Época 2016/2017. O Sporting, campeão em título, recebe o Benfica em Alvalade. Os rivais encontram-se em igualdade pontual a meio da segunda volta do campeonato. É o jogo que nos pode relançar para o bi-campeonato.
O meu filho acorda em êxtase. Veste a verde-e-branca, come à pressa e diz que quer ir para Alvalade. Tento refriar-lhe o ânimo tendo o meu próprio exaltado. Explico que ainda é cedo e que o jogo é só às 17 horas (sim, neste ano este foi, na maior parte das vezes, o horário dos nossos jogos). Vai ser difícil segurar a fera até lá.
15 horas...
Preparamo-nos para sair de casa. É dia de estádio cheio, em vez dos habituais 42000. Na verdade é quase um dia de jogo normal. Enchente em Alvalade só que o adversário é o eterno rival. Ninguém quer perder!
A festa começa a fazer-se fora do estádio. Nas imediações vêm-se as bancas de cachecóis, os vendedores de tudo o que é petisco e o reboliço habitual em dia de jogo. Dirigimo-nos às rulotes. É tempo de cumprimentar os amigos e conviver antes de entrar no estádio. Vão lá estar todos, os meus amigos, os dele, os nossos.
16.00 horas...
Sim, tudo é preparado ao minuto. Não queremos perder nada. Queremos ver o Jubas, aplaudir o Rui Patrício na entrada para o aquecimento, tal como todos os outros jogadores e ver o espectáculo preparado para as bancadas, muito particularmente na curva sul.
Sim, a curva sul. O Presidente Bruno de Carvalho há muito que tomou medidas drásticas. Quem não se sabe comportar não entra em Alvalade.
Felizmente, do outro lado da barricada, os adeptos adversários comportam-se em consonância com o habitual ambiente de Alvalade. Tudo o que não devia entrar no estádio ficou à porta, inclusive alguns adeptos problemáticos que, felizmente, cada vez menos se vêm nos nossos estádios.
Está preparada a festa. Os petardos e as tochas desapareceram e deram lugar a coreografias de grupo, cânticos e a um regresso ao passado numa festa feita de cor, papelinhos e rolos de papel higiénico. Tudo verde-e-branco! As tarjas ofensivas deram lugar a cartazes enormes de apoio os nossos heróis e a coreografia atravessa todo o estádio.
É vê-lo extasiado com tamanha festa. Sorrio, pensando que há bem pouco tempo aquele momento poderia não ser possível.
O jogo? Foi renhido, com golos (um deles validado pelo vídeo-árbitro) e no fim, venceu quem mereceu.
A maior vitória foi saber que pude ir ao estádio, levar o meu filho e regressar a casa tranquilo, depois de um bom espectáculo sem incidentes nas bancadas e com justiça em campo.
Sonhar não custa...