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Grande Artista e Goleador

O adeus: três anos de Jesus

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Três anos e dois títulos menores depois, o Sporting e Jorge Jesus seguem finalmente caminhos distintos.

Uma supertaça (no primeiro jogo oficial ao serviço do Clube) e uma taça da Liga (esta época) são um legado demasiado modesto para tão credenciado treinador.

 

Nem tudo o que correu mal foi culpa de Jesus mas é impossível descartá-lo de culpas no capítulo desportivo.

Claro que o Sporting só não foi campeão em 2015/2016 por "acidente" e há até indícios graves que nos fazem reclamar uma vitória moral mas o que veio depois não deu continuidade ao que de tão bom Jesus trouxe ao Sporting o ano de estreia.

A novela da saída para o Porto no final dessa época reforçou-lhe a posição e, com o vínculo prolongado por mais um ano e aparente poder total sobre as decisões do futebol, Jesus borrou a pintura.

O Sporting começou a comprar caro e o orçamento para o futebol disparou de forma inversamente proporcional à qualidade do futebol apresentado mas, mais importante do que isso, aos resultados desportivos foram ainda mais insatisfatórios, com uma época completamente falhada em 2016/2017 e a deste ano bem longe daquilo a que obrigava o maior orçamento de sempre.

 

Ironicamente, a saída de Jorge Jesus acaba por ser melhor para o próprio do que para o Sporting. O momento conturbado que o clube vive colocará enorme pressão no novo treinador. Enquanto isso, JJ estará a "esfolar" milhões aos árabes, enquanto espera pelo despedimento de Sérgio Conceição.

A Jesus, obrigado pela época 2015/2016, mesmo que o título nunca venha a confirmar-se e o lamento por ter saído um ano mais tarde do que devia, embora entenda que não era uma decisão fácil despedí-lo com o Porto à procura de treinador.

Obrigado também pelo respeito que, enquanto homem e líder merece pela postura neste final de época e por ter abdicado do ano que lhe restava no contrato, facilitando a saída.

O resto, bem...o resto já lá vai. São três anos de esperanças renovadas e de uma política desportiva com a qual não concordo e à qual espero que não regressemos. Três anos sem festejar nada de relevante, factor merecedor de clara e ponderada reflexão.

 

Por agora, mais do que saber quem sucede a Jesus, é tempo de clarificar as questões extra-desportivas, assumindo sem problemas que se avizinha uma temporada muito difícil para o Clube, na qual é impossível não assumir que o sucesso desportivo da mesma se encontra, à partida, comprometido.

 

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SPORTING CP 2-0 P. Ferreira: Instabilidade? Só fora de campo!

Espero que a resposta de ontem seja para manter até final da temporada. Exibição muito segura da equipa do Sporting, contrariando dentro de campo o ambiente de instabilidade que se vive fora dele.

Sem fazer uma exibição fantástica ou particularmente exuberante, o Sporting teve sempre o controlo do jogo, controlou o adversário com bola e sem ela e não deixou que o Paços sequer se aproximasse da área de Rui Patrício.

Bryan desbloqueou o jogo, com um grande passe para Bruno Fernandes que, em esforço, desviou para Bas Dost encostar. 

Já no segundo tempo, foi Gelson a recuperar uma bola, trocar com Bruno Fernandes e assistir Bryan para o 2-0, que viria a ser o resultado final.

Nota para a estreia (com bons indicadores) de Wendel e para as boas exibições de Battaglia, Coates, Bruno Fernandes e, sobretudo, Gelson mas notas positivas também para Bas Dost e Bryan, por terem estado ambos em momentos decisivos da partida.

 

O prémio de MVP vai para Gelson, que voltou a ser o elemento de maior rendimento. Fez mais uma assistência, revelou bom entendimento e solidariedade com Ristovski e foi o habitual elemento desequilibrador da partida. Teve seis acções defensivas efectivas (as mesmas que Battaglia e apenas abaixo de Ristovski e Coates), mais do que Wendel, Bruno Fernandes, Bryan Ruiz e Bas Dost...juntos. Para além disso, tentou o remate por três vezes e fez dois passes para ocasião de golo, um deles concretizado por Bryan Ruiz.

 

Destaque para o décimo primeiro jogo consecutivo sem sofrer golos em casa nas competições nacionais (o último foi marcado pelo Braga, em novembro), nove deles na Liga NOS. Foi também o décimo segundo jogo para o campeonato sem sofrer golos em casa, em quinze jogos (só Estoril, Chaves e Braga marcaram em Alvalade).

 

Acerca das manifestações de apoio aos jogadores e apupos a Bruno de Carvalho, são apenas um reflexo daquilo que se tem passado nos últimos dias. Uma situação que tem fugido ao controlo do Presidente e que Jorge Jesus parece ter mediado com um compromisso e altruísmo que deve servir de exemplo.

O treinador do Sporting esteve impecável na gestão do conflito, no assegurar que os interesses do Sporting seriam salvaguardados e dando uma lição de comunicação inesperadamente clara e peremptória.

 

Quinta-feira há novo duelo com o Atlético de Madrid e novo teste à competência e união do grupo.

 

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SPORTING CP 1-3 Belenenses: Dass!!!

Faltam-me palavras para descrever o que vi ontem de manhã... Melhor, o problema nem é bem a dificuldade em adjectivar mas sim alguma indecisão na escolha das palavras.

O melhor é não complicar. Aquilo que se viu foi uma merda, uma valente merda e uma enorme falta de respeito.

Num jogo em que se podia alimentar uma ténue esperança no segundo lugar (mesmo que eu não fosse um dos crentes), o que fizeram jogadores e equipa técnica?!

Merda! Da grossa! Dormiram na forma durante mais de hora e meia, num jogo em que tínhamos obrigação e necessidade de vencer, mais não fosse para agradecer às mais de 45 mil almas que, numa manhã de domingo perfeita para um passeio na praia ou no parque, foram a Alvalade por amor, por paixão.

 

Ora, 45 mil apaixonados vão a um encontro com a sua cara metade e o que acontece?! Ele(s) borram a pintura toda!

Futebol constrangedor, sem chama, sem alma, sem entrega, sem empenho, sem qualidade (afinal o melhor é nem escolher os adjectivos mas sim largá-los todos)...

 

Até o nosso golo foi meio oferecido. 

 

Não há muito mais a dizer. Eu estou chateado, Bruno de Carvalho está chateado mas o treinador e muitos dos jogadores não parecem. Isso preocupa-me mas, quem sabe se não foi bom que acontecesse, para que o Presidente abrisse os olhos para algo que me parece evidente há meses aos olhos de muitos Sportinguistas.

 

Jorge Jesus nunca assumirá nada que não seja positivo ou para lhe encher o ego. Jorge Jesus trabalha para se afirmar pessoalmente e, num desporto colectivo, ainda para mais onde são os jogadores o foco maior do espectáculo, mais dia, menos dia, isso acaba por ser fatal.

Ontem foi mais uma vez desonesto e deselegante, tanto na flash interview quanto na conferência de imprensa. Todos têm a culpa de tudo, desde o jogador ao tratador da relva. Só ele sai sempre isento de culpas, num mar de erros que parecem juntar-se a conspirar contra ele, para boicotar a sua bela e perfeita obra, que nunca falha por incompetência própria.

 

Assumo que, sem ser a gota de água, a minha paciência está no limite. Jorge Jesus tem contrato e despedi-lo não custa "três tostões". Isso preocupa-me pois, neste momento, ele parece-me mais parte do problema do que da solução. Tendo-me parecido que Bruno de Carvalho chamou a si novamente a "pasta" do futebol, sabendo que Jesus gosta de ter carta branca nessa mesma "pasta" e tendo presente a ressalva da elevada indemnização em caso de despedimento...

 

Jesus é bom treinador e, mesmo não tendo o perfil que me pareça o mais adequado para o nosso clube, só vejo uma hipótese deste "casamento" dar certo para o ano. Bruno impõe 90/95% do plantel a Jesus, deixa-o contratar um daqueles bombons que ele tanto gosta mas que só se sabe se são bons depois de abrir (com o risco de saber que podem custar 1 milhão ou 10) e fecha-se a loja, apostando no que temos de bom e reinvestindo o dinheiro que fizermos com as vendas, seja de excedentários ou não, em posições verdadeiramente deficitárias (como as laterais defensivas, por exemplo).

Na verdade há outra solução. Despedir Jesus, com os riscos orçamentais que isso implicaria. Sim, porque despedir Jesus implicaria desinvestir no plantel, diminuindo a massa salarial e, quem sabe, voltando ao mais com menos (bem mais adequado a nós, diga-se).

 

Confesso que balanço entre ambas as opções mas já tenho uma inclinação. Para já, a única coisa que é certa é que Jesus passou de uma das melhores épocas de sempre (em termos de aproveitamento e não de resultados, embora com interferência clara de terceiros) para uma época abaixo da de Marco Silva, que foi fraca mas ainda assim melhor que esta a todos os níveis.

Tal como não gostei de ver Marco Silva, aquando da sua "estadia" no Sporting, desrespeitar quem lhe pagava o ordenado, também não me agrada ver hoje Jorge Jesus a fazer-nos passar por parvos. Sim, porque hoje apostar nos jovens era um risco mas, se a melhor segunda volta da sua carreira se concretizasse (como podia ter acontecido), ele estaria aí prontinho para colher todos os louros da aposta na juventude que ele nem queria que estivesse no plantel.

 

Sim, isto está a ir de rajada. Provavelmente já divaguei por aí e talvez já tenham percebido que, no fundo, a minha vontade é mandar um valente biqueiro no cu ao "Mestre da Táctica". Que "sa" foda!

 

Presidente, votei em si e no seu projecto. O seu projecto não está nem nunca estará refém de um treinador, por muito bom e caro que ele seja. Você já demonstrou que não tem dificuldades em escolher alguém competente para o cargo mas, atenção, também a si lhe falta alguma capacidade auto-critica e tento na língua (ou será na escrita). Estamos a duas jornadas de terminar a nossa época. Pense bem no que quer fazer para a próxima porque, não determinando nada (nós estaremos sempre aqui para o Sporting e ele é nosso outra vez), a próxima temporada pode ser decisiva para si. Da minha parte, tem carta branca para fazer com Jesus o que entender que seja melhor para o Sporting, custe isso o que custar. Pense bem e não desbarate a confiança que os Sportinguistas têm em si. Eu acredito que, com as directrizes certas, é para o ano, e nem é preciso mexer muito.

Para terminar, e porque isto vai longo, deixe lá o futsal. Perder uma final por 7-0 é mau, terrível, mas tomara o nosso futebol ter metade do sucesso e da competência que têm tido os nossos leões do futsal, desde os jogadores ao director da secção. 

 

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A conferência de imprensa quase perfeita

São incontáveis as vezes que já critiquei o discurso de Jorge Jesus e mais incontáveis ainda são as vezes que critico a postura da comunicação social portuguesa perante o treinador do Sporting mas, ontem, assisti a um exemplo quase perfeito daquilo que deve ser uma conferência de antevisão de um jogo.

 

É óbvio que quando o foco da imprensa é o jogo e o fenómeno puramente futebolístico, o trabalho de Jorge Jesus sai facilitado. Quando o interesse da conferência de imprensa é puramente futebolístico o treinador do Sporting expressa-se muito melhor e o "sumo" das suas intervenções certamente adoçará a boca à maioria dos adeptos de futebol, mesmo que não sejam do Sporting.

 

Claro que o papel dos jornalistas não é facilitar a vida a Jesus mas devem deslocar-se ao Estádio José Alvalade para qualquer conferência de imprensa com o objectivo de servir o fim a que esta se destina. Ontem foi quase perfeito e é tão bom quando corre desta forma. Vale a pena ouvir e espero que isto se repita, daqui para a frente. Claro e esclarecedor. Parabéns, Mister!

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Jesus, Palhinha e as redes sociais

No sábado, fiquei de tal forma chateado, triste e desiludido com mais uma derrota que nem ouvi nada relativo ao pós-jogo. Assim sendo, soube das declarações de Jorge Jesus pelo eco das redes sociais. A maioria entendeu que Jesus se libertou de responsabilidades, "sacudindo a água do capote", colocando assim o ónus da critica nos jogadores.

Penso pela minha cabeça mas até admiti a opinião exacerbada de alguns relativamente ao que disse Jesus. Conhecendo-lhe o histórico, não seria de enjeitar um "ataque" a Palhinha e à formação do Sporting em geral.

Dentro do que li e ouvi, poucos foram aqueles que não caíram na tentação de atacar o treinador do Sporting mas, os poucos que tiveram uma visão diferente da maioria são pessoas que considero, respeito a opinião e, na maioria das vezes, com quem concordo. Assim sendo, resolvi ouvir e tirar as minha próprias conclusões.

 

Os jornais de hoje falam todos em assunção de erro por parte de Jesus, algo que acaba por bater certo com a ideia com que fiquei do que ouvi.

Jesus disse: "Palhinha não levou o guião certo" e "isto paga-se caro", referindo-se à utilização dos jovens da formação no onze e na convocatória, referindo depois que "estamos a dar um passo atrás para depois dar dois em frente".

Terei de ter em conta que Soares foi titular e que, tal como eu referi na publicação de análise ao jogo, Jesus foi surpreendido por isso.

Tendo tudo isto em conta, parece-me que Jesus, de alguma forma, até desculpabiliza Palhinha. O treinador do Sporting não tem o dom da palavra e nem sempre é fácil entendê-lo mas julgo estar certo na análise.

Palhinha levou o guião errado (entregue por Jesus, que não contava com Soares na manobra ofensiva portista) e andou perdido durante meia hora, o tempo que terá levado até reajustar a estratégia, que depois seria corrigida ao intervalo com a entrada de Alan Ruiz, precisamente para explorar o espaço interior que eu já havia referido que ficou por explorar na 1ª parte, fruto da inclusão de Soares por parte de Nuno, em vez de mais um médio.

 

Poderei criticar ligeiramente o facto de Jesus dizer que jogar com jovens se paga caro, mas não acho justo dizer que Palhinha foi responsabilizado (mais do que devia) pelo mau resultado.

Mais do que os jovens da formação, têm sido outros jogadores a estar sob critica constante dos adeptos. Serão mais admissíveis os erros de Marvin, Schellotto ou qualquer outro mais experiente relativamente aos de Semedo ou Palhinha? Não me parece. Aliás, seguindo a lógica, seriam até menos admissíveis. Mas nunca vi Jesus dizer que jogar com laterais destes se paga caro. E está à vista de todos que eles são fracos.

Ora, para terminar, acho que Jesus não culpou Palhinha de nada e que até assumiu culpa pelo erro estratégico dos primeiros 45 minutos.

Sobre a aposta na formação, que não me parece de sua vontade nem do seu agrado, espero que tenha de a engolir, até porque acho que dará os dois passos à frente mais rápido do que pensa e, quem sabe, até mais rápido do que daria com outros, sobretudo aqueles que aconselhou a sua contratação.

 

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A entrevista de Jorge Jesus

Vamos por pontos:

 

- Assumiu erros próprios, algo que lhe fica bem;
- Falou nas arbitragens, como não podia deixar de ser, dado o imenso prejuízo que nos tem sido infligido;
- William e Adrien em sub-rendimento, e isso nota-se. "São o coração da equipa" (fim de citação);
- Falou no vídeo-árbitro e disse não compreender como podem haver equipas que não querem (podia ter ido mais longe e dizer que não entende porque é que as que ganham não têm interesse);
- Sintonia total com o Presidente num projecto de futuro;
- Continua a "martelar" que a estrutura, que tem de se solidificar, crescer e tornar-se mais forte;
- No futebol não vale tudo (e os rivais estão a tentar tudo para nos enfraquecer, dentro e fora de campo);
- Reforços pensavam que chegavam e eram eles e mais 10: falou em Marko, Joel, Elias e André, jogadores que têm interesses pessoais à frente dos colectivos. Estes jogadores têm mercado e estão a ser alvo de propostas;
- Disse que ficaríamos, passo a citar, "com 23 jogadores, com os 3 GR". Percebi que seriam 20 jogadores de campo mas não ficou claro;
- Vão regressar dois jogadores que fizeram a pré-época. Aposto em Iuri e Podence, já que o Chico não fez a pré-temporada;
- Praticamente confirmou o André Pinto para a próxima temporada;
- Para o ano vai tentar meter mais dois jogadores da formação no 11, como fez com Rúben e Gelson (quero ver isso)
- Markovic, assim que viu que não seria titular, deixou de "estar cá";
- Tem um modelo de jogo e de jogador, pelo que vai continuar a tentar moldar os jogadores em vez de se adaptar a eles (não o disse literalmente mas foi o que eu percebi);
- Admitiu ser mais fácil integrar jovens no Sporting pois, normalmente, entende ser um processo que demora entre 3/5 anos;
- Fezada clara no Alan;
- Dost é um profissional exemplar.

 

Agora é ganhar ao Paços e arrancar para uma segunda volta extraordinária, pois só assim chegaremos ao objectivo mínimo, que é o 2º lugar.

 

Fica a entrevista completa, com o agradecimento ao canal Portugueses Pelo Mundo:

 

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O padrão JJ

O exercício é simples: comparar as duas primeiras épocas dos últimos três clubes onde Jesus passou pelo menos dois anos e verificar o padrão. Invariavelmente, Jesus faz as segundas temporadas abaixo daquilo que faz no ano de estreia.

Padrão JJ.png

Centremo-nos nos valores percentuais entre as duas colunas, que reflectem a variação entre a percentagem de vitórias e pontos da primeira para a segunda temporada. Optei por centrar-me nestes dois parâmetros porque o item com maior reflexo na pontuação são os jogos que se ganham. Nos clubes grandes, isso ganha ainda mais peso, pois cada empate é encarado como se de uma derrota se tratasse.

 

Em Belém, na primeira época, Jesus qualifica o Belenenses para as competições europeias e perde para o Sporting a final da Taça de Portugal.

No segundo ano decresce o rendimento e o Belém não vai longe nas taças. Há, no entanto, o momento marcante da pré-eliminatória da Taça UEFA com o Bayern de Munique, em que a equipa de Jesus coloca muitas dificuldades aos alemães (0-3, foi o resultado da eliminatória).

 

No Benfica, as variações percentuais são próximas das verificadas em Belém. Depois de uma primeira época em que vence o campeonato e a Taça da Liga, com goleadas sobre ambos os rivais, Jesus vence apenas a Taça da Liga no segundo ano, desiludindo nas restantes competições.

 

A chegada ao Sporting teve impacto imediato, tal como se havia verificado na Luz. O Sporting entra na época a derrotar o rival na Supertaça e só não é campeão por mero acaso e alguns erros de arbitragem. Em condições normais, no Sporting, Jesus teria sido campeão e venceria também dois títulos no ano de estreia.

Esta época ainda vai a meio mas o Sporting já perdeu a hipótese de vencer quase todas as competições. Resta o campeonato, onde o Sporting está a 10 pontos da liderança (com uma jornada jogada da 2ª volta, o Benfica da segunda época era segundo, a oito pontos do líder).

Aqui as percentagens sobem um bocado, mantendo-se a tendência negativa que, esperamos, Jesus atenue no que resta da época. 

Mais uma vez, o "padrão JJ" faz-se notar. Reparem... Na segunda temporada na Luz, Jesus amealhou 73% dos pontos disputados na primeira volta e 67% dos pontos na segunda. Este ano, o Sporting fez exactamente 67% dos pontos da primeira volta, o que significa que, fazendo 73% dos pontos na segunda, o padrão manter-se-á perfeito, exactamente com as mesmas variações. Tal como em 2010/11, Jesus não será campeão e os hipotéticos 71 pontos a fazer esta temporada, em princípio, chegariam para ser apenas 3º classificado.

Acontece que, este ano, Braga e Guimarães apresentam um nível que os 4º e 5º classificados do ano passado não mostraram. A manter a média, o Braga fará mais 10 pontos do que fez na temporada passada e o Guimarães aumentará em 10 a pontuação do Arouca, 5º classificado da temporada anterior.

 

Só se Jesus contrariar consideravelmente a habitual tendência negativa das segundas temporadas é que o Sporting conseguirá a entrada directa na Liga dos Campeões. 

Caso o Porto mantenha a percentagem pontual, acabará a temporada com 77 pontos. No caso do Benfica, a manutenção do ritmo evidenciado fará com que termine a época com 85 pontos.

Tendo por base os tais 71 pontos, possivelmente insuficientes para entrar directamente na Champions, teríamos de fazer 42 pontos em 48 possíveis para lá chegar e nem o pleno até final da temporada chegaria para sermos campeões.

 

É tempo de arregaçar as mangas e trabalhar, se queremos que a temporada não seja um desastre total.

 

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2015/16 vs 2016/17

Na melhor das hipóteses, o Sporting fará este ano 51 jogos, tantos como os que realizou no ano passado. Com a eliminação das provas europeias e apenas as taças e o que resta do campeonato para jogar, só a presença nas duas finais garantirá o mesmo número de jogos.

A margem para errar é reduzida e cada derrota terá a partir de agora um peso gigantesco pois pode significar um atraso ainda maior no campeonato ou a saída de uma das restantes provas, onde nos assumimos como candidatos à vitória final.

Com 22 jogos disputados até ao momento, ganhamos menos e perdemos mais, marcamos menos e sofremos mais golos.

Nem faz sentido separar jogos de diferentes competições pois, se este ano tivemos duplas jornadas com Real Madrid e Borussia Dortmund, no ano passado, nos primeiros 22 jogos, já tínhamos jogado mais dois derbies que este ano e um exigente playoff de acesso à Champions. Diria que as dificuldades entre os primeiros 22 encontros de 2015/16 e 2016/17 andarão ela por ela. Vamos aos números:

15-16 16-17.png

A percentagem de vitórias deste ano é semelhante à da pior das últimas três épocas (2014/15, em que Marco Silva era o treinador), com a agravante de juntarmos mais 3 derrotas às averbadas há dois anos.

 

Relativamente à temporada passada, faz sentido analisar aquilo que foram também as primeiras 13 jornadas da Liga. A maior diferença prende-se com o facto de, na temporada passada, apenas tenhamos jogado o derby até à 13ª jornada (o clássico seria jogado apenas à 15ª). Vejamos as diferenças:

15-16 16-17 1.png

Na época passada, à 13ª jornada, éramos líderes isolados, ainda não tínhamos perdido e sofríamos metade dos golos. Os 69% de pontos conquistados estão muito longe dos 90% de há um ano e já temos tantas derrotas como em todo o campeonato passado.

Sabendo que as coisas não são lineares mas tendo consciência que a competitividade deste ano não difere muito da do ano passado, vou fazer um exercício especulativo, admitindo que o campeão fará pelo menos os 86 pontos que o Sporting fez em 2015/16. Ora, a nossa margem de erro até ao final do campeonato seria de dois empates, 4 pontos (dois no caso da pontuação do Benfica no ano passado ser igualada).

Há que admitir que será dificílimo recuperar estes cinco pontos, mesmo que ainda faltem 21 jogos. O Benfica pouco perde nos jogos frente às ditas equipas pequenas e será imperioso repetir o registo do adversário nesses jogos, para depois recuperar a distância no confronto directo, onde precisaremos da ajuda do Porto num campeonato que, ao contrário do do ano passado, poderá mesmo ser decidido entre três equipas.

Por último e deixando um lastro de esperança, recordo que basta fazermos aquilo que o Benfica fez da 13ª jornada (onde tinha sete pontos de atraso) para a frente. 28 vitórias e 1 derrota nos jogo que faltam...sem colinho.

 

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Está nas vossas mãos

Continua a apetecer-me "ensinar" o treinador, desancar nos jogadores e até apontar o dedo ao Presidente.

Continuo com vontade de dizer, vezes sem conta, que tão cedo não ponho lá os pés, mesmo sabendo-me ávido de lá voltar. Que não merecem a minha atenção, mesmo que desesperando por quarta-feira.

Isto tem uma explicação: o Sporting!

Porque é por ele que sou eterno apaixonado, porque é por ele que sofro e dele que espero alegrias.

Mas, porém, dependendo o bem-estar do Sporting de quem o representa, não posso deixar de me declarar (muito) insatisfeito com aquilo que a equipa de futebol e Jorge Jesus têm feito desde a fatalidade de Madrid.

 

Acabou-se a "chama", foi-se o coração, ficaram os fogachos e o amor e paixão dos que não jogam.

Não querendo ser demasiado duro, é preciso saber quais são os que vão para casa com vontade de desfazer a parede ao murro e diferenciá-los daqueles que chegam após mais um dia de trabalho.

Sim, é um trabalho, mas mexe com emoções. Com as minhas (nossas) e, alguns jogadores, sabem o que isso significa.

É a esses que peço que reúnam o grupo e expliquem, em definitivo, aos que chegaram e aos que já estavam (mas a quem ainda não caiu a ficha); isto é um Clube desportivo que, no futebol, arrasta multidões que amam verdadeira e loucamente o Rampante. Muitos colocam-no mesmo à frente de tudo nas suas vidas e o mínimo que merecemos é empenho, entrega, concentração e competência. Isso deve ser mais fácil quando, objectiva e comprovadamente temos qualidade para cumprir com estes quatro requisitos.

 

Bruno de Carvalho confiou em Jorge Jesus e deu-lhe carta branca para delinear a estrutura e grande parte da estratégia da mesma. Não interessa agora se esta atitude foi correcta ou errada.

Jesus é um dos mais bem pagos do Mundo na sua função e foi contratado para fazer do Sporting campeão. Para isso, viu poderes reforçados e pedidos satisfeitos.

Não há desculpas. As alternativas estão lá, as que ele escolheu, bem como as debilidades, que aparentemente este não identificou/valorizou.

Só peço que voltem a focar-se em nos orgulhar, ganhando sempre ou não. Saibam que nós, querendo vitórias, não exigimos mais que o brio profissional que vos é obrigatório, sabendo que nem sempre o vosso esforço e dedicação supera o do adversário. Trabalhem na devoção que, distintamente, falta a alguns e é essencial para que o vosso trabalho seja bem-sucedido aos nossos olhos. A glória virá por acréscimo e fará de vocês eternos, como bem viram com André Cruz na semana passada,

 

"A pressa é inimiga da perfeição"; "Depressa e bem, não há quem"; Nada mais errado. Está nas vossas mãos (e pés) provar que a sabedoria popular está errada, que se pode fazer bem e depressa, que se pode melhorar, obter resultados e manter o nível.

Sim, só "acordando" depressa e com um percurso bem próximo, mesmo a roçar a perfeição, a glória estará ao nosso alcance.

Falta muito. São 25 jogos em que a exigência estará no limite. Limite que vocês já estouraram na nossa tolerância. Se formos perfeitos, venceremos. Se vocês perceberem e interiorizarem o que isto significa para nós, é possível.

Não vou dizer que acredito mas, espero mudanças...para ontem. No final, pesaremos os lados da balança e ditaremos (cada um com a sua verdade) quem merece absolvição e quem é condenado no banco dos réus, sabendo que, antes disso, o destino do Presidente já estará traçado.

 

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JJ vs JJ

Jorge Jesus protagonizou no ano passado a melhor época de sempre em termos de pontos num campeonato a 34 jornadas. Bateu recordes mas não festejou um único título importante.

O início desta época tem vários pontos de contacto com a época passada.

 

Embora em competições diferentes, os primeiros nove jogos desta época copiam quase a papel químico os primeiros nove de 2015/16.

9 jogos, 6 vitórias, 1 empate e 2 derrotas. 11 golos sofridos e apenas nos golos marcados as coisas diferem; marcámos este ano 19 golos, mais cinco que os 14 da época passada.

Ambas as derrotas do ano passado são nas competições europeias e, ao nono jogo, ainda não tínhamos perdido para a Liga, embora só cinco dos 9 jogos tivessem sido disputados nessa prova (contra os sete deste ano).

 

Comparemos agora as primeiras sete jornadas de 2015/16 e 2016/17:

- o mesmo número de vitórias (5)

- em ambas as épocas perdemos pontos em dois jogos

- um empate e uma derrota este ano (16 pontos)

- dois empates no ano passado (17 pontos)

- 16 golos marcados este ano (mais dois que os 14 da época passada)

- 9 golos sofridos este ano (mais quatro que os 5 de 2015/16)

 

Não há motivos para alarmismos e, quem sabe, o ter de correr atrás nos foque ainda mais. Também no ano passado éramos segundos, embora em igualdade pontual com o Porto, líder à sétima jornada.

 

Joguem as selecções e venha o Famalicão.

 

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Espero que haja mais Sporting que JJ

O primeiro jogo da época é sempre um jogo de nervos. Depois de um mês de pré-temporada, o primeiro jogo da época é sempre uma incógnita.

Num grande clube, como o Sporting, entrar bem não é uma conveniência mas sim quase uma obrigação. A verdade é que, quando o fizemos em casa, raramente vacilámos.

Nos últimos 20 anos, foram 9 as vezes que debutámos em casa. 8 vitórias e uma derrota, um registo antagónico ao do nosso actual treinador, mesmo enquanto treinou o rival da 2ª circular.

 

SPORTING CP

 

2000/01 - 1-0 vs Farense

2001/02 - 1-0 vs Porto

2004/05 - 3-2 vs Gil Vicente

2005/06 - 2-1 vs Belenenses

2006/07 - 3-2 vs Boavista

2007/08 - 4-1 vs Académica

2008/09 - 3-1 vs Trofense

2011/12 - 1-1 vs Olhanense

2013/14 - 5-1 vs Arouca

 

De Jorge Jesus estão apenas contabilizados os jogos no principal escalão nacional. Em 6 encontros, apenas por uma vez ganhou, na última época ao serviço do Benfica. É para manter esse registo e não para voltar aos antigos, mister.

 

JORGE JESUS

 

1995/96 - Felgueiras 2-2 Chaves

1999/00 - Est. Amadora 0-3 Belenenses

2009/10 - Benfica 1-1 Marítimo

2010/11 - Benfica 1-2 Académica

2012/13 - Benfica 2-2 Braga

2014/15 - Benfica 2-0 P. Ferreira

 

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Tchau, Suiça, não vais deixar saudades

O estágio na Suiça não correu como nós, adeptos, esperávamos. Resultados nada animadores e pouco futebol. Nada de anormal em tão prematura fase da época mas, a cara de quem perde não pode ser igual à de quem ganha.

 

Em contraponto, acredito que tenha servido para o treinador tirar algumas conclusões, tendo em vista a composição do plantel para a temporada que se segue. Não vou tecer comentários sobre quem deve ficar ou sair, até porque, para quem não vê os treinos nem sabe ao certo o que foi pedido aos jogadores, essa se torna uma tarefa meramente especulativa. Ressalvo apenas que ficou óbvio que Ryan Gauld não conta. E não falo de agora. Gauld nunca contou para Jesus e parece ter ido para estágio a 'pedido'. Foi e não jogou (5 minutos não contam) e, se era para ser assim, mais valia estar a treinar com a equipa onde irá jogar esta época (e não quero acreditar que será na nossa equipa B).

 

Quanto aos restantes 28 jogadores, tenho a certeza que Jesus riscará imediatamente os que não interessam e, chegados 4 campeões europeus, ficarão apenas a faltar algumas afinações para que entremos na temporada como se deseja, ganhando.

 

O melhor do estágio? Os adeptos, que nunca faltaram com apoio e deram constantemente banhos de Sportinguismo aos jogadores e restante staff, técnico e directivo. Vendo sob este prisma, e porque me pareceu que, nos últimos dias, a 'alegria' já não era a mesma, aproveito para relembrar que foram quase 3 semanas de trabalho intenso, dos quais 10 dias fora de casa, sem a família e com disponibilidade total para os adeptos, algo que intensifica o cansaço.

 

Resta esperar que o regresso corra bem e que um ou dois dias de folga sejam suficientes para recarregar baterias, até porque no próximo sábado o jogo é em Alvalade, de apresentação aos adeptos, e tenho a certeza que a intenção é fazer um bom resultado frente ao Lyon.

 

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