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Grande Artista e Goleador

Ainda a tempo de repor a verdade

Já passaram mais de duas semanas desde que Portugal perdeu a oportunidade de se sagrar campeão europeu de sub-21 e só agora me passou pelos olhos um artigo que repôs alguma justiça.

William Carvalho foi o melhor jogador do torneio e o único dos atletas do Sporting a merecer a honra de figurar no 'onze' da competição.

Foram, a meu ver, cometidas duas injustiças: a não inclusão de João Mário e Paulo Oliveira nesse mesmo 'onze'.

Pois, se quanto a João Mário, não vi quem olhasse as coisas pelo mesmo prisma que eu, o mesmo não aconteceu com Paulo Oliveira.

O artigo é do site Outside of the Box e esta foi a avaliação do defesa central do Sporting.

"Invadindo a primeira equipa de Portugal ainda este ano, Oliveira foi um de vários do lado de Portugal que chegaram ao torneio com montes de experiência. Oliveira foi indiscutivelmente o melhor defesa do torneio, comandando a rectaguarda de Portugal que apenas concedeu um golo em toda a competição. O epítome do defesa central moderno, Oliveira pareceu extremamente confortável com bola e foi a principal razão pela qual Portugal acumulou tanta posse de bola e iniciou os ataques a partir da sua área."

Reposta que está a verdade, resta aguardar que Oliveira encontre o parceiro ideal para liderar a defesa leonina rumo ao título nacional.

Ainda não foi desta

Portugal Sub 21.jpg

«Em dez jogos eles provavelmente vão ganhar mais vezes do que nós. São uma equipa fantástica, com jogadores espantosos.»

As palavras são de John Guidetti, avançado sueco, e são uma boa forma de resumir este europeu.

Fomos a melhor equipa mas ontem foi o dia de jogar um daqueles dez jogos em que não se vence.

Estou triste, naturalmente.

Sobretudo porque tínhamos capacidade para vencer em apenas 90 minutos. Quando o jogo seguiu para o prolongamento os suecos cresceram, sobretudo em termos anímicos.

Não eram favoritos e fizeram tudo desde o início para que o jogo acabasse nos penaltis sendo o que deus quisesse.

Pois bem, não fomos eficazes da marca dos 11 metros e a Suécia acabou a festejar.

Parabéns aos suecos e aos portugueses, em especial aos sete magníficos que representaram e bem o nome do Sporting Clube de Portugal.

Hoje há mais

Enquanto por cá se tenta desvalorizar William Carvalho, lá fora há quem lhe dê o devido e real valor.

A análise é de Josh Ashdown, após o jogo com a Alemanha e eu vou tentar traduzir, para que todos a ela tenham acesso (se alguém com melhor entendimento do Inglês do que o meu detectar erros graves, que se chegue à frente).

"Houve um momento - bem, na verdade foram vários, mas um sobressaiu - no Estádio Andruv, sábado à noite, que resumiu o domínio absoluto de William Carvalho sobre o meio campo da Alemanha na humilhação dos favoritos por 5-0, aos pés de Portugal. A bola caiu perdida a meio do meio-campo português. Dois alemães caíram sobre ela mas, em apenas dois passos, o jogador do Sporting bateu ambos como que esmurrando-os. Uma ligeira oscilação depois e os dois jogadores de branco estavam sobre a relva, os seus desarmes tinham desaparecido no ar e Portugal estava a caminho de um novo contra-ataque.

Num Campeonato da Europa de Sub-21 onde as performances colectivas se têm sobreposto às individuais, Carvalho e o seu colega de equipa Bernardo Silva, dois diamantes diferentes no meio-campo português, têm sido os destaques individuais. Qualquer onze ideal escolhido após a final de 3ª feira deve ter exactamente o esquema táctico que Rui Jorge usa para a sua equipa.. Fazer outra coisa será subestimar o impacto deste par.

Horst Hrubesch tentou combatê-los jogando com os dois homens que havia colocado no meio-campo defensivo em 4-2-3-1 na fase de grupos - Emre Cam e o jogador do Bayern de Minuque, Joshua Kimmich - como homens mais avançados num 4-1-4-1 mas isso simplesmente serviu para oferecer a Carvalho maior espaço para explanar todas as suas capacidades. O treinador da Alemanha recorreu à sua estratégia habitual na segunda parte mas sem sucesso.

Can, em particular, teve com o jogo um castigo severo. O jogador do Liverpool fez um bom torneio no meio-campo mas a diferença entre ele e Carvalho é abismal. A este nível, Can tem grande presença - está fisicamente um ou dois passos à frente da maioria na sua faixa etária - mas empalideceu perante a do o seu homólogo português, cuja influência é tal que parece ter a sua própria gravidade, passando todo o jogo conformado e curvado perante a sua atracção.

Arsenal e Manchester United foram associados a Carvalho no verão passado, quando este foi chamado à equipa de Portugal para o Campeonato do Mundo do Brasil. Miguel Veloso, João Moutinho e Raúl Meireles inicialmente afastaram-no da equipa mas ele acabou por iniciar o jogo final da fase de grupos, contra o Gana, naquela que acabou por ser a única vitória de Portugal no torneio.

Na altura, ele não escondeu o desejo de jogar em Inglaterra ou Espanha mas a cláusula de rescisão de 45M€ foi suficiente para afastar os pretendentes. Fica evidente neste torneio que era uma pechincha.

Arsenal e United requisitaram credenciais para observar o torneio mas não estão sozinhos - Bournemouth, Aston Villa, Bolton, Brentford, Brighton, Burnley, Charlton, Crystal Palace, Everton, Fulham, Liverpool, Manchester City, Middlesbrough, Reading, Southampton, Stoke, Sunderland, Swansea, Tottenham, Watford, West Ham e Wolves também o fizeram, já para não falar de Milan, Ajax, Dortmund, Atlético Madrid, Internazionale, Barcelona, ​​Bayern de Munique, Juventus, Paris Saint-Germain entre muitos outros grandes clubes da Europa.

É impossível que não tenham ficado impressionados. Carvalho, que na fase de grupos cobriu mais terreno do qualquer outro jogador, mesmo que às vezes não pareça forçado a mais do que uma simples corrida, eclipsou não apenas Can e Kimmich em Olomouc mas também Johannes Geis, que entrou no torneio com uma reputação crescente, e Max Meier, o substituto de Geis ao intervalo.

Pierre Hojbjerg, que espera fazer parte da equipa principal do Bayern de Munique, de Pep Guardiola, na próxima época, falhou miseravelmente a tentativa de se impor na meia-final em que a Dinamarca perdeu frente à Suécia. Há um extraordinário médio neste torneio e é o nº6 de Portugal.

O único rival do jogador de 23 anos pelo prémio de melhor jogador do torneio é o seu colega de equipa. Depois de ver limitadas as suas opções no Benfica, Bernardo Silva foi contra o fluxo geral de saídas do Mónaco e chegou ao Estádio Loius II por 15.75M€, em Janeiro. Enquanto Carvalho fornece um controlo elegante, sem esforço - fez mais passes  do que qualquer outro - Silva é especialista em evitar adversários. Os dois da frente de Portugal jogam quase como extremos fazendo do nº10 essencialmente um pivot atacante.

Quando ele foi substituído cinco minutos após o intervalo, já Portugal tinha quatro golos de vantagem, foi ovacionado de pé por grande parte da assistência neutra. A mudança significou uma troca para algo parecido com um 4-4-2 para a equipa de Rui Jorge, oferecendo a Carvalho a oportunidade de mostrar a sua versatilidade - uma carga do lado direito chamou particularmente a atenção e logo após a hora recuperou mais uma bola perdida e deu três toque antes de disparar por cima da barra onde outros teriam simplesmente avançado desenfreadamente para a baliza.

Se Portugal conseguir ganhar o Europeu Sub21 pela primeira vez, em muito o devem ao homem do Sporting. Independentemente do resultado, os grandes da Europa têm muito em que pensar."

Resumindo, é isto:

Para mais tarde recordar

Nunca duvidei da capacidade da nossa selecção para eliminar a Alemanha.

Mais, sempre tive a convicção de que jogaríamos a final.

Mas nunca me passou pela cabeça que o fizéssemos com uma goleada.

Classe, temos para dar e vender. Experiência também. Segurança, idem. Mas esta eficácia não é habitual.

Esperava vencer pela margem mínima, até porque ainda não tínhamos marcado mais do que um golo por jogo.

Não foi assim e pudemos assistir a uma vitória categórica dos nossos miúdos, quase todos eles com capacidade para lutar por um lugar na principal selecção.

PAULO OLIVEIRA foi, mais uma vez, o verdadeiro 'BOSS'. Ganhou todos os duelos e impôs respeito aos alemães. Jorge Jesus precisa efectivamente de um patrão...felizmente, não será necessário gastar dinheiro.

TOBIAS FIGUEIREDO foi o complemento perfeito ao patrão Oliveira. Esteve, também ele, intratável nos duelos e a defesa não tremeu.

RICARDO ESGAIO continua a marcar pontos como defesa direito. Percebe como poucos os momentos em que deve ou não subir no terreno e defende com competência. Levou um amarelo necessário e foi sempre mais seguro que o colega do lado esquerdo.

WILLIAM CARVALHO, para nós, que o conhecemos, foi igual a si próprio. Correu mais de 11.5 quilómetros e foi a mancha que 'engoliu tudo no meio-campo. Todas as jogadas saem dos seus pés e se, para nós, é tudo normal, para outros não.
A UEFA voltou a designá-lo como o melhor em campo e a reacção dos adeptos a cada toque na bola é elucidativo disso.

JOÃO MÁRIO foi um dos melhores em campo. Para mim foi mesmo o melhor, mas é difícil nomear apenas um jogador numa equipa que esteve em tão bom plano colectivo.
Assistiu, marcou e passeou classe com os seus pés de veludo.

Bernardo voltou a mostrar grande qualidade. Sérgio Oliveira, muito bem. Ricardo e Cavaleiro marcaram. José Sá voltou a manter as redes invioláveis.

Fomos enormes e o vigésimo jogo sem perder pode significar um inédito título europeu com selo de qualidade 'made in Alvalade'.

Empate com estrelinha

Diz-se habitualmente que a 'estrelinha' da sorte protege aqueles que estão destinados ao sucesso. Se assim for, grandes feitos esperam esta equipa portuguesa de sub-21.

José Sá e a ineficácia transalpina foram garante de um ponto e da manutenção no primeiro lugar do grupo.

Foram utilizados 6 dos 7 leões em competição (apenas Tobias Figueiredo não saiu do banco de suplentes).

PAULO OLIVEIRA

Mais um jogo praticamente perfeito. Formou boa dupla com Ilori e, quando não foi Sá a brilhar, Paulo Oliveira esteve lá.

RICARDO ESGAIO

Apesar da sua versatilidade, nunca pensei que Esgaio se fixasse em definitivo na lateral defensiva. O empréstimo à Académica revelou-se acertado. Permitiu-lhe ganhar rotinas no lugar e parece cada vez melhor. Apenas uma falha já nos descontos que nos podia ter sido fatal, mas o italiano falhou.
Para mim, está pronto para se assumir como concorrente sério ao lugar na época que se avizinha.

WILLIAM CARVALHO

Não foi aquele William demolidor. Parece desgastado e acho mesmo que devia ter sido substituído para não forçar uma lesão.
No entanto, não deixou de ser o esteio do nosso 'miolo' e teve laivos dignos de Sir. King Carvalho.

JOÃO MÁRIO

Mesmo que descaíndo para a direita, tal qual extremo, João Mário foi competente e podia, novamente, ter sido ele a resolver o encontro. Falhou de forma incrível por não ser dos mais competentes naquela zona, onde se esquivou de usar o pé esquerdo.
Tem tudo para melhorar e a finalização é aspeto a rever se quer subir um patamar em termos de qualidade.

CARLOS MANÉ

Exibição apagada e, na minha óptica, devia ter sido substituído (só não o foi por gestão física de outros elementos da equipa). Teve um rasgo à Mané mas falhou no remate.

IURI MEDEIROS

O açoriano começa a pedir a titularidade. Entrou bem mas algo precipitado. Agitou as águas mas nem sempre tomou as melhores decisões numa altura em que, com Gonçalo Paciência em campo, se pedia mais a sua presença na área. Em cima do minuto 90, obrigou o redes italiano a uma boa defesa.

Nota de destaque para José Sá, Tiago Ilori e Bernardo Silva.

Inacreditável como um guarda-redes da qualidade e fiabilidade de José Sá passou uma época completa na 2ª Liga!

Tenho mais pena da saída de Ilori do que de Dier. Seguro, tem complexão física invejável, aliada a uma excelente flexibilidade, agilidade e bom jogo aéreo. Pena que tenha dado primazia ao dinheiro.

Bernardo Silva é um craque. Relação excelente com bola. Não é um Messi mas tem um controlo de bola em progressão fantástico. No dia em que decidir melhor o tempo de largar a bola, será top mundial.

João Mário resolve...Jesus sorri.

Confesso não saber se Jesus sorriu ou não. Quanto a João Mário, decidiu mesmo o encontro com a Inglaterra, para o Euro sub-21, marcando o único golo da partida.

Jogo impecável de Paulo Oliveira.

Esgaio esteve certinho, tanto defensivamente como no apoio ao ataque.

William foi o King e basta ver o que os 'bifes' disseram dele ontem no twitter para aferir a sua qualidade.

João Mário marcou o golo mas foi bem mais do que isso.

Iuri entrou muito bem e fez mais em cerca de 20 minutos que Ivan Cavaleiro.

Mané jogou pouco tempo e acabou por não dar muito nas vistas.

Chegaram a estar em campo 6 jogadores formados no Sporting (Ilori, Esgaio, William, João Mário, Iuri e Mané).

Estiveram em campo em simultâneo 6 dos 7 jogadores do Sporting convocados por Rui Jorge (Paulo Oliveira, Esgaio, William, João Mário, Iuri e Mané).

Não tenho dúvidas: Jesus sorriu e, acrescento eu, terá pensado..."Vou ter talento de sobra!"

Nota 10

sub 21.jpg

A selecção nacional sub-21 venceu a Holanda por 5-4 num daqueles jogos que deixa os treinadores à beira de um ataque de nervos.

A concentração necessária para encarar um jogo desta importância só durou 13 minutos, altura em que Rúben Vezo inaugurou o marcador.
Portugal perdeu a concentração, pois achou que estava tudo decidido e a Holanda deixou de estar concentrada pois a urgência de marcar era tanta que deixou de haver qualquer tipo de discernimento na abordagem à maioria dos lances.

Todo o jogo foi jogado numa toada de parada e resposta que acabava por dar obrigatoriamente golos em ambas as balizas, tal era a desconcentração defensiva que ambas as equipas apresentavam.

Aos 20 minutos, Rúben Neves respondeu ao golo do empate holandês com um belo golpe de cabeça, na sequência de um canto cobrado por Tozé (que já tinha assistido para o primeiro golo).

O jogo acabaria por ir para o intervalo empatado a 2 bolas com o golo dos holandeses a ser marcado já em período de descontos.

No reinício do jogo, voltou a ser Portugal a adiantar-se, com um belo golo de Ricardo Pereira, concretizando uma belíssima jogada individual.

A Holanda voltou a responder com um golo na sequência de um canto, em que os portugueses se limitaram a ver jogar. Estavam decorridos 64 minutos.

No entanto, Portugal tinha um objectivo bem definido: vencer os 10 jogos da fase de qualificação. Assim sendo, aos 66 minutos, Ricardo bisou e devolveu Portugal à dianteira do marcador.

Aos 87 minutos, Bernardo Silva viria a selar a vitória que ainda seria reduzida à margem mínima com um golo holandês de grande penalidade a um minuto dos 90.

O jogo acabou por brindar o público que lotou o estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira que não pagou bilhete e ainda viu 9 golos.

Irrepreensível o trabalho de Rui Jorge e de todos os jogadores que participaram nesta caminhada que culminará com a presença na República Checa para disputar o título de campeão europeu.

Os apurados para a competição são, para além de Portugal: República Checa (organizador), Itália, Alemanha, Inglaterra, Sérvia, Dinamarca e Suécia.

 

Goed voetbal les

Hoje usei o tradutor da google para fazer o título do post em holandês. O significado é: lição de bom futebol. Foi isso que aplicámos hoje aos sub-21 holandeses, juntamente com uma boa dose de maturidade (algo quase impossível de detectar em selecções anteriores) para a qual deve ter contribuído o facto das nossas 'esperanças' terem hoje mais minutos de jogo que as suas antecessoras.

Para começar, Rui Jorge mostra que é um grande treinador. Sabe seleccionar, escolher um onze e corrigir o que não corre bem durante o jogo. Excelente!

O jogo foi de domínio quase total dos portugueses. Boa circulação de bola, com objectividade e sem nunca tirar os olhos da baliza holandesa. O resultado peca até por escasso, face ao número de oportunidades claras de golo criadas.

Acabámos por trazer da Holanda uma vantagem de dois golos, fruto da frieza de Sérgio Oliveira (convertendo um penalti cometido sobre Bernardo Silva após excelente combinação com Raphaël Guerreiro) e da qualidade individual de Carlos Mané (que surgiu isolado na cara do guarda-redes depois de excelente iniciativa na qual retirou do caminho dois holandeses antes de enviar a bola para o fundo das redes).

A equipa funcionou no seu todo e pode até ser injusto fazer destaque individuais, mas não resisto:
- Sérgio Oliveira é um excelente médio e transmite aos colegas segurança e tranquilidade. Foi sempre ele que recebeu a bola quando era necessário 'meter gelo' ou pensar mais o jogo.
- Bernardo Silva é um desequilibrador e os seus dribles desconcertantes tiram adversários da frente com uma facilidade que lhe permite ser quase sempre certeiro na tomada de decisão.
- Raphaël Guerreiro pode ser um caso sério. Passou o jogo a 'fazer piscinas' e foi sempre certeiro a apoiar o ataque sem descurar as tarefas defensivas.
- Carlos Mané fez mais em trinta minutos de jogo do que Ivan Cavaleiro numa hora e Rui Jorge detectou isso antes do meio da segunda parte. Mané não se escondeu e apareceu sempre bem em zonas de finalização e podia até ter feito mais golos.

Será necessária concentração máxima para o jogo de terça-feira em Paços de Ferreira. Um golo cedo seria o ideal para matar à nascença as esperanças com que os holandeses possam vir.
9 jogos de qualificação e 9 vitórias. Seria um 'crime' não estarmos presentes no Euro 2015.

 

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