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Grande Artista e Goleador

Homenagear o Rei com a verde-e-branca de volta à estrada

Entre hoje e domingo disputa-se o 39º Grande Prémio Internacional de Torres Vedras. O tradicionalmente conhecido como Grande Prémio Joaquim Agostinho, todos os anos homenageia o falecido ciclista português, o maior símbolo do ciclismo português e um dos maiores do Sporting Clube de Portugal.

 

Este ano, com a participação especial da equipa do Sporting / Tavira, em preparação acelerada para a Volta a Portugal. Digo especial, sobretudo para os Sportinguistas que, devido a Agostinho desenvolveram amor ao Sporting e ao ciclismo.

 

Não sou desse tempo, mas desde sempre fui confrontado com as memórias do "Quim Cambalhotas", que depressa se converteu num "monstro" das bicicletas.

 

Dotado de uma força fora do normal, espero que o espírito de Agostinho transmita a que os atletas do Sporting / Tavira precisarão para vencer a tão ambicionada volta a Portugal.

 

Vidal Fitas convocou Hugo Sabido, Rinaldo Nocentini, Shaun Nick Bestler, David de La Fuente, Júlio Gonçalves, Mário González e Jesús Ezquerra. Provavelmente aquele que será o núcleo duro para a prova rainha do ciclismo nacional.

 

A prova terá em competição mais de uma dezena de equipas continentais, entre elas as nossas principais adversárias na Volta a Portugal. Enfrentaremos por isso um teste sério à capacidade da equipa.

 

Segue a descrição das etapas:
Prólogo: Turcifal – Turcifal, 8 km. Partida 1.º corredor: 17h00
1.ª etapa: 11h45, Ventosa (Adega Cooperativa) – Alto de Montejunto, 16h05 | 179 km
2.ª etapa: 12h45, Palhagueiras (Santos & Santos) - Torres Vedras (circuito), 16h30 | 154,3 Km
3.ª etapa: 12h15, Atougia da Baleia – Carvoeira (parque eólico), 15h50 | 147 km

 
 
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Foi há 31 anos

Faz todo o sentido recuperar este momento da história do Sporting!

Neste ano, como já aqui vos dei a conhecer, o hóquei foi a equipa do ano e o percurso Taça CERS o momento da época.

De forma clara, os prémios Honoris Sporting vieram confirmar que este foi o sentimento generalizado entre os Sportinguistas.

Por isso, hoje é dia de efeméride.

7 de Julho de 1984, menos de um ano antes do meu nascimento.

O Pavilhão de Alvalade rebentava pelas costuras para receber o Novara na 2ª mão da final da Taça CERS.

Após a conquista da Taça dos Campeões Europeus em 1977 e da Taça das Taças em 1981, faltava ao Hóquei em Patins do Sporting Clube de Portugal a Taça CERS, para completar o seu brilhante palmarés europeu.

Treinados pelo mítico António Livramento, este era o plantel leonino que se preparava para fazer história: Ramalhete (gr), José Rosado, Carlos Realista, Pedro Trindade, Luís Nunes, Campelo, Sérgio Nunes, Camané, Fernando Gonzada, Carlos Serra (gr) e Parreira (gr).

O percurso até à final

O sorteio não foi nada amigo para o Sporting e para a primeira eliminatória coube-lhe em sorte a forte equipa espanhola do Noia. Era importante começar bem a campanha, e aproveitando o facto da primeira mão ser em casa o Sporting ganhou logo um bom avanço na eliminatória ao vencer por 5–0. O Noia bem tentou reagir na segunda mão em sua casa, mas voltou a perder, desta vez por 4–1.

Nos 1/4 Final o Sporting jogou com a frágil equipa francesa do Gujan, como a motivação não era grande face a um adversário tão fraco, o Sporting procurou motivar-se batendo recordes de goleadas, o que fez logo em Alvalade na primeira mão por 33–1, resultado que permaneceria durante onze anos como recorde nas competições europeias de Hóquei em Patins. Na segunda mão o Gujan voltou a ser cilindrado, desta vez em casa por 23–4.

A passagem para as meias-finais tinha sido de facto calma e tranquila, mas agora as coisas iriam mudar, pois pela frente o Sporting tinha a poderosa equipa do Voltregá velha conhecida dos Leões.

O equilíbrio esperado foi logo evidente na primeira mão com o resultado em Alvalade a ser favorável ao Sporting por 10–9, resultado que traduzia uma deslocação bem complicada ao infernal ambiente da localidade catalã.

Contudo, no segundo encontro, o Sporting actuou com uma enorme eficácia, gelando literalmente o ambiente e vencendo por uns claros 6–3. Estava assim aberto o caminho para a Final onde pela frente o Sporting teria a complicada equipa italiana do Novara.

A final

Numa Final disputada a duas mãos, coube ao Sporting ir jogar primeiro a Itália, e numa partida que teve muito de râguebi e pouco de hóquei e onde o Sporting até começou por marcar primeiro. O Novara fruto de um jogo extremamente violento com apoio verdadeiramente infernal do seu público, ganhou por 4–1.

As grandes decisões estavam então marcadas para o Pavilhão de Alvalade no dia 7 de Julho de 1984.

Fruto de um hóquei espectacular e envolvente o Sporting chegou ao intervalo a vencer por 4–0, tendo vulgarizado uma equipa que dispunha de quatro internacionais italianos e um internacional argentino.

Depois do intervalo, o Novara tentou reagir e marcou logo no inicio da segunda parte, empatando assim a Final em 5–5, mas os dois golos de Sérgio Nunes que se seguiram fizeram sentir a todos que a Taça era mesmo para ficar em Alvalade, tendo o resultado final acabado por ser de 11–3 (12–7 no total).

Com este feito o Sporting tornava-se no primeiro Clube da Europa a vencer as três taças europeias de Hóquei em Patins (Taça dos Campeões, Taça das Taças e Taça CERS).

Curiosidades

Este dia foi o culminar de uma semana extraordinária para o Sporting Clube de Portugal, depois de Fernando Mamede ter batido o recorde mundial dos 10000 metros (2 de Julho) e de Paulo Ferreira ter vencido uma etapa na Volta a França (3 de Julho), num ano extremamente difícil que levou a equipa do Sporting ao Tour sem o seu líder, Joaquim Agostinho, após a trágica morte na Volta ao Algarve.

Agostinho, a força bruta que nos enche de orgulho

"Quando se começa aos 25 anos no ciclismo não se pode esperar grandes surpresas do ponto de vista técnico. Começa porque se acha que se pode dar algo de diferente e começa-se porque há vontade. Vontade e força. Assim era Agostinho. O seu mecânico de sempre, Francisco Araújo, chamava-lhe 'matacão' em cima da bicicleta. "Ao início, tinha grandes dificuldades pelas quedas que dava e pelo perigo que representava para os outros ciclistas", explica o ex-companheiro de equipa Marco Chagas. Agostinho não era esteticamente ou tecnicamente evoluído e por isso agarrou-se à força - ainda que, ao contrário do que muitos contam, não tenham sido as sacas de cimento a fazerem a diferença. "Muitas coisas se conta sobre Joaquim Agostinho que não são verdade. Por exemplo, diziam que ele treinava com sacas de cimento em cima da bicicleta. Isso não e verdade. Ele nunca fez isso", salienta Leonel Miranda, antigo ciclista e companheiro de Agostinho, também ele nascido na zona oeste de Lisboa. Desmistificou-se uma das muitas ideias do mito que, no seu jeito desajeitado, conseguiu arrebatar três Voltas a Portugal, um segundo lugar na Volta a Espanha e 13 participações na Volta a França. Chama-se força, de vontade e de pernas, suficiente para ter um busto em sua honra no Alpez d'Huez, uma das subidas mais conceituadas da Volta a França."

O texto foi publicado na edição desta semana do Jornal Sporting e dá o mote para o assunto de hoje: o início do Tour, a prova velocipédica mais mediática do panorama internacional.

Rui Costa, Nélson Oliveira, José Mendes e Tiago Machado serão os representantes nacionais na edição deste ano, que tem início hoje e termino no dia 26 de Julho.

Ano este, em que as expectativas sobre Rui Costa são maiores do que nunca. Depois do terceiro lugar no Critérium du Dauphiné, onde foi 3º e venceu uma etapa de alta montanha de forma extraordinária sobre Vincenzo Nibali, o vencedor do Tour 2014, tudo indica que teremos o português em boa forma.

O espectáculo estará, à partida, garantido. Quando, para além do português, temos Nibali, Contador, Quintana, Froome, van Garderen, Valverde, entre outros animadores de etapas, nada mais se pode esperar do que ciclismo do mais alto nível.

Rui Costa tem um potencial incrível, tem evoluído bastante e apesar do feito inédito e histórico que foi a conquista do Campeonato do Mundo em 2013 e de três vitórias no Tour, não tem ainda resultados nas grandes voltas que o aproximem daquilo que foi Joaquim Agostinho.

Começo por dizer que isto nada tem de depreciativo para o Rui e que não é uma tentativa de eternizar Agostinho como o maior de sempre apenas pela ligação clubística ao Sporting Clube de Portugal.

Desejo profundamente que o Rui Costa possa atingir o patamar de Agostinho e, quem sabe, superá-lo mas, neste momento, não está nem perto do 'matacão'.

Agostinho participou em 13 Voltas a França, foi por duas vezes 3º e apenas por quatro vezes não terminou nos 10 primeiros, tendo vencido, no total, quatro etapas.
Na Volta a Espanha participou 4 vezes, tendo terminado nos 10 primeiros em três delas. Venceu 3 etapas e foi 2º da geral numa das participações.

Rui Costa é o 4º do ranking UCI e um dos melhores do pelotão Mundial mas, para além da medalha de Ouro no Campeonato do Mundo de 2013 e das quatro vitórias em etapas do Tour, nada provou ainda numa das três grandes voltas, onde nunca integrou um lugar nos 10 primeiros. As 3 vitórias consecutivas na Volta à Suíça são um feito importante mas sem o relevo de um grande resultado numa prova do chamado Grand Tour.

Aos quatro portugueses, e em especial ao Rui Costa (pela sua relevância e ambição na prova) desejo um excelente Tour de France e espero que todos dignifiquem o nome de Portugal atingindo os seus objectivos colectivos e pessoais.


Já agora, se gostaram do post, dêem uma vista de olhos neste, publicado no ano passado, e que recorda as participações dos portugueses no Tour, com especial destaque para Agostinho e para o Sporting.

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