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Grande Artista e Goleador

O triste fim da equipa B

Consumada que está a decisão de acabar com a equipa B em prol da criação de uma equipa sub-23, é tempo de fazer o balanço e calcular os possíveis efeitos desta decisão (ainda não comunicada oficialmente).

 

Balanço claramente negativo de uma equipa que, pese embora a perspectiva de ser o último ano, podia e devia ter saído da Ledman LigaPro com algum brio. A saída acabará assim por se fazer pela porta pequena, com uma desprestigiante descida de divisão que acabará por se diluir na extinção da equipa.

Não é possível isentar de culpas o treinador do escalão secundário. Pese embora a falta de qualidade e/ou inexperiência em boa parte do plantel, Luís Martins tinha obrigação de fazer melhor.

O Sporting B acabará a temporada com o estatuto indesejável de pior defesa do campeonato e há vários motivos para que isso aconteça; falta de organização defensiva, falta de estabilidade no onze (com efeitos mais negativos no sector recuado) e os erros individuais, que podem ser mais uma consequência dos dois factores anteriores do que, por si só, um dos motivos do insucesso.

 

Em 51 encontros à frente da equipa B, Luís Martins liderou uma equipa que não foi além das 18 vitórias (35%). Não sei se o acumular de funções prejudicou a sua prestação enquanto treinador mas sei que as coisas não melhoraram relativamente ao que se verificava com João de Deus, pessoa que nunca identifiquei como parte do problema do nosso segundo escalão profissional.

Em 110 encontros como líder da equipa B, João de Deus ajudou a obter 43 vitórias (39%). Acrescento que as 40 derrotas (36%) na "era" João de Deus não diferem em muito das 20 (39%) desde que Luís Martins assumiu o cargo de treinador.

 

Mesmo com ligeiro ascendente para o trabalho de João de Deus, no que aos resultados diz respeito, é justo dizer que o problema da equipa B, nos últimos anos, nunca esteve circunscrito à qualidade dos treinadores ou dos respectivos plantéis mas sim a um défice de planeamento.

Plantéis com bem mais de 30 jogadores nunca facilitam o trabalho dos treinadores nem beneficiam a performance dos jogadores. Se tivermos em conta que a maior parte dos contratados não apresentam qualidade evidente que seja possível vislumbrar uma subida à equipa principal, torna-se inevitável questionar o porquê de fazerem parte do plantel.

Parece-me legítimo que se questione o porquê da vinda de muitos dos jogadores, estrangeiros mas não só. Será que é o preço a pagar pela relação privilegiada com este ou aquele empresário ou empresa de agenciamento? Simples erros de scouting? Podia fazer mais algumas perguntas mas parece-me que muitos não vieram pela sua qualidade ou potencial futebolístico.

 

Seja como for, o mal está feito. A pergunta que agora faço é; o que vem mudar com a criação de uma equipa sub-23? Respondo, em vez de aguardar pela resposta. Nada!

Excluíndo Ary Papel, o actual plantel já tem idade sub-23 e, previsivelmente, grande parte destes atletas transitarão para o novo projecto.

Por falar em projecto, compreendo as reticências do FC Porto em avançar para o campeonato sub-23. Não só porque se têm dado bem no modelo actual mas também porque a criação de um escalão intermédio entre os juniores e os seniores virá privar os atletas de algumas dificuldades potenciadoras do seu crescimento, que podem ser encontradas no contexto actual da segunda liga.

 

Entendo que há a necessidade de, em muitos casos, dar mais um/dois anos de maturação a um jogador que acabe de subir dos juniores. O choque com a realidade do futebol sénior (mais ainda no profissional) é forte e alguns não aguentam o embate. Facilmente se passa de bestial a besta, de uma potencial estrela a uma desilusão.

Posto isto e porque é uma conversa que vem dos meus tempos de jogador, questiono se não seria mais benéfico alargar o escalão júnior para sub-20 (actualmente é sub-19), permitindo assim aos menos preparados um ano mais de processo formativo que potencie depois o processo integrativo nos campeonatos profissionais.

É minha convicção que os atletas com 22 anos que disputem o campeonato sub-23 o farão, na sua grande maioria por não apresentarem qualidade para jogar ao mais alto nível e que, por isso, acabarão por nivelar por baixo a qualidade, limitando a evolução de jogadores mais jovens com potencial para outros voos.

Acho que está na hora de deixar de usar as equipas secundárias (sejam elas B's ou sub-23) como depósito de excedentes dos empresários e das equipas principais. Os jogadores precisam que se aposte neles e se tente fazer deles o melhor possível. É também disso que se faz o sucesso de um departamento de formação.

 

Ninguém me tira da cabeça que a saída das equipas B da Ledman LigaPro se deve mais à urgente redução de equipas da competição (que aumenta os custos anuais das equipas que lutam por objectivos desportivos reais) do que a qualquer outro motivo. A criação de um escalão que integre precisamente esses jogadores, de certa forma, valida a minha teoria. Desportivamente, não vejo grandes vantagens neste novo projecto, que mais não vai ser do que aquilo que já existia, noutro contexto competitivo.

 

No caso do Sporting, que é o que me interessa, acho mais importante lutar pelo alargamento aos três anos do escalão júnior, reduzindo custos com a dispensa de jogadores não quais não vejamos futuro ou evolução que sustente a continuação da aposta. Paralelamente a isto, há que potenciar a integração dos mesmos em equipas dos primeiros dois escalões nacionais, aumentando assim a quota de formados em Alcochete nos campeonatos profissionais.

Os menos maduros, teriam assim mais um ano para continuar o processo formativo e os restantes ficariam entre dispensas (podiam até ser colocados e clubes com uma cláusula de recompra), empréstimos e apostas para o plantel principal.

O desejável seria que o conjunto de jogadores com contrato profissional em idade sénior diminuísse para 40/50, em vez dos actuais 60/70.

 

Provavelmente as decisões já estão tomadas e não será agora, em cima do final da época mas também da preparação da próxima que estarão em cima da mesa novas abordagens ao tema mas espero que este contributo seja benéfico para a discussão.

 

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Sinais positivos, no meio de uma época terrível

A equipa do Sporting B está em zona de despromoção, não vence há nove jogos e tem a pior defesa da competição. O contexto não é ideal para o crescimento dos jogadores mas, nos últimos jogos, têm surgido alguns sinais positivos.

Um dos sinais mais tem chegado por parte de Pedro Marques. O avançado que deslumbrou no ano passado, na equipa de juniores, teve dificuldades em se impor na equipa B e, após um único golo em 800 minutos, distribuídos por 19 jogos (média de 42 minutos por jogo), conseguiu finalmente mostrar um pouco do que nos tinha oferecido no ano passado.

A transição para o futebol sénior não é fácil. É sempre complicado deixar de jogar com colegas e adversários da mesma faixa etária para passar a apanhar opositores com mais de 30 anos, alguns deles com uma década de futebol profissional "às costas".

Mais complicado se torna se "cais" numa equipa instável em termos de rendimento e estabilidade do onze base, onde os intervenientes pouca "química" demonstram entre si, fruto das suas mais diversas proveniências.

Neste final de época parece ter-se percebido que o rendimento aumenta proporcionalmente à maior quantidade de jogadores identificados entre si e com a matriz formativa do Sporting.

O Sporting não tem ganho, é verdade, mas o rendimento tem sido melhor, embora a defesa continue com dificuldades em estabilizar e ganhar confiança.

Nos últimos três jogos o Sporting jogou de igual para igual com três candidatos ao título, marcou seis golos, cinco deles da autoria de Pedro Marques, que termina esta temporada claramente em crescendo. São cinco golos em 248 minutos, um a cada 50 minutos de jogo.

Com o término praticamente certo da equipa B, espero que não saiamos com uma desprestigiante despromoção. Pela amostra recente, nota-se que há vontade em sair da situação actual e tenho a certeza que poderemos contar com o jovem avançado de 19 anos para evitar um final de campeonato abaixo da "linha de água".

 

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SPORTING CP 1-1 Benfica: derby enfadonho

Começo pela polémica, para ficar já arrumada. Houve três penaltis no jogo de ontem. Um sobre Bas Dost (claro, evidente e sem a devida acção disciplinar - amarelo para Ederson), um sobre Grimaldo (que poucos árbitros marcariam, devido à linguagem corporal do espanhol, que só caiu mais tarde, quando viu que não chegaria à bola) e outro sobre Lindelof (por estupidez de Bruno César que pode ser considerada experiência por alguns).

Ressalvo que os dois lances na área do Sporting aconteceram com um intervalo de 1:20 minutos e que, por isso, é natural que não fossem ambos assinalados mas, na minha opinião, são dois lances em que existe falta, mesmo que nenhuma seja tão evidente quanto a que originou o penalti convertido por Adrien.

 

Quanto ao jogo, o Sporting teve 15/20 minutos interessantes em todo o jogo, que coincidiram com o início de cada uma das partes, onde poderia ter feito pelo menos mais um golo para além do que conseguiu concretizar.

O Benfica disputou o jogo dentro do seu plano esperado e mereceu o empate.

 

A verdade é que o Sporting pouco fez do que podia para ferir a linha defensiva do Benfica. Deixámos que Bas Dost passasse ao lado do jogo na fase de construção e, com isso, limitámos imediatamente parte da influência positiva que Alan Ruiz pode ter no nosso jogo.

Gelson foi praticamente o único elemento desequilibrador da defensiva encarnada e os nossos laterais, não tendo estado mal defensivamente (até porque o adversário não causou grandes problemas e os que causou foram resolvidos sobretudo pela dupla de centrais), ofensivamente foram uma nulidade (a quantidade de cruzamentos para trás da baliza foi - é sempre - assustadora).

Muito bem, a dupla de centrais (Paulo Oliveira foi o melhor em campo) e também de agradou a dupla de meio-campo (não acompanho as críticas que li a William, para mim, o único em campo que nunca teve medo de ter a bola).

 

No geral, pareceram duas equipas com medo de fazer por ser felizes e isso prejudicou o espectáculo e defraudou as expectativas dos adeptos, sobretudo dos quase cinquenta mil que estiveram no Estádio José Alvalade. Claro que esta atitude se percebe da parte do Benfica mas, da nossa parte, sem qualquer pressão, exigia-se mais.

Naturalmente, isto sou eu a relativizar a importância do jogo pois creio que, lá dentro, a estrutura ainda teria uma réstia de esperança no título.

 

Perdida essa esperança ontem, espero que finalmente se comece a pré-época e que Jesus tenha visto como deve ser a qualidade dos jovens da equipa B que acabaram de golear o Vitória SC B por 3-0.

A qualidade mostrada por Ryan Gauld, Matheus Pereira, Francisco Geraldes, Gelson Dala e mesmo Ricardo Esgaio, João Palhinha ou André Geraldes, sem desprimor para os restantes, que também estiveram muito bem.

Sobretudo Ryan Gauld, pelo que fez durante mais 90 minutos, deixa-me um enorme ponto de interrogação sobre a capacidade de Jorge Jesus em avaliar qualidade e potencial. O escocês foi o melhor jogador em campo e mostrou, mais uma vez, toda a sua qualidade táctica, técnica e inteligência.

 

Termino voltando ao derby de ontem, apenas para salientar o enorme desportivismo e fair-play de todos os jogadores, de ambas as equipas e para criticar veementemente (mais uma vez) o comportamento dos adeptos do Benfica, que voltaram a entoar cânticos ofensivos, desrespeitosos, vergonhosos e, estes sim, incendiários. Parabéns aos adeptos do Sporting, que foram exemplares.

 

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Acabaram os jogos a feijões

Acabou a pré-temporada e, com isso, lá se vão os jogos de preparação. A partir de agora é a doer e esperei pelo fim desta "dupla jornada" para, em jeito de balanço, dar as notas finais da pré-época.

Foram dois jogos com semelhanças. Alternámos momentos bons, alguns até entusiasmantes, com momentos menos bons, parte deles até embaraçosos.

Nem dá para ficar eufórico com os bons nem deprimido com os maus. A verdade é que, sobretudo o jogo de ontem, teve condicionantes agravadas pelo jogo do dia anterior e, muito por isso, a segunda parte revelou um decréscimo de bons momentos.

Sempre que usámos o onze mais forte ou a maior parte dele, estivemos perto daquilo que de melhor mostrámos na época passada e isso é o mais importante.

Mesmo os erros pontuais de um ou outro jogador não são de valorizar em demasia.

 

O foco está já no próximo sábado e no Marítimo, o primeiro adversário da Liga NOS deste ano.

Em abono da verdade, nem o Marítimo tem o nível de 90% das equipas que defrontámos na pré-temporada nem o Sporting vale aquilo que mostrou na maior parte do período preparatório. O próprio Marítimo fez uma pré-época paupérrima em termos de resultados, tendo ganho apenas um jogo (ao Académico de Viseu) e perdendo com duas das três equipas que defrontou do principal escalão português.

Em casa, no próximo sábado, será o melhor Sporting que subirá ao relvado e, mesmo sem Slimani, castigado, acredito que levaremos de vencidos os insulares. O saldo dos últimos 7 jogos é-nos 100% favorável e, em casa, a média dos últimos quatro encontros é superior a 3 golos marcados por jogo (mesmo que tenhamos sofrido em três dos quatro jogos).

 

No geral, foi uma pré-época que deu bons indicadores no que interessava; o rendimento de algumas das segundas linhas, sobretudo aquelas que são novas no plantel. 

Alan Ruiz, Iuri Medeiros e João Palhinha, sobretudo estes três, para mim, mostraram-se preparados para ser úteis à equipa. O primeiro com direito a papel principal e os segundos certamente com utilidade no decorrer dos jogos.

Marcelo Meli teve alguns pormenores interessantes que farão dele, à primeira vista, mais útil do que Petrovic e até Bruno Paulista deu um ar de sua graça.

 

Certamente Jorge Jesus deixará as decisões finais para mais tarde, mesmo que isso o obrigue a trabalhar com um plantel extenso até 31 de agosto. A calma com que o Sporting tem actuado no mercado deixará as movimentações para a última semana e é aí que se vai desenhar o plantel que atacará a época 2016/17, pelo menos até janeiro, altura em que certamente estaremos atentos e activos no mercado.

 

Que role a bola e comecem os jogos a sério. Estou farto de jogos a feijões.

A propósito disso, hoje estreia-se a equipa B, na Academia, com o Portimonense, um dos principais candidatos à subida. Será certamente um bom jogo e um teste exigente logo na 1ª jornada. Para os que tencionam ir à Academia, façam-no cedo (mesmo cedo, pois constrangimentos devido à passagem dos corredores da Volta a Portugal podem mesmo só deixar entrar os adeptos às 16.30h) e levem almoço.

Curioso para ver aquilo que João de Deus tem preparado para esta temporada e algo expectante pelos novos valores que podem ser parte do nosso futuro.

 

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