Com a vitória de hoje no Seixal, o Sporting coloca-se em posição privilegiada para festejar um título que, depois do tetra-campeonato em 2006/07, não voltou a Alcochete.
João Couto, um ano e meio depois do regresso ao Sporting, justifica as valências que sempre lhe foram reconhecidas no Clube, onde sempre foi bem sucedido.
Ontem, no Seixal, o Sporting entrou numa atitude expectante que, infelizmente tenho detectado em vários jogos de vários escalões, muitas vezes mesmo em jogos em casa. Vou fugir um pouco ao tema do jogo para comentar aquilo que tenho observado. Talvez devido à clara noção da aproximação dos rivais em termos de condições/qualidade dos seus técnicos e jogadores, tenho notado que, por vezes, o Sporting altera a sua matriz de jogo em jogos em que defronta o Benfica (com o Porto não tenho notado o mesmo). Essa alteração quase sempre nos prejudica e só quando voltamos a acreditar em nós próprios mostramos todo o nosso potencial e qualidade.
Ontem, isso voltou a verificar-se. Num plantel recheado de qualidade, nada inferior ao do rival, não gostei de ver a nossa equipa a jogar em contra-ataque e sem um ponta-de-lança de raiz. Foi isso que aconteceu na 1ª parte e, ao intervalo, o resultado era-nos desfavorável por 1-0.
Só quando soltámos Elves Baldé na sua posição de raiz e fixámos Rafael Leão na frente de ataque o nosso futebol sobressaiu. Dominámos por completo os últimos 30 minutos, marcámos 3 golos e podíamos ter feito mais. Ataque rápido, mas organizado. Nada de defesa baixa nem receio do adversário. Respeito, sempre. Medo, nunca.
O que aconteceu no Seixal foi um festival de futebol rápido e objectivo com Elves Baldé e Rafael Leão como principais protagonistas. Elves tem algo de Gelson Martins e Leão tem semelhanças com Ronaldo Tavares.
Rafael Leão foi mesmo a chave do encontro e, aproveitando a qualidade de Elves sobre a esquerda, estava criado o dínamo que viria a derrotar as águias, levadas ao tapete com dois golos de Leão em 5 minutos.
Algo apagado numa primeira fase da época, Rafael Leão, um dos recentes campeões europeus de sub-17, tem mostrado serviço nesta fase final e apontou o 5º golo nesta fase decisiva. Quase metade dos golos da equipa e quase sempre partindo de uma posição de suplente utilizado.
Com uma jornada por realizar (o Sporting recebe o Braga e o Benfica desloca-se ao Olival, para defrontar o Porto), basta ao Sporting um empate para trazer de volta o título para Alcochete e dividir mais uma vez os títulos da formação com os rivais (Porto venceu nos juniores e o Benfica nos iniciados - já na época passada havia sido distribuído um título para cada um).
Seguem o resumo do jogo e as palavras de João Couto após o mesmo e espero que o titulo seja uma realidade no próximo domingo, às 11 horas, na Academia Sporting.