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Grande Artista e Goleador

And the best is...Cristiano Ronaldo!

É hoje revelado o vencedor do prémio FIFA "The Best", que distingue o melhor jogador do Mundo. Cristiano Ronaldo é o principal favorito.

Como aperitivo, deixo-vos uma entrevista de Laszlo Boloni sobre CR ao site da FIFA:

FIFA.com: You have coached many talented players during your years in management, and not least Cristiano Ronaldo. Did you notice immediately that he had something special?
Laszlo Boloni: I'd only seen him once, in a friendly between the club's U-16s and U-18s, and I decided straight away that I'd bring him under my wing as soon as I could. That moment came when Portugal faced a pair of matches and I had to fill out my squad with youngsters to make up for all the internationals who'd left. I called up this young 16-year-old boy, but I never imagined I'd be keeping him long term. However, as soon as I saw his first training session, I decided there and then not to let him leave. 

Do you recall how the conversation went when you told him he was staying with the first-team squad? 
At the time, I was only just starting to speak a little Portuguese, and I don't remember if I needed a translator or not for our conversation. But it wasn't too difficult talking to him. I didn't need to say much: he had a big smile and was proud to be training with the pros. I simply told the technical director, Carlos Freitas, that I was keeping him. He looked at me and asked: "Definitively? Do you know he can't play in the league?" I didn't know, but I said yes, so that he could train and play friendly matches with us.

As his first coach, what were you able to bring to his game? What was your role in his success?
The first thing is that I was a little strict. There's an expression I like to use which goes: "I prefer to kiss my children when they're sleeping." I'm quite strict when they're around, but I kiss them when they're not looking. I was the same with Cristiano. I was quite strict and, because of that, the first message he began to understand was to not overdo things and not just put on a show. The end result is what mattered most, despite all his qualities. Sometimes a little sprint is all it takes, and you don't need five, six or seven stepovers. I made him aware of his responsibilities and taught him a way of playing that's more effective than dribbling the ball.

Was he already the same type of player he is today, with the same qualities? 
He played as a centre-forward at the time, but I moved him out to the wing because coming up against two 90kg centre-backs would have been a little too much for a boy of 16 or 17. Plus he was better able to exploit his qualities out wide, without losing his effectiveness. To my huge satisfaction, Alex Ferguson did the same thing when Cristiano joined Manchester United. Today, he's free to go where he wants, but at the time I felt that changing his position was the best thing to do. As he was too young, and the rules prevented him from playing with the first team, we organised a special bodybuilding and fast-twitch-muscle programme to help him stay strong in duels and – to borrow a phrase from Aime Jacquet – "beef up his game". He understood that what's important isn't just the technical prowess that the Portuguese love so much and over-emphasise sometimes. By giving him his start in the professional league, I was able to introduce him to some great players, and that helped his development. 

After all the trophies he has won and the four Ballon d'Or titles, do you think you deserve more recognition?
Perhaps, but I don't expect anything from him or any of my players. I was a player too and I know you need to have an innate selfishness, especially when you're a forward. I understand that very well. I don't expect any recognition, and I've already been very well rewarded. My name sometimes gets mentioned with his, and he invited me to a Ballon d'Or ceremony, where his mother and family expressed their thanks. So I've already received a lot.

In the debate over who is better between Ronaldo and Lionel Messi, do you naturally favour Ronaldo or do you try to be objective? 

Obviously, I can't be 100 per cent objective, but both are phenomenal players – the likes of which have rarely existed. Perhaps [Diego] Maradona, Pele, [Johan] Cruyff, [Ferenc] Puskas and [Alfredo] Di Stefano were at the same level, but not many. Ten at most. Messi is unique in the way he plays, and so is Ronaldo. My heart naturally leans towards Ronaldo, but I have the greatest respect for Messi.  

Would you like to coach Ronaldo again one day? 
No, for the simple reason that it's absolutely certain I'll never coach Real Madrid one day. And I hope that Ronaldo never decides towards the end of his career to drop back down to a level he hasn't played at for a very, very long time – a level which, with no disrespect to any teams, could only cause him harm. I think he should, and will, finish his career at Real Madrid.

 

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Ainda sobre a 4ª Bola de Ouro de Ronaldo (e a formação do Sporting)

O texto é de André Pipa, jornalista e cronista do jornal "A Bola". Um Sportinguista num antro de promiscuidade encarnada que teima em dizer o que tem de ser dito e outros nem ousam falar. (espero que não tenha em breve de passar a "independente" por ser isento e ao mesmo tempo uma espécie de "justiceiro da verdade")

 

"FANTÁSTICA consagração mundial de Cristiano Ronaldo no ano de ouro do futebol português e da Academia de Alcochete, que tem o seu nome umbilicalmente ligado à maior vitória de sempre do desporto nacional: a conquista do Euro 2016. Por alguma razão Aurélio Pereira foi convidado pelas televisões, rádios e jornais a comentar o enésimo sucesso do maior futebolista português de sempre, que até reuniu mais do dobro dos votos do rival Messi. Lógico: foi Aurélio quem o moldou, o formatou, e o preparou para ser lançado na equipa principal do Sporting - o que aconteceu por decisão do romeno Laszlo Bölöni, o homem que também lançou Ricardo Quaresma. Não sei se Aurélio Pereira e o Sporting têm noção do que significou a quarta Bola de Ouro de Ronaldo. Significou «apenas» isto: que a formação do Sporting igualou a Academia do Barcelona (La Masia) como o maior produtor mundial de Bolas de Ouro - vão cinco !!!, juntando-se o sumptuoso «tetra» de Cristiano (2008, 2013, 2014 e 2016) ao triunfo de Luis Figo em 2000. A cantera do Barcelona também tem cinco Bolas de Ouro, todas conquistadas por Lionel Messi, havendo depois quatro academias com três Bolas de Ouro no currículo: a do Ajax (Cruyff), a do UVV Utrecht (Marco van Basten), a do Nancy (Michel Platini) e a do River Plate (Alfredo Di Stefano e Omar Sivori). (......)

É claro que o triunfo de Cristiano tem vários progenitores, cada qual com méritos específicos em momentos diferentes da sua carreira. O Sporting será sempre o ponto de partida, o formador, e Aurélio Pereira o oleiro que moldou o barro. Pode e deve reclamar essa paternidade com mais que justificado orgulho. E devia fazê-lo com redobrada insistência, já que Alcochete continua a produzir diamantes de elevadíssimo quilate – olhem só o Gelson. Quem não faria o mesmo? (imaginem as reacções das «máquinas» propagandísticas benfiquista e portista se algum dia um futebolista formado no Seixal ou no Olival for considerado o melhor do Mundo !...). Mas é perfeitamente óbvio que Cristiano nunca se teria tornado o que se tornou se não tivesse ido parar às mãos de um ganhador compulsivo como Alex Ferguson no Manchester United; e nunca teria chegado onde chegou, em termos desportivos, mediáticos e financeiros, se não tivesse traçado - e cumprido! - o objectivo de representar o maior clube do Mundo, o Real Madrid, onde Cristiano chegou no auge das suas capacidades e se fez, definitivamente, um futebolista para a eternidade. Cristiano é, portanto, um «produto» elaborado pelo Sporting, aperfeiçoado pelo Manchester United e concluído pelo Real Madrid. E por ele próprio, com o seu inigualável e omnipresente carácter de vencedor, sua ânsia de superação, a sua férrea determinação de ganhar, de cortar a meta em primeiro. Creio que nesse particular – o CARÁCTER – Cristiano será porventura superior a Pelé e Maradona. Talvez o maior animal de competição que o futebol conheceu.

Em suma. Parabéns a Alcochete pela quinta Bola de Ouro no historial cinco meses depois de contribuir com dez jogadores - Rui Patricio, Cédric Soares, José Fonte, William Carvalho, Adrien Silva, João Mário, João Mário, Nani, Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo – para a maior vitória de sempre do futebol português no Euro 2016. Alcochete é certamente umas das marcas portuguesas mais prestigiadas no estrangeiro (veja-se como Gelson já traz o selo de qualidade colado ao apelido…) e o sucesso reiterado na produção de grandes jogadores deveria funcionar não como motivo de inveja ou azia, mas como exemplo e inspiração às academias dos clubes concorrentes. Parabéns a Cristiano Ronaldo pela 4.ª Bola de Ouro da carreira– extraordinária carreira ! Parabéns ao Real Madrid de Florentino Perez (e ManuelPellegrini, José Mourinho,CarloAncelotti, eZinedineZidane...) por ter feito de Cristiano «o» futebolista total. Parabéns asirAlex Ferguson e ao ManchesterUnited por terem feito do promissor Cristiano um futebolista de classe Mundial.Lastbutnottheleast, parabéns ao mestre Aurélio Pereira, ao Sporting e aLazloBölöni por terem feito de um habilidoso magricelas Madeirense o protótipo do maior desportista Português de todos os tempos. Orgulho de um País. O nosso."

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Dupla Bola de Ouro

Impossível passar ao lado da eleição, pela quarta vez, de Cristiano Ronaldo como melhor jogador do Mundo. Neste momento é o segundo de sempre com mais distinções e coloca Portugal no segundo lugar de países com mais vencedores do prémio, apenas a uma eleição de Alemanha e Holanda.

O ano fantástico do Real Madrid e da selecção nacional Portuguesa fez com que o júri não tenha tido dúvidas, dando a Ronaldo a distinção com mais do dobro de votos que o segundo classificado, Leo Messi.

 

Nota de destaque, não menos importante para Rui Patrício. Surge no 12º lugar da lista final, com 6 votos.

Recordo que a lista final contemplava 30 nomes e onze deles não receberam qualquer voto. Nomes como Agüero, Iniesta, Müller ou Sérgio Ramos viram o seu nome "ignorado" e isso valoriza ainda mais o guarda-redes do Sporting, o segundo melhor guarda-redes do Mundo, visto que Buffon acumulou 8 votos, os mesmos que Pepe.

Mesmo que estes factos continuem a passar despercebidos à maioria da comunicação social nacional, é inegável que o estatuto de Rui Patrício neste momento é este, entre os melhores do Mundo da sua posição.

 

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A ver se hoje é o dia

Enxovalharam-nos, maldisseram-nos, vilipendiaram-nos. Disseram que não somos merecedores do lugar na final, insultaram-nos e afirmaram que o nosso futebol não justifica o título que só nós e os franceses disputaremos.

 

Sim, os franceses fizeram-no mas não foram os únicos. Um pouco por essa Europa fora, muitos o manifestaram. "Portugal não presta, não joga nada e não deve estar na final", disseram eles.

 

No entanto, lá estamos. Chegámos lá por mérito próprio. Sem brilho mas com brio. Sem espectáculo mas com entrega. Sem um futebol bonito mas jogado em equipa.

 

Sim. Uma equipa é aquilo que Portugal demonstra ser. Um grupo de jogadores unido, solidário, coeso e conduzido por uma liderança forte.

 

Podem colar-se a Fernando Santos todos os defeitos naquilo que á a nossa proposta de jogo mas nunca a sua liderança poderá ser questionada. Um líder que desde o primeiro dia assume ambição. Um líder que desde o primeiro dia acredita em si e nos seus. Um líder que crê que as suas ideias podem levar a equipa ao sucesso deve ser respeitado e elogiado.

 

Sim, jogamos pouco. Sim, temos um futebol pouco atractivo. Sim, jogamos nos equilíbrios e na expectativa. Não, não temos um modelo de jogo ofensivo e de posse. Assumimos a nossa posição e esperamos o erro do adversário para o 'matar'. Temos qualidade para o fazer e individualidades prontas a sacrificar-se para aparecer apenas no momento certo.

 

Por falar em individualidades... Impossível ignorar o outro líder. Aquele que dentro de campo se tem assumido, sacrificado, lutado em prol dos objectivos da equipa. Cristiano Ronaldo é hoje um verdadeiro capitão. Assume-se, como sempre, mas fa-lo também pela equipa. Mostra que confia nos colegas, incentiva-os, repreende-os mas luta com eles, lado a lado.

 

Sente-se entre todos uma comunhão sincera, uma união verdadeira e um espírito de grupo fantástico. Tudo o que já tínhamos em 2004 mas onde nos faltou a capacidade para atenuar a euforia. Foi o excesso de confiança que nos 'matou', o pensar que estava no papo. Não será isso que nos tirará o troféu este ano. 

 

A França, tendo jogadores de grande qualidade, não é, tal como Portugal, das melhores equipas a jogar futebol neste Euro. E também lá está. São, na verdade, equipas com algumas semelhanças e que, acredito, se vão respeitar muito dentro de campo. Os franceses acham que está no papo. Deschamps, estou certo que não acha o mesmo e não vai abrir o jogo frente a um Portugal, que afinou o processo defensivo no decorrer do Europeu.

 

Sim, começámos mal mas, se mesmo assim tivemos a felicidade de passar a fase de grupos, não nos faltou também a inteligência e perspicácia para entender o que estava menos bem. Mudámos e melhorámos. Defendemos de forma mais compacta, somos mais seguros no meio-campo e partimos melhor para o contra-ataque. Mudámos algumas peças que se têm revelado vitais e depois...há Ronaldo. E com Ronaldo em campo tudo é possível, até saltar a 80 centímetros do chão para, de cabeça, furar as redes adversárias.

 

Hoje, Portugal parará em frente a um televisor para ver se é o dia. Hoje finalmente festejaremos ou voltaremos a chorar, como no passado. Eu prefiro acreditar que podemos ser felizes e estou seguro que trabalharemos em campo para isso.

 

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A influência da formação do Sporting no século XXI

Desde 2000, ano em que Portugal se tornou num habituée em fases finais de grandes competições que o 'peso' da formação do Sporting na 'equipa de todos nós' se vem acentuando.

 

Observem o gráfico com os formados no Sporting em cada convocatória de 23:

Formados SCP grandes competições.png

2000 - Beto e Luís Figo - 2

2002 - Marco Caneira, Beto, Luís Figo e Hugo Viana - 4

2004 - Nuno Valente, Beto, Luís Figo, Simão Sabrosa e Cristiano Ronaldo - 5

2006 - Marco Caneira, Nuno Valente, Luís Figo, Hugo Viana, Simão Sabrosa, Cristiano Ronaldo e Luís Boa Morte - 7

2008 - Rui Patrício, João Moutinho, Miguel Veloso, Simão Sabrosa, Cristiano Ronaldo, Nani, Ricardo Quaresma e Luís Boa Morte - 8

2010 - Beto (GR), Miguel Veloso, Simão Sabrosa e Cristiano Ronaldo - 4

2012 - Rui Patrício, Beto (GR), Miguel Veloso, Custódio, João Moutinho, Hugo Viana, Ricardo Quaresma, Simão Sabrosa, Nani e Cristiano Ronaldo - 10

2014 - Rui Patrício, Beto (GR), Miguel Veloso, William Carvalho, João Moutinho, Cristiano Ronaldo, Nani e Silvestre Varela - 8

2016 - Rui Patrício, José Fonte, Cédric Soares, William Carvalho, Adrien Silva, João Moutinho, João Mário, Nani, Cristiano Ronaldo e Ricardo Quaresma - 10

 

São 21 jogadores que nestes 16 anos foram parte integrante de grupos maioritariamente bem sucedidos, com 'campanhas' em que chegámos a 2 finais, 5 meias-finais e onde só por duas ocasiões não ultrapassámos a fase de grupos.

 

Juntos perfazem quase um milhar de internacionalizações (973). São, em média, 46 internacionalizações por jogador, 3 em média por fase final, significando isto que a grande maioria dos seleccionados formados no Sporting tiveram sempre um papel importante dentro dos grupos escolhidos para as grandes competições, fazendo cada um, em média, o equivalente a uma fase de grupos por fase final.

 

Cristiano Ronaldo (7 fases finais) - 132 internacionalizações (33 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Luís Figo (5 fases finais) - 127 internacionalizações (30 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Nani (4 fases finais) - 102 internacionalizações (17 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

João Moutinho (4 fases finais) - 89 internacionalizações (17 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Simão Sabrosa (5 fases finais) - 85 internacionalizações (17 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Ricardo Quaresma (3 fases finais) - 56 internacionalizações (8 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Miguel Veloso (4 fases finais) - 56 internacionalizações (11 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Rui Patrício (4 fases finais) - 51 internacionalizações (12 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Nuno Valente (2 fases finais) - 33 internacionalizações (11 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Beto (3 fases finais) - 30 internacionalizações (5 jogos em Europeus e/ou Mundiais) 

Hugo Viana (3 fases finais) - 29 internacionalizações (2 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Luís Boa Morte (2 fases finais) - 28 internacionalizações (1 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Silvestre Varela (1 fase final) - 27 internacionalizações (5 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Marco Caneira (2 fases finais) - 25 internacionalizações (1 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

William Carvalho (2 fases finais) - 24 internacionalizações (6 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

João Mário (1 fase final) - 17 internacionalizações (6 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

José Fonte (1 fase final) - 15 internacionalizações (3 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Cédric Soares (1 fase final) - 14 internacionalizações (3 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Adrien Silva (1 fase final) - 12 internacionalizações (3 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Beto (GR) (2 fases finais) - 11 internacionalizações (2 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

Custódio (1 fase final) - 10 internacionalizações (3 jogos em Europeus e/ou Mundiais)

 

No top 10 dos mais internacionais de sempre, quatro foram formados no Sporting (Cristiano Ronaldo, Luís Figo, Nani e João Moutinho) e, em breve, o top 3 será totalmente preenchido por jogadores formados na maior escola de Portugal (Cristiano Ronaldo e Luís Figo são os líderes e Nani está a apenas 8 jogos de Fernando Couto, o actual terceiro da tabela). Apenas 5 dos integrantes do top 10 se mantêm em actividade (Cristiano Ronaldo, Nani, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e João Moutinho).

 

Só Ricardo Carvalho se intromete entre os jogadores com mais internacionalizações em fases finais (21). O restante top 6 é composto por Cristiano Ronaldo (33), Luís Figo (30) e Nani, João Moutinho e Simão Sabrosa (todos com 17).

 

Naturalmente, não fiz contabilidade idêntica para os rivais, afim de aferir se a diferença é assim tão grande mas, a "olho nu", parecem não restar dúvidas da importância da formação do Sporting no sucesso da selecção no século XXI.

 

Claro que este dado estatístico pretende apenas dar o devido e merecido destaque que tão poucas vezes se vê referido na comunicação social portuguesa, não ignorando a importância de todos os outros clubes que 'abastecem' a selecção nacional até porque, quando joga a selecção, não há clubes em campo mas sim apenas uma nação.

 

Amanhã, espero por um feito histórico mas não nego o orgulho extra que será atingir esse feito com 10 jogadores formados no meu Clube.

 

Força, Portugal!

 

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A união faz a força

Já aqui aflorei as coisas que não me agradam nesta equipa portuguesa mas também já tive a oportunidade de manifestar aquelas que acho que são as nossas forças.

 

É inegável que o modelo de jogo de Fernando Santos é básico. Espera por momentos de génio das individualidades em vez de as potenciar. Joga um futebol nada compatível com o nosso talento mas que tem sido surpreendentemente eficaz, muito pela sorte dos adversários que nos têm calhado nesta caminhada até à final.

 

Mas, inacreditavelmente, esta equipa uniu-se em torno de um objectivo, reforçado com uma união extrema. Guiados de forma sublime pelo carisma e liderança de Cristiano Ronaldo, é essa união em torno do capitão que parece abafar as limitações tácticas da nossa proposta de jogo.

 

Claro que muito do mérito desta união pertence também ao treinador que, pese embora a ideia de jogo que apresenta, teve a sabedoria de escolher um grupo de jogadores pronto para ir para a 'guerra' disposto a lutar pelo seu general, colocando em prática as suas ideias, mesmo que estas fossem a antítese daquilo que é o futebol praticado por Portugal nas últimas quase duas décadas. Além disso, fez aquilo que mais nenhum seleccionador fez neste Euro. Usou todos os 20 jogadores de campo, demonstrando que confia em cada um dos que escolheu.

 

Há várias formas de chegar ao sucesso e falta apenas um jogo para comprovar que a fórmula de Santos tem carimbo de marca registada.

 

Uma coisa é certa: ele (e o resto da comitiva) só voltam mesmo no dia 11. Resta saber se se cumpre a profecia e serão mesmo recebidos em festa.

 

Portugal e os portugueses já merecem.

 

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Estamos nas meias

É justo fazer uma referência histórica: em 7 presenças em campeonatos da Europa, esta é a 5ª vez que atingimos as meias-finais. Quatro delas neste novo milénio (2000, 2004, 2012 e 2016).

Não somos um país com a densidade populacional de outros mas temos uma qualidade ímpar no futebol. Ninguém na nossa condição apresenta esta consistência de resultados.

 

A verdade é que jogámos pouco. Mais uma vez fizemos uma exibição menos conseguida.

A Polónia revelou-se uma equipa mais fraca que a Croácia e só marcou um golo porque soube aproveitar um erro individual que resultou num desposicionamento geral de toda a linha defensiva. De resto, não conseguiram importunar Rui Patrício, tal como Portugal pouco importunou Fabianski.

 

Nunca uma equipa chegou às meias-finais sem vencer um jogo em 90 minutos e isso diz muito do nosso 'estilo'. É certo que temos valor individual para jogar melhor em termos colectivos mas não é menos verdade que, adoptado o estilo escolhido por Fernando Santos, não há volta a dar. Não é a meio de uma competição que se abdica da estratégia escolhida para ser bem sucedido, muito menos quando, mesmo que por vezes mal executada, esta resulta.

 

Dificilmente alguma equipa poderia almejar o sucesso jogando com dois avançados que são extremos e dois médios-centro adaptados a médios-ala e nós temos contrariado isso. E temo-lo conseguido sobretudo porque, faltando tudo o que já referi, há entreajuda, união, espírito de conquista e uma pontinha de sorte.

Tudo isto aliado a um conjunto de jogadores talentosos que, sabendo que não terão muito mais oportunidades para vencer um campeonato da Europa, estão dispostos a sacrificar-se em prol do colectivo. Sobretudo Nani e Cristiano Ronaldo, que têm sido inexcedíveis, cumprindo como podem funções que não são as suas, rendendo menos por esse motivo e mesmo assim tendo capacidade para ajudar o grupo com o seu talento. Quaresma, outro dos virtuosos, também tem sabido colocar-se ao dispor, em prol de um bem comum, que pode fazer desta geração a mais bem sucedida de sempre do futebol português.

 

João Mário não tem mostrado o jogador que é (foi frente à Hungria, com funções próximas das que habitualmente desempenha que melhor se mostrou) e é mais um que, defensivamente, tem cumprido com aquilo que são os equilíbrios do meio-campo. Meio-campo onde se têm destacado William e Adrien (e que falta fará William no próximo jogo).

 

Depois, a surpresa que é ter Renato Sanches, um box-to-box, como o maior agitador do nosso jogo. Uma estranha 'forma de vida' que lhe dá nesta estratégia um protagonismo que não teria com um modelo de jogo mais ofensivo e de ataque organizado e continuado. Quando se esperava que os momentos de maior imprevisibilidade surgissem dos pés de Ronaldo e Nani, é Renato que aparece a desequilibrar as defensivas contrárias. Erra muito (sobretudo no passe, porque arrisca demais), mas insiste. Tem algo que só os bons têm: persistência e confiança. Mas tem de melhorar muito a sua prestação defensiva se quer cumprir o que promete. São inúmeras as vezes que se abstém de defender, colocando colegas em dificuldades, obrigados a defender em inferioridade numérica. Marcou um bom golo, numa acção em que é competente, mas onde todas as posições perecem trocadas. Um movimento tão natural em Nani e Ronaldo, tem de ser efectuado pelo Renato apenas porque não temos um ponta-de-lança em França (o Éder não conta).

 

Depois, Pepe. Está a fazer um Europeu de grande nível, sobretudo nesta fase a eliminar. Melhorou muito o seu posicionamento com a presença de José Fonte, que me parece domesticar melhor a impulsividade do luso-brasileiro. Ontem foi imperial e o melhor em campo, a léguas de todos os outros.

 

Há outra coisa que tenho de referir. Por mais incrível que pareça a estratégia de Fernando Santos, denotando ambição desmedida com tão fracos argumentos tecnico-tácticos, os jogadores parecem começar a acreditar verdadeiramente que podem ser bem sucedidos desta forma. E este é o nosso maior trunfo neste momento. Jogadores de topo mundial acreditam que podem ter sucesso jogando como underdog e estão dispostos a passar despercebidos para fazer de Portugal campeão europeu.

 

Por fim, a frieza. A frieza e a qualidade de todos quantos converteram em golo a sua grande penalidade e de Rui Patrício, que fez aquilo que tantas vezes o vemos fazer no Sporting. Defendeu um dos penaltis e eu gritei: "RUUUUUUUUUUUUI". Aposto que muitos de vós também. A verdade é que a defesa de Rui Patrício é impressionante e não mereceu o destaque que lhe devia ter sido dado.

 

 

Estamos nas meias e, citando o nosso Cristiano Ronaldo, "agora tudo é possível".

 

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#FFT100 - 86. William Carvalho

A revista Four Four Two publica anualmente uma lista com aqueles que no seu entender são os 100 melhores futebolistas do Mundo.

Na lista do ano passado, apenas constava um português, curiosamente o líder da tabela: Cristiano Ronaldo.

Ainda na lista do ano passado, marcava presença um jogador que actuava na Liga Portuguesa: Jackson Martinez (92º), que entretanto se mudou para Espanha.

A lista deste ano não tem grandes diferenças mas apresenta-nos um duplo motivo de orgulho.

Faltam ainda divulgar os cinco primeiros mas, certamente, Cristiano Ronaldo será um deles.

O outro português é William Carvalho, o único representante da Liga Portuguesa.

"Blame Patrik Carlgren. If it wasn’t for the Swedish U21 goalkeeper saving Carvalho’s penalty we’d be talking about the best player in the current U21 European champions’ team.

Regardless, the tall, imposing defensive midfielder – who is continually linked with big-money moves abroad, not least to Arsenal – was still named the player of the tournament held in the Czech Republic last summer despite failing from the spot right at the end.

Not finding a target is rare for the Angola-born 23-year-old, however. Sporting’s defensive shield’s range of passing is quite exquisite from either foot, and such is his reading of the game that you never seem to see Carvalho sprint – apart from the occasional lope through midfield, his galloping stride opening up as he bypasses opponents en route to servicing forward players.

For top-of-the-table Sporting, the lucky recipients of such service are the likes of Teo Gutierrez, Islam Slimani and Bryan Ruiz. But it is Carvalho who is the centre point of Jorge Jesus’s new-look Lions. And you wouldn’t bet against them, or Carvalho, securing more honours in the near future."

The Academy Series | 10 best Sporting Clube de Portugal products

O Sporting Clube de Portugal sempre foi considerado um dos melhores clubes da Europa produzir jovens talentos. Com um departamento de formação liderado pelo honorável olheiro Aurélio Pereira - o homem por trás da descoberta de jogadores como Figo, Futre ou Ronaldo - e com centenas de outros olheiros trabalhando por todo o país para trazer apenas os melhores jovens para Alvalade. A equipa de Lisboa sempre valorizou os jogadores da sua formação, o que levou à inauguração da Academia Sporting, em Alcochete, em 2002 - um local com infra-estruturas de qualidade onde os jovens podem viver e treinar, sempre acompanhados por um conjunto de pessoas, desde treinadores a psicólogos ou nutricionistas, com o objectivo de os criar enquanto pessoas e atletas.

Os métodos de treino nesta renomeada Academia são focados no desenvolvimento individual com os treinadores a incentivar os jovens talentos a jogar com bola, incentivando-os a driblar, ultrapassar adversários e assumir riscos. Deixar os jovens desfrutar do seu jogo desta forma é definitivamente uma das razões pelas quais tantos extremos talentosos saem da Academia época após época.

No início da temporada 2012/13, equipas B de alguns dos maiores clubes do país foram reintroduzidas em Portugal. A equipa B do Sporting joga na 2ª divisão nacional, dando aos jogadores que fazem a transição para o futebol sénior a possibilidade de mostrar o seu valor. Este é outros dos factores que o clube tem a seu favor no que diz respeito ao desenvolvimento de jovens jogadores.

Outro projecto que tem dado suporte à principal Academia do clube é o conjunto de 29 "Escolas Academia Sporting" espalhadas pelo país - outras pequenas academias que, usando o nome e os métodos do Sporting têm ligação directa à de Alcochete.

OS 10 MELHORES PRODUTOS

DANIEL CARRIÇO // ESTREIA COMO SÉNIOR: 2007

Um jogador que muito provavelmente a maioria das pessoas não esperava ver nesta lista, Carriço passou 13 anos no Sporting - 8 deles nas camadas jovens e 5 na equipa principal. Jogando como defesa central ou médio defensivo, Daniel chegou a capitão da equipa principal do Sporting, pela qual actuou 91 vezes. Depois de uma infrutífera transferência para o Reading, Carriço é hoje peça chave do Sevilha de Unai Emery, onde venceu dois títulos da Liga Europa, tendo jogado mais de 50 vezes pelo clube de Sevilha nas últimas duas épocas. Apesar de ter apenas uma internacionalização pela selecção nacional (este ano), é detentor do recorde para o jogador com mais jogos realizados em partidas da Liga Europa.

JOSÉ FONTE // ESTREIA COMO SÉNIOR: 2007

O único jogador desta lista que não tem qualquer jogo pela equipa principal do Sporting, apesar de ser mais conhecido que alguns dos outros, sobretudo no Reino Unido. Depois de 8 anos percorridos pelos escalões de formação, enquanto sénior, Fonte apenas jogou pela equipa B do clube - mantendo-se ligado ao Sporting por mais dois anos. Depois de passagens por clubes portugueses de menor dimensão, José fez por merecer uma mudança para Inglaterra. Prestações continuamente sólidas, sempre deixando tudo em campo, tanto pelo Crystal Palace como pelo Southampton, levaram-no a um lugar na Equipa do Ano da League One na temporada de 2011 e a três grandes temporadas na Premier League pelos Saints. O actual capitão de equipa assinou a renovação que o mantêm no St. Mary's até 2018 e tem sido chamado com regularidade à sua selecção nacional.

LUÍS BOA MORTE // ESTREIA COMO SÉNIOR: 1996

Tal como Fonte, Boa Morte é alguém que passou os melhores anos da sua carreira em Inglaterra mas ao contrário da maioria dos jogadores desta lista, Luís não ingressou no Sporting antes dos 17 anos - uma idade que pode ser considerada tardia para o mundo do futebol de hoje. A juntar a isso, não ficou muito tempo: após quatro anos no Sporting (um deles emprestado ao Lourinhanense), o Arsenal contratou-o e a sua aventura no Reino Unido começou. Tendo passado por clubes como o Arsenal, Southampton e mais tarde no Chesterfield, o médio é reconhecido pelas épocas no Fulham e West Ham United. Caracterizado por um estilo de jogo agressivo, Luís foi idolatrado por adeptos de Fulham e West Ham ao longo da sua carreira e esteve presente na Alemanha com a Selecção Portuguesa no Mundial de 2006. Boa Morte está neste momento numa fase inicial da sua carreira de treinador nas camadas jovens do Sporting.

LUÍS FIGO // ESTREIA COMO SÉNIOR: 1989

Chegado ao Sporting com 11 anos, Luís Figo é um dos dois produtos da formação do Sporting vencedores da Bola de Ouro e um dos poucos jogadores no planeta a poder dizer que jogou nos rivais Real Madrid e Barcelona. Também pela selecção nacional Figo é um recordista, sendo o jogador com mais internacionalizações (127). Parte da "Geração de Ouro" portuguesa, teve várias grandes performances em competições jovens internacionais e é unanimemente reconhecido como um dos melhores jogadores portugueses de sempre.

JOÃO MOUTINHO // ESTREIA COMO SÉNIOR: 2003

Muitas vezes reconhecido como um dos melhores médios box-to-box do planeta, João tem feito épocas de qualidade ano após ano. Consistência e dinamismo sempre foram os adjectivos que melhor definiram este jogador que se juntou à Academia com 13 anos. Após se estabelecer não apenas enquanto titular mas também como capitão de equipa, João Moutinho mudou-se para o FC Porto, de forma controversa, ao estilo de Futre. Após vencer vários troféus em Portugal, João mudou-se para França onde lidera neste momento o meio-campo do Mónaco. A juntar ao que atingiu pelos clubes, tem sido parte crucial do meio-campo da selecção nacional há vários anos, apesar das mudanças ocorridas na equipa.

NANI // ESTREIA COMO SÉNIOR: 2005

Considerado como o novo Cristiano Ronaldo, Luís Almeida apenas chegou à Academia Sporting com 16 anos - jogando apenas dois anos nas camadas jovens. Para compensar, passou mais tempo na equipa sénior do que jogadores como Ronaldo. Nani fez duas épocas completas em Alvalade, obtendo 58 presenças e ganhando a Taça de Portugal em 2007. Seguindo os passos de Cristiano, o futebolista nascido em Cabo Verde também se transferiu para o Manchester United, onde venceu 4 Premier League's e uma Liga dos Campeões em 2008 (fazendo dele um dos cinco jogadores da Academia a vencer o troféu). A nível individual, as épocas em Inglaterra foram algo erráticas, com o extremo a ser inconstante de umas para as outras. No entanto, Nani alcançou um lugar na equipa do ano em 2011, na mesma época em que foi considerado pelo clube como Jogador do Ano. Após uma quebra de forma, o 5º mais internacional de sempre da história da selecção portuguesa voltou a elevar as suas performances num regresso de uma época ao Sporting (vencendo mais uma Taça) e exibe agora as sua capacidades na Turquia.

CRISTIANO RONALDO // ESTREIA COMO SÉNIOR: 2002

O que dizer dele que ainda não tenha sido dito? Um atleta extraordinário, Cristiano é a nata da cultura de Academia do Sporting. Três Bolas de Ouro, recordes ultrapassados semana após semana e estatuto de lenda em dois dos maiores clubes do planeta: Manchester United e Real Madrid. Desde a juventude, todos haviam previsto que o miúdo seria uma futura estrela. Estabelecendo recordes desde tenra idade, Cristiano mudou-se para a Academia com 11 anos (na altura, apenas com 15 anos podiam fazê-lo) depois do clube ter pago por ele a exorbitante quantia de 25000€. Como poderia qualquer clube do planeta justificar um investimento de 25000€ num miúdo de 11 anos? Ele tinha de ser algo verdadeiramente especial e como se provou...é-o.

SIMÃO SABROSA // ESTREIA COMO SÉNIOR: 1997

Mais um extremo de qualidade produzido pela formação do Sporting e mais um que acabou como estrela numa das equipas rivais. Após evoluir nos escalões de formação durante 5 anos, o extremo completou duas épocas de qualidade pela equipa principal do Sporting. Depois de ter passado duas temporadas um pouco desapontantes no Barcelona, Simão assinou pelo outro grande de Lisboa: o Benfica. Pelas águias, tornou-se estrela numa estadia de seis temporadas, sendo capitão na maior parte delas. Seguiram-se três boas temporadas pelo Atlético de Madrid, ao mesmo tempo que acumulou um total de 85 internacionalizações - sendo regularmente chamado para os grandes torneios. Com os anos a levarem o melhor dele, o ídolo do Benfica joga neste momento na índia tal como muitos outros reconhecidos futebolistas.

MIGUEL VELOSO // ESTREIA COMO SÉNIOR: 2005

Da mesma geração de João Moutinho e Nani, Veloso é outro jogador que beneficiou da subida de Paulo Bento à equipa principal do Sporting. Filho do antigo capitão do Benfica, António Veloso, Miguel esteve no Sporting 10 anos, cinco deles na equipa principal, onde atingiu o ponto mais alto da carreira. O agora quase 'trintão' teve uma passagem infrutífera pelo Génova, antes de chegar ao Dínamo de Kiev, onde o internacional português joga até hoje. Apesar de não ser hoje um habitual titular da selecção nacional como foi no passado, Miguel já ultrapassou a marca das 50 internacionalizações e esteve presente em dois Mundiais e dois Euros.

RICARDO QUARESMA // ESTREIA COMO SÉNIOR: 2001

Para acabar a lista temos ainda outro talentoso e irreverente extremo que passou os melhores anos da carreira jogado por um dos rivais do Sporting: o FC Porto. Quaresma jogou nas equipas jovens do Sporting desde os 14 anos, chegando à equipa principal, onde passou apenas dois anos da sua carreira. Depois de uma sequência de lesões pelos gigantes do Barcelona, Ricardo voltou a Portugal, desta vez para jogar no Porto. Aqui, tornou-se num jogador essencial para a equipa, ganhando vários títulos e alcançando o estrelato. Com uma carreira recheda de golos bonitos, desentendimentos com treinadores, truques incríveis pelas alas e estadias desapontantes em gigantes europeus, o rei da "trivela" teve uma vida futebolística de altos e baixos desde que deixou o seu clube de juventude. No entanto, o "Mustang" foi parte integrante da selecção nacional nos Euro 2008 e 2012.

O FUTURO

Neste momento podemos ver muitos jovens talentos jogando tanto na equipa B como nas equipas jovens do Sporting. Na segunda equipa , temos alguns dos mais promissores jovens jogadores portugueses, tais como o defesa central Domingos Duarte, os médios ofensivos Francisco Geraldes e Rafael Barbosa e os avançados Ponde, Podence e Luís Elói.

Dos jogadores que estão nas equipas jovens, um dos mais promissores é Bubacar Djaló, um médio que já é seguido por equipas como a Roma ou o Tottenham. Muitas vezes comparado a Paul Pogba devido à sua combinação de presença física e qualidade técnica, Bubacar assinou recentemente a renovação de contrato que supostamente o manterá em Alvalade até 2020.

Alguns dos mais talentosos 'graduados' da Academia já foram integrados na equipa sénior. Jogadores como os extremos Gelson Martins (que está na primeira equipa desde o início da época) e Matheus (um extremo nascido no Brasil) têm ambos tido oportunidades por parte de Jorge Jesus. A acrescentar a estes talentos, outros jovens jogadores estrangeiros foram trazidos para o clube, como Bruno Paulista (comprado ao Bahia este verão) e Ryan Gauld (transferido do Dundee United na pré-época de 2014/2015), têm evoluído na equipa B e podemos ver a influência do Sporting no seu crescimento, sobretudo em Gauld, visto que o Escocês chegou a Portugal à mais tempo.


Volto a destacar um artigo de Tiago Estêvão, publicado no site Outside Of The Boot.
Porque independentemente das escolhas do autor ou de uma ou outra imprecisão, prestigiam a nossa Academia além fronteiras e dão-lhe ainda mais visibilidade, mas sobretudo porque presta uma justa homenagem à nossa formação, reconhecidamente uma das melhores a nível mundial. 
O facto do artigo se destinar ao Reino Unido explica algumas das escolhas e destaques mas nem por isso deixa de destacar bons exemplos da nossa Academia.

Foi aqui que nasceu e cresceu a lenda

- 4 botas de ouro

- 3 bolas de ouro

- Melhor marcador de sempre da Liga dos Campeões

- Melhor marcador de sempre do Real Madrid

- Melhor marcador de sempre da selecção nacional portuguesa

... a lista de recordes é interminável.

O melhor jogador português de sempre e um dos melhores da história do futebol mundial foi formado no Sporting Clube de Portugal.

Parabéns, CR7!

Isto é que era

"Depois de tantas conquistas, ainda me falta no currículo o título de campeão pelo Sporting. Não sei se acontecerá ou não, porque ninguém sabe o que vai suceder no futuro, mas seria um orgulho… lá isso seria"

Quem sabe se, depois de bater todos os recordes pelo Real Madrid, o nosso menino não vem cá fazer uma época, cumprir o sonho e rumar à MLS...

 

“Disse-me que um dia iria jogar no Real Madrid e eu desatei-me a rir”

Miguel Paixão conheceu Cristiano Ronaldo quando a estrela planetária tinha apenas 14 anos e progredia na formação do Sporting. Dividiram um quarto modesto numa residencial lisboeta e partilharam sonhos numa amizade que sobreviveu até hoje.

Ao contrário de CR7, a carreira futebolística de Miguel Paixão nunca conheceu grandes palcos. Jogou com Cristiano nos juvenis e nos juniores e na equipa B do Sporting, mas acabou por ser dispensado pelo clube de Alvalade. Progrediu então em clubes de menor dimensão, com uma única e efémera experiência na I Liga, ao serviço da União de Leiria. Aos 30 anos, é avançado do Oriental, do segundo escalão profissional, e recordou ao PÚBLICO alguns episódios da sua relação com o “melhor do mundo”.

Quando conheceu o Cristiano Ronaldo?
Quando cheguei ao Sporting, estava a fazer 15 anos e vinha de Monte Gordo. O Ronaldo já lá estava e foi através do Fábio Ferreira, um outro jovem de Monte Gordo, que era amigo dele, que o conheci. Ficámos primeiro a residir no antigo Estádio de Alvalade, nuns quartos por baixo da bancada nova, e depois fomos para a Residencial Dom José, na Rua Duque de Loulé, perto do Marquês do Pombal, onde dividimos um quarto. Eramos dois adolescentes sozinhos em Lisboa e íamos os dois juntos para a escola, no Lumiar.

Como é que ele se comportava na escola?
As pessoas têm uma ideia errada dele, por ter deixado cedo os estudos. Mas eu, que vivi com ele, tive oportunidade de confirmar que ele sempre gostou de aprender e era aplicado. Queria acabar os estudos, mas acabou por subir cedo à equipa principal [estreou-se com 17 anos] e ficou com menos tempo para conciliar as duas coisas.

Perderam contacto quando ele subiu à equipa sénior?
Não, ele sempre que podia ia visitar os amigos. Mesmo quando estava em estágio, passava sempre do lado profissional para o lado da formação para ir jogar pingue-pongue, matraquilhos ou snooker.

Que tal era ele como jogador na formação?
Sempre foi um jogador ambicioso e com uma autoconfiança muito elevada. Em termos futebolísticos reparei logo quando cheguei que era um jogador que sobressaía, acima da média. Jogava sempre um ano acima da sua categoria. Queria sempre ser o melhor. Além do talento, trabalhava imenso e não digo isso por ser amigo dele. É a verdade, eu via. Trabalhava sempre mais do que os outros, fazia treinos extra e procurava sempre aperfeiçoar os pormenores, tanto em termos técnicos como físicos. Ele era um jogador magro e sempre teve em mente determinados objectivos, como, por exemplo, ter de ganhar massa muscular, sem perder velocidade. Tinha muito talento e ambição, mas trabalhou muito e fez muitos sacrifícios.

Por exemplo?
Quando não estávamos a treinar e íamos para a residência onde morávamos, ele punha pesos nos pés para aumentar a velocidade quando os tirasse. Quando estávamos em Alvalade, ele queria ir para o pavilhão para treinar a rapidez. Na sua cabeça, era claro que queria ser jogador profissional e não se contentava com pouco. Sempre sonhou muito alto.

Já sonhava com o Real Madrid?
Sim. Uma vez, estávamos a ver um jogo do Real Madrid na televisão e ele disse-me: “Ó Paixão, um dia eu vou jogar no Real Madrid ao lado do Ronaldo [o brasileiro que na altura estava na equipa merengue].” Na altura, estávamos nos juniores e, claro, eu desatei-me a rir. Afinal, passados uns anos…

Na altura, copiava o estilo de alguma estrela do futebol?
Quando era mais novo, como qualquer adolescente, se via algum drible na televisão, ou alguma boa jogada, queria reproduzir, mas, a partir do momento em que subiu à equipa sénior e começou a ser profissional, conseguiu construir um estilo próprio, em que não se colou a ninguém. Na formação, ele via o [Thierry] Henry e dizia: “Tenho de ser tão ou mais rápido que aquele”; o Ronaldo [brasileiro] fazia uma finta e ele ia fazer a mesma jogada. Depois construiu a sua própria imagem.

Como era jogar com ele?
Estive com ele nos juvenis, nos juniores e na equipa B durante alguns jogos. Na formação, quando jogávamos com ele as coisas ficavam sempre mais facilitadas. Fazia a diferença, mas também havia outros jogadores com valor. O Fábio Ferreira, por exemplo, também tinha um grande potencial, mas o trabalho e a mentalidade fizeram muita diferença na evolução do Cristiano. A partir do momento que subiu de juvenil para júnior deu um esticão enorme e começou a construir o fenómeno que é hoje. Como se diz no futebol, “começou a rebentar com eles todos”.

Ele sempre foi muito competitivo em tudo?
[Risos] Sim. Lembro-me que quando eramos miúdos e estávamos na formação, íamos para o jardim do Campo Grande. Ele estava sempre a dizer que era o mais rápido e queria fazer corridas comigo e com o Semedo [outro antigo jovem da formação “leonina”, que hoje representa os ingleses do Sheffield Wednesday]. Nós tínhamos de correr primeiro um contra o outro e quem ganhasse corria a “final” com o Cristiano. O Semedo era mais lento, mas não admitia isso e dizia que era o mais rápido. Quando corria contra o Ronaldo partia sempre primeiro e quando via que ia ser ultrapassado desistia e dizia: “Agora acabou, já sabes que sou mais rápido do que tu e não quero correr mais”. O Ronaldo ficava muito irritado com ele [risos]. O Cristiano sempre foi muito competitivo, fosse no pingue-pongue, que jogávamos na nave de Alvalade, ou no salão de jogos. Queria ganhar, ganhar, ganhar. Não gostava de perder a nada, no treino, a brincar ou numa pelada. Onde entra é o mais competitivo possível.

A vossa amizade manteve-se depois de ele sair de Portugal?
Sim, mantivemos sempre contacto. Quando ele foi para Inglaterra [para o Manchester United] fui visitá-lo e sempre que regressava estávamos juntos. Foi uma amizade que foi crescendo e se manteve. Passei com ele as suas primeiras férias, depois do Euro 2004. Convidou-me a mim e a alguns outros amigos para irmos a Cuba. Nunca deixou de falar com os amigos, mesmo tendo chegado ao topo. Nunca se esquece de ninguém. Convidou-me para ir assistir à cerimónia no Palácio de Belém [onde Ronaldo foi condecorado no ano passado com o grau de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique]. Acho que ele tem por mim uma grande amizade e uma grande consideração e é o que eu também sinto em relação a ele.

Quando o visitou em Manchester como é que ele se estava a ambientar a um novo país?
No início foi complicado, era um miúdo com 18 anos. Não falava inglês e não gostava do clima. Quando falavam com ele dentro de campo nem sempre entendia, mas, a brincar, dizia-me que se não conseguisse falar com a boca falava com os pés. Mas depois aprendeu inglês e passou a sentir-se em casa. Também o ajudou a mãe ter ido morar com ele e também tinha lá o cunhado. Foram importantes para o seu crescimento e por é por isso que ele lhes agradece agora. Ele sempre foi muito ligado à família e sentiu muito a sua falta quando veio da Madeira para o Sporting. Mas ele dizia que essas coisas o tornaram mais forte e lhe permitiram crescer mais rapidamente.

Ficou surpreendido com o incrível sucesso do Ronaldo no futebol?
Ele próprio terá ficado surpreendido com aquilo que foi acontecendo na sua carreira. Quando chegou ao Manchester United, estavam lá jogadores incríveis, como o Ryan Giggs, o Paul Scholes ou o Van Nistelrooy, e, se calhar, nesse momento não lhe passava pela cabeça que iria ser o melhor do mundo. Mas o tempo foi passando e as pessoas que estavam em seu redor iam dizendo que ele iria ser um “Bola de Ouro” dentro de algum tempo. Ele foi trabalhando até se mentalizar que iria conseguir. Quando conheci o Cristiano e quando ele foi para o Manchester, era mais um driblador, um jogador que levantava o público com as suas jogadas e que fazia golos, mas não eram tão frequentes. A partir de determinada altura ficou obcecado pelo golo. É que já ninguém se lembra das várias fintas que ele fazia por jogo, mas dos golos toda a gente se vai lembrar para sempre. Tornou-se muito mais objectivo e a querer ficar na história. Foi evoluindo sempre, com muito trabalho e chegou ao topo do mundo.

E a sua carreira? Como está correr esta fase agora ao serviço do Oriental (II Liga)?
Já aqui tinha estado há quatro anos. Foi uma oportunidade que a equipa técnica e o clube me deram de jogar numa competição profissional, a qual agradeço. Está a correr bem, fizemos boas campanhas na Taça de Portugal e na Taça da Liga e estamos com quatro vitórias consecutivas fora de casa no campeonato.

O que aconteceu depois de ter saído do Sporting [em 2003]?
Na altura, acabaram com a equipa B, fui dispensado e custou-me muito. Ainda tive as minhas oportunidades, mas não tive cabeça. Era muito jovem, estava sempre tudo bem para mim. Não me posso queixar de falta de oportunidades, mas de não as ter sabido aproveitar. Não fui o profissional que deveria ter sido nos momentos certos.

Ainda teve uma oportunidade na Liga principal…
Sim, ao serviço da União de Leiria [2008-10], mas tive a infelicidade de sofrer uma lesão num tendão. Quando chegou o mister Lito Vidigal para treinar a equipa, acabei por ser emprestado ao Fátima. Não voltei a ter oportunidades na Liga principal, mas tive hipóteses de ir jogar para o estrangeiro. Um dos meus erros foi não ter aproveitado, sentia-me bem aqui e acabei por não ir para fora. Dizia sempre que era para o ano, mas eles foram passando…

O que aconteceu?
Era um jovem fora de casa, com excesso de liberdade. Se fosse hoje em dia, que sou casado e tenho um filho, seria diferente. A pessoa cresce e se calhar não tinha cometido alguns erros que cometi. Agora, estou a tirar uma formação em scouting, de observação [para encontrar jovens talentos]. É que infelizmente não tive estudos, cheguei aos 30 anos e penso: 'Agora o que vou fazer'...

Fonte: publico.pt

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