras que possam descrever o que vi em Alvalade, o estádio e as ruas cheias. Só mesmo tendo passado e sentido aquilo", confessou, ele que guarda a faixa de campeão religiosamente: "É a coisa mais linda que existe depois dos meus filhos."
Artigo da rubrica "O que é feito de si?", da jornalista Isaura Almeida, no DN (link)
Imagens retiradas do facebook de Marco Almeida.
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