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Grande Artista e Goleador

Portimonense 4-2 SPORTING CP: Assim não dá

O Sporting joga cada vez pior e ganha cada vez menos, evidenciando enormes dificuldades frente a qualquer adversário.

Não adianta achar que não se foi inferior ao Braga, se foi superior ao Vorskla ou admitir que se foi inferior ao Portimonense. O Sporting tem de se mostrar superior a essas equipas em qualquer contexto. Não apenas por ser o Sporting mas porque tem qualidade individual para formar um melhor colectivo, com melhores ideias.

José Peseiro tarda em aplicar na equipa princípios que, mais do que se coadunem com o clube, potenciem o valor individual dos jogadores que compõem o seu plantel.

Bruno Fernandes, Fredy Montero ou Nani, só para citar alguns, merecem uma ideia de jogo que favoreça e potencie a sua qualidade individual e não um conjunto de pontas soltas à espera de ser unidas por eles.

 

 

O jogo de ontem foi mais um exemplo daquilo que não pode ser o Sporting. Nem de José Peseiro nem de qualquer outro treinador.

Assim sendo, parece-me óbvio que se começam a esgotar os créditos do treinador ribatejano que, na minha opinião deve ser confrontado pela liderança de Frederico Varandas.

É tempo das reuniões com equipa técnica e capitães produzirem os seus efeitos, por forma a descobrir a fórmula que sirva os interesses do clube. Há que saber se os jogadores estão satisfeitos com a abordagem e liderança do treinador e saber o que este acha que tem falhado nos últimos jogos e que não tem permitido que a equipa cresça (bem pelo contrário).

José Peseiro terá de sentir que a pressão dos resultados aumenta e estas conversas poderão dar um sinal sobre o caminho a tomar.

 

É sabido que Peseiro foi a escolha possível, dado o momento que o Sporting atravessava. Quando essa escolha foi anunciada, pareceu-me lógica, sabendo que não seria a escolha ideal. Não tendo sido uma escolha de Varandas, foi assumido pelo próprio que seria o seu treinador, sabendo que provavelmente não corresponderia ao perfil traçado por si. Naturalmente, seria um técnico a prazo que, tanto ou mais do que qualquer outro, estaria refém dos resultados.

No entanto e apesar de tudo isto, parece-me uma boa oportunidade para, internamente, se colocarem à prova as capacidades de liderança do novo Presidente.

Não acho que a decisão precipitada de despedir já o treinador seja a ideal, mesmo com todas as condicionantes já enumeradas. Varandas terá de se mostrar frio, não dando já uma indicação de pouca ponderação nas suas acções. 

Peseiro terá de saber que não está no rumo certo e que o Sporting precisa de retomar um caminho em que se vislumbre um futuro a curto prazo e, ou isto acontece nos próximos jogos ou a sua posição terá de ser considerada.

 

É agora que a propalada união do grupo será verdadeiramente colocada à prova mas, mais do que isto, será o momento do plantel dizer se está ou não com o treinador escolhido por Sousa Cintra para assumir os destinos do Sporting num momento que se afigurava complicado.

Se essa união produzir frutos e validar a liderança do treinador e se Peseiro conseguir aproximar-se daquilo que Sporting precisa, Varandas terá mais tempo e espaço para preparar o futuro. 

Peseiro ainda pode ser parte da solução, revelando-se útil a curto prazo (recordo que só tem contrato para esta época desportiva). Se se chegar à conclusão que formula um problema e não parte da solução, Varandas terá de acabar por agir, escolhendo o seu primeiro treinador.

 

A derrota de ontem não coloca, de facto, nada em causa mas faz soar todos os alarmes no reino do leão. Segue-se uma pausa para os compromissos das selecções nacionais que, na minha opinião, vem num bom momento. Há que reagir depois, nos jogos com Arsenal e Boavista, ambos em nossa casa.

 

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Vorskla Poltava 1-2 SPORTING: Caída do banco

Espero que a aparente satisfação de José Peseiro com a prestação da equipa, revelada na conferência de imprensa, seja apenas a mensagem a passar para fora.

É que aquelas coisas todas que ele disse que fizemos para procurar desmobilizar o adversário, não aconteceram e a paciência que diz que tivemos, devia estar a referir-se à dos adeptos, que aguentaram ver o jogo até ao fim.

 

Ganhar é bom mas as coisas não vão acontecer sempre desta forma, a jogar assim.

Espero, por isso, que a mensagem para dentro do grupo seja bem diferente daquela que ontem pudemos ouvir pela TV.

 

 

Ontem escaparam os três que entraram e, sem eles, não teríamos vindo da Ucrânia de sorriso nos lábios. Um sorriso de quem sabe que teve sorte. A sorte de ter jogadores com a classe e qualidade de Montero, com o empenho e entrega de Jovane e a objectividade de Raphinha.

A sorte, essa, não vai proteger-nos sempre. Porque só protege os audazes, que a procuram e não os que só ficam à espera dela.

 

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Sp. Braga 1-0 SPORTING CP: Ganhou a eficácia

Liga NOS: SC Braga x Sporting

 

O Braga concretizou a oportunidade que, em todo o encontro, teria melhores chances de dar em golo. Julgo não estar errado ao dizer que, nos pouco mais de 90 minutos de jogo, apenas duas oportunidades de golo foram concretizadas dentro da área; o cabeceamento de Nani, num lance de bola parada e o lance do golo do Braga, que podíamos perfeitamente ter evitado.

 

O Sporting não fez um bom jogo, quase nunca teve o domínio do mesmo e, apesar das oportunidades de perigo criadas, as mesmas não passaram de iniciativas individuais com remates de fora da área. O Braga apostou na mesma receita, com o mesmo resultado e foi Abel que descortinou o caminho para a vitória, trocando Wilson por Eduardo.

 

Esperava ver de Peseiro mais proactividade. Devia ter mexido antes de Abel, mostrando que não estava satisfeito com o empate e queria ganhar. No momento em que Abel mexe pela primeira vez, já o Braga dominava completamente o encontro e era evidente que a equipa do Sporting já devia ter levado um abanão.

As entradas de Jovane e Castaignos pecam por tardias e, na minha opinião, foram conservadoras. Se quisesse ganhar (ou empatar, visto que já estávamos em desvantagem) o jogo, Peseiro teria retirado um médio de campo, mantendo Montero nas costas de Castaignos. Deu-se mal e espero que sirva de emenda. O Sporting joga para vencer em qualquer campo.

 

Mas nem tudo é culpa de Peseiro. Tivemos jogadores importantes em sub-rendimento. Nani não esteve ao seu nível e Bruno Fernandes pode fazer muito melhor. Raphinha só acordou nos minutos finais e isso deixou Montero sem o volume de jogo que faz com que marque a diferença. 

Battaglia (provavelmente o pior em campo) nunca conseguiu segurar o meio-campo do Braga e a dupla com Gudelj não funcionou. É aqui que está o maior problema do Sporting, para o qual teremos de procurar solução, pelo menos até janeiro. Nós não temos um "6" com capacidade posicional e de passe e teremos de arranjar um se queremos jogar melhor e com mais equilíbrio (se não há na equipa principal, olhe-se para os sub-23).

Se as coberturas não forem rigorosas no meio, a nossa pressão alta não vai surtir o efeito desejado. Basta um ou dois erros neste aspecto, em todo o jogo, para deitar tudo a perder.

 

Ainda assim, é uma derrota que deve servir para aprender, trabalhar mais e melhorar. Não representa nenhuma tragédia nem coloca nada em causa. Cabe-nos a nós dar a volta à situação e voltar às vitórias já no próximo sábado, em casa, frente ao Marítimo.

Podem contar comigo! Eu vou lá estar!

 

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SPORTING CP 2-0 Qarabag: Três pontos, sem sobressaltos

 

O Sporting venceu o Qarabag e assume assim a liderança repartida do grupo E da Liga Europa, em igualdade pontual com o Arsenal.

São três pontos muito importantes, numa competição curta e que nos obriga à máxima competência nos jogos em casa, esperando depois pela conquista de alguns pontos fora que nos garantam o apuramento. Se vencermos os três jogos no nosso reduto, teremos meio caminho andado para os 16avos-de-final da Liga Europa.

 

Tão ou mais importantes do que os três pontos, foram os sinais positivos que a equipa voltou a revelar. A consistência defensiva é maior, a coesão também e, aos poucos, a equipa expressa-se melhor na hora de atacar.

Já se notam alguns dos princípios que identificam a ideia de jogo de José Peseiro, que confirmam assim a ideia do técnico ribatejano, que tinha afirmado que o conservadorismo inicial era transitório.

 

O jogo foi difícil mas o Sporting nunca perdeu o norte, assumindo sempre uma postura agressiva defensivamente, a pressionar alto sempre que possível. Foram sempre os leões quem mais oportunidades criaram e mais envolvimento ofensivo demonstraram. 

Foi evidente a tentativa dos azeris de defender também de forma agressiva, muitas vezes recorrendo à falta. A ideia seria intranquilizar o Sporting na sua fase inicial de construção, aproveitando um ou outro erro para materializar em golo mas os leões mostraram-se muito fortes e unidos, não entrando nunca em desespero.

 

O golo de Raphinha, que encostou ao segundo poste um cruzamento milimétrico de Nani, trouxe algum alívio e o golo tardio (mas rápido) de Jovane trouxe ao resultado alguma justiça.

O Sporting foi melhor e ganhou com naturalidade, evitando sobressaltos de maior, apesar das tentativas do adversário e arranca assim da melhor forma nas provas europeias, onde parte com natural ambição.

Interessante o facto de me ser novamente difícil nomear "um" man of the match, factor indicativo importante de que o que está a funcionar é o colectivo, sendo as individualidades potenciadas em seu benefício.

 

De resto, foi um dia de Sporting cheio de bons momentos, com boas prestações de Diogo Carvalho e Daniela Dodean, que se mantêm em prova nos Europeus de Ténis de Mesa, de Tiago Santos, que sábado lutará pelo título mundial WAKO, em kickboxing, na vertente lowkick (63,5kg) e da equipa de andebol, que venceu mais um jogo antecipado do campeonato, antes de mais uma jornada europeia.

 

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SPORTING CP 3-1 Marítimo: Defesa do título começa com três pontos

É apenas um dado curioso mas o Sporting já conseguiu nesta edição da taça da Liga tantas vitórias como na edição do ano passado, onde vencemos a prova. Num começo que nos colocou novamente pela frente o Marítimo, o Sporting fez melhor do que o nulo da temporada passada e venceu por 3-1.

Peseiro optou por não mexer muito na estrutura da equipa, promovendo poucas alterações. Apenas Nani (limitado fisicamente) e Ristovski (desgastado após a dupla jornada pelo seu país) foram poupados, sendo que Bruno Gaspar e Jovane Cabral foram promovidos para os seus lugares.

 

Os leões entraram bem no encontro, com o domínio da partida mas ainda com algumas dificuldades em organização ofensiva. As dinâmicas não são ainda as melhores nem as mais eficazes e acabou por ser sobretudo o conservadorismo do Marítimo que nos facilitou a tarefa no primeiro tempo. O primeiro golo acaba por nascer de uma incursão com bola de Battaglia e com um passe falhado deste, ao qual a equipa respondeu, tentando condicionar a saída do Marítimo para o ataque. Há que valorizar a boa reacção à perda, apesar de terem sido os insulares a complicar a sua própria tarefa. Jovane aproveitou o trabalho defensivo dos companheiros, recuperou a bola e serviu Montero que esperou pelo timing certo para entregar a bola a Raphinha que, com o seu pior pé e uma ajudinha conseguiu fazer o golo.

De realçar que o bom comportamento defensivo do Sporting potenciou os primeiros 45 minutos de sentido único. A atitude e disponibilidade para defender compensou um ou outro momento em que a equipa não se soube posicionar e nota-se, de facto, que as individualidades se comprometem com o colectivo. O Sporting, dominando completamente o encontro, acabou por criar mais perigo em transição do que em organização ofensiva e este aspecto do jogo é o que mais se nota que evoluiu desde a época passada, onde a obsessão exagerada pelo controlo do jogo pouco permitia situações de ataque rápido e contra-ataque.

A primeira parte termina com uma grande oportunidade para Coates, na sequência de um canto cobrado por Jefferson. A bola saiu ligeiramente ao lado.

 

A segunda parte começou com um Marítimo mais agressivo defensivamente e a tentar condicionar mais cedo o ataque organizado do Sporting. O resultado foram duas boas oportunidades de golo nos primeiros cinco minutos e um "golo" anulado que, bem vistas as coisas, parece acontecer precedido de falta sobre Battaglia, que é empurrado por Rodrigo Pinho aquando da recuperação de bola. Apesar do fora-de-jogo não existir, é bom ter isto em conta.

O bom momento do Marítimo é contrariado da melhor forma. Na jogada imediatamente a seguir ao tal "golo" anulado, Jovane sofre a penalidade que Bruno Fernandes viria a concretizar no 2-0, numa jogada onde, mais uma vez, Montero é preponderante. Movimento de apoio e rotura no mesmo lance, que permitem a Jefferson servir Jovane (que fez bem mais no lance do que "apenas" sofrer a penalidade) já dentro da área.

O Marítimo voltou a tentar pegar no jogo e Correa proporcionou a Salin a defesa da noite. Remate forte com uma "sapatada" vistosa do francês. O mesmo Correa viria a marcar instantes depois, após uma estupidez que Acuña que, com Jovane sozinho para receber na frente, entregou a bola ao adversário com um passe para trás.

 

Mas o Sporting voltou a reagir da melhor forma às tentativas do Marítimo em reentrar no encontro; pontapé longo de Salin, Bruno Fernandes ganha a "segunda bola", tabela com Montero (preponderante nos três golos) e finaliza com qualidade, rasteiro e ao poste mais próximo.

O Marítimo mexeu, continuou a tentar marcar. Danny esteve muito perto do 3-2, instantes após as entradas de Joel Tagueu e Edgar Costa.

Peseiro respondeu com as entradas de Wendel e Gudelj, para os lugares de Jovane e Acuña. O Sporting reformulava o meio-campo e Bruno Fernandes passou a actuar nas alas, dando a Wendel a oportunidade de jogar mais liberto no "miolo", antes de Montero definir mal um lance que poderia ter terminado com um golo que seria mais do que merecido para o colombiano.

Raphinha tentou bisar de fora da área, num lance bem contrariado pelo guarda-redes do Marítimo, que negou também o hat-trick a Bruno Fernandes. Boa leitura de jogo do treinador do Sporting, que voltou a controlar e dominar o jogo nos últimos quinze minutos, que serviram ainda para observar pormenores muito interessantes de Gudelj, quer no capítulo defensivo, quer ofensivamente.

Confirmando as minhas expectativas, Diaby acabou também por se estrear, num jogo que terminou com um lance aparatoso, em que Lucas Áfrico entrou violentamente sobre Wendel, vendo imediatamente (e justamente) a cartolina vermelha.

 

Sendo praticamente impossível nomear apenas um homem do jogo, destaco os jogadores que me pareceram em melhor plano: Montero, Bruno Fernandes e Raphinha, sendo que gostei da tranquilidade e assertividade de André Pinto e da estreia de Bruno Gaspar (que precisa de mais minutos para ganhar confiança), para além do já mencionado Gudelj, que deixou muito boa impressão.

Mais do que a vitória, ficam no ar boas impressões da qualidade do grupo e da variabilidade táctica que alguns elementos poderão trazer em alguns momentos do jogo, sendo que alimento em mim a curiosidade de ver se este Sporting poderá evoluir também numa sistema que contemple dois avançados, com Montero nas costas de Dost ou até mesmo Diaby.

Nota final para os sinais vindos da bancada; união entre Sportinguistas (e foram quase trinta mil), com candidatos à presidência junto do presidente eleito, na tribuna.

Destaco ainda o fair-play no final do jogo, com o pedido de desculpas de Áfrico a Wendel, que lhe ofereceu a sua camisola.

 

 

Quinta-feira há mais, para a Liga Europa, com o Qarabag. 

 

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Benfica 1-1 SPORTING CP: Salin garantiu um ponto

 

Se à partida me dissessem que, nas circunstâncias actuais, empatávamos em casa do Benfica, nunca diria que não a essa possibilidade. Claro que o objectivo do Sporting é e terá sempre de ser a vitória mas garantir a possibilidade de, em casa, ganhar vantagem no confronto directo nunca é um mau resultado.

Peseiro optou por Acuña no meio-campo e ganhou essa aposta. O argentino deu muito mais à equipa naquela posição do que nos pode dar na ala mas, mais do que isso, tem valências que Misic ainda não apresentou.

Foi um Sporting a dar a bola ao adversário e a jogar nas transições. A procurar não se "esticar" em demasia para não se deposicionar na hora de defender.

Não é um tipo de futebol que me agrade mas é algo que admito nesta fase da temporada e num jogo desta importância. Peseiro estará ainda à procura de ganhar a confiança do plantel. Um plantel habituado a outro treinador e a outro estilo de liderança. Não há melhor forma de ganhar a confiança de um grupo de trabalho do que com pontos e um em casa de um rival directo nunca será mau.

 

Claro que o Sporting terá de jogar mais e melhor no futuro. Terá de ter capacidade para jogar em organização ofensiva, com qualidade e sem esperar um momento de uma individualidade. Terá de potenciar mais as individualidades do que o faz actualmente e é um colectivo forte que faz sobressair os nossos melhores jogadores. Espero que Peseiro tenha preparado um plano para implementar nesse sentido.

De resto, foi um jogo de sofrimento em que Salin sobressaiu, ao defender tudo o que pôde.

A fragilidade dos nossos laterais é evidente e aquele juntar de linhas que Peseiro pediu após o golo de Nani era catalisador de problemas para a nossa linha mais recuada, sobretudo para Ristovski e Jefferson. O perigo era iminente, tal como o golo do Benfica, que haveria mesmo de acontecer, já perto do final da partida.

Não é, no entanto, esse golo de João Félix que muda a minha análise ao jogo. Peseiro não resistiu à tentação de mudar após a vantagem e devia tê-lo feito não alterando o meio-campo. Mesmo com Bruno Fernandes em sub-rendimento. Ainda assim, nada nos garante que o golo não apareceria, pois os minutos finais seriam sempre de grande pressão.

 

Como disse no início, um empate em casa de um rival nunca será um mau resultado mas só valerá de alguma coisa se o cimentarmos com mais vitórias. Segue-se uma recepção ao Feirense, que tem hoje uma oportunidade de ir a Alvalade na liderança isolada do campeonato.

 

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SPORTING CP 2-1 Vitória FC: Follow the leader

Valeu Nani que, com dois grandes golos, deu ao Sporting a vitória e os respectivos e importantes três pontos.

Um líder é aquele que dá o exemplo, que carrega a equipa em campo quando necessário e que resolve no momento certo. Nani não fez um jogo perfeito mas mostrou que é de outro nível ao sobressair nos momentos-chave. É nisso que se destacam os grandes jogadores e Nani provou que, no nosso campeonato, continua a ser um fora-de-série.

Poucos merecem como ele envergar o leão ao peito. Poucos beijarão o símbolo com a sinceridade dele.

 

O Sporting até entrou bem no jogo, com alguma dinâmica e não foi com surpresa que o golo chegou cedo, numa jogada inventada pelo génio de Nani. Numa incursão da esquerda para o meio, o extremo leonino surpreendeu com um remate potente e bem chegado ao poste direito da baliza do guarda-redes sadino. O mais difícil estava feito.

Durou menos de vinte minutos, o bom momento do Sporting. Salin resolveu comprometer e ofereceu ao Vitória um empate que os de Setúbal não haviam ainda feito por merecer.

 

O Sporting intranquilizou-se e já só voltou a mostrar bons momentos avulso. A incapacidade de sair em ataque organizado voltou a manifestar-se de forma indelével, sobretudo consubstanciado naquilo que Battaglia e Misic não são capazes de dar neste momento do jogo. Ver Coates a assumir a primeira fase de construção numa equipa que tem obrigação de sair a jogar apoiado e com qualidade é preocupante.

A distância entre o bloco defensivo e os jogadores mais ofensivos aumentou drasticamente e a equipa passou a "esticar" o jogo precipitadamente e sem necessidade. Facilmente se identificavam uns vinte metros entre o meio campo defensivo e os quatro jogadores mais avançados. Bruno Fernandes (não fez um único passe para ocasião) pareceu cansado e poucas vezes desceu no terreno para pegar no jogo mas, apesar disso, parece ser a ideia de jogo da equipa que não precipita uma saída mais apoiada para o ataque.

É evidente que os jogadores não se sentem confortáveis e parece-me urgente que Peseiro faça alguma coisa para estabilizar o jogo da equipa e lhe conferir mais segurança com bola.

 

Para piorar, os laterais não ofereceram, no geral, segurança defensiva e os médios-defensivos não podem ter quase única e exclusivamente responsabilidades de cobertura a Ristovski e Jefferson. No entanto, se o macedónio tem algumas valências, o mesmo não se pode dizer do brasileiro, que apresenta lacunas graves ao nível do posicionamento defensivo e concentração, tal como ao nível do passe (aqui Ristovski acompanha-o).

Por falar em passe, é talvez a maior das lacunas em Battaglia e Misic (Petrovic não é muito melhor mas, por norma, joga mais simples, assumindo menos riscos). Torna-se quase impossível jogar com qualidade quando ambos os médios mais recuados se mostram desconfortáveis com bola e incapazes de jogar de forma segura. Cada passe arriscado é falhado e, por vezes, o mais simples dos passes é entregue ao adversário. Este cenário intranquiliza os colegas de equipa, que acabam por se afastar e não forçar o jogo apoiado, com receio do erro.

 

Importa realçar alguns sinais positivos na segunda parte, onde a entrada de Montero se revelou determinante para ligar algum do jogo ofensivo. A insuficiência física de Dost lançou o colombiano para o jogo e este não só tentou chamar os companheiros ao jogo como ainda esteve perto de marcar.

A entrada de Jovane para o lugar de Misic não só deu mais fulgor ao lado direito, onde Acuña não se adapta minimamente, como retirou do meio-campo um jogador que até ali se tinha revelado um equívoco. Ristovski subiu de produção e Acuña revelou-se mais útil como médio interior esquerdo, onde acabou por causar alguns desequilíbrios. 

Um desses desequilíbrios resultou numa excelente triangulação entre Montero, Jovane e Bruno Fernandes, que viria a lançar o jovem extremo no flanco direito. Ristovski deu profundidade na direita, Jovane temporizou e cruzou tenso onde Nani apareceu de forma fulgurante a finalizar de cabeça uma boa jogada colectiva que prova que há potencial na equipa para fazer mais e melhor.

 

 

No fim de contas, o mais importante foi alcançado mas, a uma semana do embate com o Benfica, o momento exibicional não é claramente o melhor e parece que será na raça, entrega e união que poderá estar a base para um bom resultado no Estádio da Luz.

 

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SPORTING CP 1-1 Marseille: um bom teste

Foi bom voltar a casa e foi bom ver, finalmente, um "cheirinho" daquilo que pode ser o Sporting desta época.

Deu para ver algumas coisas interessantes e para identificar algumas carências. Viram-se movimentações e apontamentos técnicos de relevo mas também falhas técnicas e de concentração.

Há, naturalmente, trabalho a fazer. Facilmente se identificam os pontos mais fortes e mais fracos. O regresso de Battaglia suprirá algumas das necessidades do meio-campo mas está longe de resolver os nossos problemas naquilo que é o coração de uma equipa e onde temos ainda de encontrar melhores soluções.

Mérito para José Peseiro, que viu em Acuña características interessantes para actuar no centro do terreno. Poderá ser uma aposta ganha num jogador de qualidade mas que me parece curto como extremo numa equipa com as ambições do Sporting. Creio que o futuro do argentino passará pelo meio ou pela lateral defensiva, em vez da ofensiva, onde temos este ano mais e melhores opções.

 

Foi sobretudo no plano ofensivo que identifiquei alguns comportamentos interessantes, tendo faltado apenas algum acerto no último passe. 

O envolvimento ofensivo dos laterais foi interessante, com especial destaque para a profundidade dada por Bruno Gaspar, na segunda parte, onde mostrou argumentos que, na minha opinião, faltam a Ristovski, sobretudo na hora de servir os companheiros de ataque.

Achei Nani e Matheus ainda abaixo daquilo que podem fazer e não gostei de os ver presos aos corredores onde iniciaram o jogo. Foram várias as vezes que se percebeu que estávamos e encontrar as melhores soluções mas que estas pediam um destro à direita e um canhoto à esquerda. Bastava que tivessem trocado uma ou duas vezes de lugar e as coisas podiam ter corrido melhor, até porque Montero foi um bom elemento de ligação ofensiva mas não teve ocasiões para finalizar, muitas vezes por precipitação na hora de servir quem estava na área.

Acima de tudo, o Sporting fez uma primeira meia-hora bastante consistente, bem como a parte final do segundo tempo.

 

Faltou-nos alguma concentração ao nível do passe no início do jogo, aquando da iniciação do processo ofensivo. Não sei se por convicção ou por falta de uma solução que permita sair a jogar pelo médio defensivo (Petrovic não é o tipo de jogador que garanta qualidade nessa fase do jogo), Peseiro optou por uma saida a dois, pelos defesas-centrais, que estiveram algo nervosos e inseguros com bola.

Ao contrário da opinião geral, não gostei muito de Wendel. Continuo sem perceber quais as suas melhores características e aquilo que nos pode oferecer mas confesso que, com Petrovic, não funciona e acho que mais por aquilo que o brasileiro ainda não dá a construir do que por aquilo que possamos esperar do sérvio, que é claramente um jogador de equilíbrios e simplicidade no passe. Acho que Petro pode ser útil no plantel mas precisamos de um jogador de características diferentes, já que vejo Battaglia para a outra posição do meio-campo.

 

Bruno Fernandes foi o melhor em campo e mostrou que está de corpo e alma no clube, como havia reiterado aquando do regresso. É o nosso melhor jogador e saúda-se o seu empenho e profissionalismo evidentes.

 

Ficam evidentes, na minha opinião, as limitações da lateral esquerda, a falta de um médio-defensivo com capacidade para construir desde trás e um ponta-de-lança distinto de Bas Dost e Montero (vendia Doumbia e Castaignos).

A questão do guarda-redes é para ir vendo. Confesso que continua a ser assunto tabu para mim, até porque poucos me deixariam descansado após a saída de Rui Patrício. Estou reticente em relação a Viviano mas não vou fazer juízos precipitados.

 

No próximo fim-de-semana há novo teste, com o Empoli, a contar para o Troféu 5 Violinos, que o Sporting venceu em todas as edições.

 

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SPORTING CP 1-0 Boavista: Aqui ninguém passa

O Sporting estava no "red line", como diria Jorge Jesus. Foram sete jogos em pouco mais de três semanas. Em média, o Sporting fez um jogo a cada setenta e nove horas, num período de vinte e três dias.

Nenhum adepto com a noção disto poderia pedir uma grande exibição com uma goleada mas isso até podia ter acontecido.

O Sporting fez uma boa primeira parte e, a espaços, até jogou bom futebol. Enquanto as pilhas duraram, a equipa conseguiu criar oportunidades e marcar o único golo da partida, resultante de um pontapé de penalti que o VAR ajudou (e bem) a assinalar.

 

Enquanto isto, o Boavista, embora afoito e rápido nas transições, nunca conseguiu acercar-se da baliza de Rui Patrício.

As maiores dificuldades vieram da nossa incapacidade para juntar as linhas a defender. Tudo isto por inferioridade física, que resultava num maior espaço entre sectores e num posicionamento deficiente no momento defensivo. 

Apesar de tudo, o Sporting resolveu sempre bem as dificuldades que o Boavista criou, muito por culpa da boa exibição de ambos os laterais. 

Com Battaglia visivelmente cansado, foram muitas vezes os centrais e os laterais a resolver os problemas, muitos deles ainda longe da nossa zona mais recuada e, portanto, evitando real perigo.

 

Rui Patrício não fez uma única defesa e o Sporting voltou a fechar mais um jogo em casa sem sofrer golos.

Foi o vigésimo primeiro jogo desta temporada em que não sofremos golos em casa, num total de vinte e oito encontros. Há catorze jogos consecutivos que o Sporting não sofre um golo em Alvalade nas competições nacionais, dez deles na Liga Portuguesa.

Foi o vigésimo segundo jogo sem perder em casa nas competições nacionais, sendo que a última equipa a vencer em nossa casa foi o Barcelona, graças a um auto-golo de Mathieu.

Não sei qual o melhor registo defensivo em casa numa temporada, em jogos para o campeonato mas arrisco que esta será a melhor época de sempre.

 

Enquanto as pilhas duraram, foi Bruno Fernandes o jogador em destaque do lado do Sporting, sempre bem acompanhado por Bryan Ruiz e Gelson. 

Bryan durou mais tempo que Bruno Fernandes e Gelson, embora esgotado, teve sempre uma reserva energética para mais um sprint, fosse para a frente ou para trás.

Bas Dost fez o golo. Tem mérito pela frieza com que bateu o penalti mas fez um jogo modesto. 

No geral, não me desagradou nada a exibição. Claro que sofremos um pouco no final, mais por filmes antes vistos do que por aquilo que ia acontecendo em campo.

 

A nossa obrigação está cumprida e teremos a partir de agora uma semana para preparar cada jogo, com a certeza que os jogadores se apresentarão agora em melhores condições, pese embora o adiantado da época e o desgaste acumulado dos quase sessenta jogos disputados.

O Porto ainda joga hoje e, embora o jogo seja teoricamente fácil, surge num momento de enorme pressão para os azuis-e-brancos.

Acendam uma velinha.

 

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Mais uma vez a um passo do sonho

Ainda não foi desta que erguemos a UEFA Futsal Cup. O Inter Movistar foi mais forte e venceu por 5-2, num jogo em que o Sporting correu sempre atrás do prejuízo.

À terceira não foi de vez e depois da quinta presença em meias-finais, o Sporting não foi além do segundo lugar e igualou o Dínamo de Moscovo e o Inter em finais perdidas a um jogo (3). Os russos ainda perderam mais duas, numa fase em que a final se disputava em duas mãos.

 

Confesso que estava extremamente confiante na vitória e na capacidade da nossa equipa. Estou triste pela derrota mas conformado. O Inter foi melhor e mostrou estar ainda um furo acima de nós. Podemos equilibrar um jogo com o campeão espanhol, podemos até ganhar (como se viu na Masters Cup) mas o resultado mais normal ainda é o que se verificou.

O nível de eficácia em momentos de decisão que o Inter apresenta coloca-os num patamar acima de todas as equipas de Europa e mostra o porquê de serem tetra-campeões da liga espanhola e, agora,bi-campeões europeus.

A entrada a perder no encontro foi um banho de realidade e um sério aviso à equipa liderada por Nuno Dias. Os espanhóis mostraram que não iam facilitar e que iam atirar a contar sempre que pudessem. 

O golo do empate devolveu-nos alguma esperança e nem o segundo golo do Inter abalou a nossa confiança, embora tenha demonstrado mais uma vez que eficácia é o nome do meio dos madrilenos.

O terceiro golo já colocou a fasquia mais elevada e deu para perceber que levar de vencido o campeão europeu seria uma tarefa muito complicada.

Não conseguir passar para a frente do marcador foi o maior entrave ao nosso sucesso. Era esse ascendente no marcador que permitiria retirar ao Inter o conforto no jogo. Para sermos felizes, teriam de ter sido eles a correr atrás do resultado.

 

O frango de Marcão logo no início da segunda parte podia, no entanto, ter deitado por terra a confiança da equipa. Facilmente acabaríamos desmoralizados e tudo poderia terminar como na época passada.

Mas não...a equipa não se resignou e partiu para uma grande segunda parte, que até podia ter tido dois minutos finais de incerteza no resultado, se Dieguinho tem concretizado um lance cara-a-cara com o guarda-redes espanhol. Nesta fase, o Sporting perdia por 4-2, fruto de um golo de Diogo, já a jogar em 5x4. O lance de Dieguinho poderia ter feito o 4-3 e relançaria o jogo para os minutos finais.

O Inter acabaria por marcar o último golo a segundos do final, retirando alguma justiça ao resultado. O Sporting não merecia ter perdido por três golos de diferença mas isso também não é importante. Uma derrota é uma derrota, independente dos números.

Não foi suficiente para dar os parabéns à nossa equipa mas o orgulho em todos os jogadores mantém-se. Temos um grande plantel, liderado por um dos melhores treinadores do Mundo e a nossa hora chegará.

Todos merecem ser campeões da Europa de clubes um dia, mas há uns a quem a sorte já devia ter sorrido. João Matos, Pedro Cary, Caio Japa e Djô já mereciam este título, depois de terem estado em todas as final-four que o Sporting disputou. Deo só falhou uma final-four (estava na Rússia) e esteve em todas as finais perdidas. Divanei e Cardinal estiveram em duas das três finais perdidas. Nuno Dias e a sua equipa técnica estiveram em três das cinco final-four e também eles mereciam mais do que dois segundos lugares e um terceiro.

 

Uma coisa é certa; não devemos desistir de perseguir este objectivo e espero que para o ano consigamos voltar a estar nos momentos de decisão.

Em 2018/2019 e prova passará a ter nova designação e, quem sabe, a nossa sorte mude. Venha de lá a Champions!

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Jamor, espera por nós

Voltaremos a pintar o Jamor de verde-e-branco. No dia 20 de maio estaremos novamente no palco mítico que desde 1945/1946 acolhe a final da Taça de Portugal. Será a nossa 28ª final, sendo que tentaremos vencer o 17º título.

 

Muitas vezes apontei o dedo à gestão de Jesus e à qualidade do nosso jogo mas nunca questionei a vontade, compromisso, união, garra e ambição deste grupo de jogadores.

"Homens de barba rija", com "carácter", "alma" e que têm a "sintonia e o compromisso ideal para nos fazer felizes". Usei as expressões entre parêntesis ao longo da temporada, várias vezes, nem todas na hora da vitória.

No final do jogo, Jesus reiterou tudo isto, puxando dos galões para defender os que lidera, após mais uma pergunta "venenosa". "Os jogadores são o mais importante", disse ele. É verdade!

Ninguém precisa fazer um esforço de memória para saber quem marcou os golos mais decisivos nas vitórias mais emblemáticas ou quem fez aquele corte ou defesa que, acreditamos, nos pode ter valido um jogo ou um título. Os momentos mais épicos da história de um clube ficam ligados a quem os protagonizou no terreno; o cantinho do Morais em Antuérpia, o bis do André Cruz em Vidal Pinheiro, o poker do Manel no 7-1, o Iorda na final da Taça, o Jardel em Setúbal, o Montero no Jamor... Podia ficar aqui dias a relatar momentos destes, todos eles eternizados na nossa memória colectiva.

 

O jogo e o resultado de ontem foi obra do trabalho dos jogadores, do seu empenho e da sua vontade de vencer. Vitória justa da equipa que melhor controlou os momentos de decisão e que voltou a não falhar nenhum dos cinco pontapés de penalti.

Foram vários os jogadores que se exibiram a um nível muito elevado, pese embora o forte desgaste. Mesmo os que não jogaram assim tão bem, compensaram com um inabalável espírito de sacrifício em prol do objectivo colectivo. Pelo golo mas não só, para mim, Coates foi o melhor em campo.

Foi um jogo com alguns pontos de contacto com a eliminatória frente ao Benfica, em 2015/16, que ganhámos no prolongamento. Essa temporada não terminou como deveria, até mesmo na taça de Portugal. Quem sabe, este ano não se faz justiça.

Criança Sporting.jpg

A imagem escolhida para ilustrar o jogo e a nossa crença e amor inabalável pelo Sporting tinha de ser esta.

Um miúdo que nunca viu o Sporting ser campeão a chorar um golo marcado. A viver o Sporting com emoção. Curiosamente conheço o pai dele, enorme leão que soube fazer aquilo que o meu pai e muitos outros milhares fizeram nos últimos 40 anos; passar Sportinguismo. Puro e alicerçado apenas no amor e na crença inabalável que os nossos valores preconizam. Esforço, dedicação e devoção que na maior parte das vezes resultou apenas em esperanças renovadas mas nem por isso menos apaixonadas.

É por meninos como estes que somos os melhores adeptos do Mundo. Confesso, arderam-me os olhos quando vi esta imagem, após o golo do Coates.

Isto só acontece porque nos passaram Sportinguismo e não canecos numa vitrina. Nós temos feito o mesmo que fizeram connosco e isso vale mais do que muitos títulos que, felizmente, também ganhámos mas nenhum destes miúdos viu.

Isto é a certeza de que temos passado aos nossos miúdos o que é o Sporting. E o Sporting é muito mais do que aquilo que se vê no nosso museu!

 

Venha o Boavista, que este campeonato ainda tem muito para jogar.

 

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Belenenses 3-4 SPORTING CP: Estamos vivos e na luta

Liga NOS: Belenenses x Sporting

Jogo difícil, como se esperava. Atribulado, mais do que o previsto.

A entrega das equipas não merecia uma arbitragem tão fraca. Erros corrigidos e correcções erradas. Uma confusão!

Continua a ser difícil perceber a discrepância entre a segurança defensiva apresentada em Alvalade e a constante dormência que se verifica nos jogos fora. 

Ganhou o adepto, que presenciou ou viu na TV um jogo com muitos golos, emotivo e capaz de pôr os nervos em franja ao mais calmo dos indivíduos.

 

O Sporting compensou uma entrada em falso no jogo com uma resposta de grande nível e, ao intervalo, já havia virado o 1-0 para um esclarecedor 1-3, muito graças a um fabuloso Bruno Fernandes.

Bruno Fernandes que quase marcou no início da segunda parte, a passe de Gelson Martins. 

À entrada razoável do Sporting na segunda parte seguiu-se um período de completo adormecimento, que resultou em dois golos sofridos. O 2-3 chega por inépcia da nossa lateral direita, embora os homens do meio-campo também tenham deixado Licá livre de marcação e o 3-3 resulta de uma bola nas costas que acaba com Acuña a derrubar Licá para, depois, Fredy fazer o empate.

Foram cerca de dez minutos frenéticos, onde o Sporting acaba por se adiantar fruto da terceira grande-penalidade do jogo, convertida por Bruno Fernandes após falta sobre Bas Dost, que levou à expulsão de Yebda.

 

A pouca frescura física e as decisões de Jesus em apostar no segurar da magra vantagem tornaram os minutos finais penosos e enervantes para o nosso lado. Felizmente Patrício e o poste estavam lá para evitar males maiores.

Estamos vivos, na luta e a depender apenas de nós para vencer a Taça de Portugal e segurar o segundo lugar na Liga.

Apesar de tudo, eu acredito!

 

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SPORTING CP 2-0 P. Ferreira: Instabilidade? Só fora de campo!

Espero que a resposta de ontem seja para manter até final da temporada. Exibição muito segura da equipa do Sporting, contrariando dentro de campo o ambiente de instabilidade que se vive fora dele.

Sem fazer uma exibição fantástica ou particularmente exuberante, o Sporting teve sempre o controlo do jogo, controlou o adversário com bola e sem ela e não deixou que o Paços sequer se aproximasse da área de Rui Patrício.

Bryan desbloqueou o jogo, com um grande passe para Bruno Fernandes que, em esforço, desviou para Bas Dost encostar. 

Já no segundo tempo, foi Gelson a recuperar uma bola, trocar com Bruno Fernandes e assistir Bryan para o 2-0, que viria a ser o resultado final.

Nota para a estreia (com bons indicadores) de Wendel e para as boas exibições de Battaglia, Coates, Bruno Fernandes e, sobretudo, Gelson mas notas positivas também para Bas Dost e Bryan, por terem estado ambos em momentos decisivos da partida.

 

O prémio de MVP vai para Gelson, que voltou a ser o elemento de maior rendimento. Fez mais uma assistência, revelou bom entendimento e solidariedade com Ristovski e foi o habitual elemento desequilibrador da partida. Teve seis acções defensivas efectivas (as mesmas que Battaglia e apenas abaixo de Ristovski e Coates), mais do que Wendel, Bruno Fernandes, Bryan Ruiz e Bas Dost...juntos. Para além disso, tentou o remate por três vezes e fez dois passes para ocasião de golo, um deles concretizado por Bryan Ruiz.

 

Destaque para o décimo primeiro jogo consecutivo sem sofrer golos em casa nas competições nacionais (o último foi marcado pelo Braga, em novembro), nove deles na Liga NOS. Foi também o décimo segundo jogo para o campeonato sem sofrer golos em casa, em quinze jogos (só Estoril, Chaves e Braga marcaram em Alvalade).

 

Acerca das manifestações de apoio aos jogadores e apupos a Bruno de Carvalho, são apenas um reflexo daquilo que se tem passado nos últimos dias. Uma situação que tem fugido ao controlo do Presidente e que Jorge Jesus parece ter mediado com um compromisso e altruísmo que deve servir de exemplo.

O treinador do Sporting esteve impecável na gestão do conflito, no assegurar que os interesses do Sporting seriam salvaguardados e dando uma lição de comunicação inesperadamente clara e peremptória.

 

Quinta-feira há novo duelo com o Atlético de Madrid e novo teste à competência e união do grupo.

 

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Atlético de Madrid 2-0 SPORTING CP: Foi pior o rescaldo do que o jogo

Rodrigo Battaglia

A verdade é que nem tinha ficado muito "aziado" depois da derrota de ontem.

Claro que fiquei fulo com o Coates e mandei à "merde" o Mathieu. Óbvio que achei a entrada do Dost desnecessária e a do Coentrão despropositada. Evidente que desesperei com o falhanço do meu querido Montero mas, foda-se, se até eu já fui acusado de desestabilizador por fazer criticas a jogadores, será que fica bem ao Presidente fazê-lo publicamente? Mais ainda da forma que se leu, viu e ouviu?

 

Enfim...perdemos um jogo que podia bem ter acabado com um bom resultado para nós mas muitos houve antes deste em que uma atitude ríspida seria mais justificada, após o jogo.

Não faz sentido abrir uma guerra contra os jogadores quando, por enquanto, ainda há objectivos a atingir. Na verdade, em nenhum estilo de comunicação isso faz sentido, em momento algum. Pior ainda, se considerarmos a importância dos elementos em questão.

 

Aquilo que Bruno de Carvalho fez é inadmissível. Exigência não implica humilhações públicas. Não é desafiando alguém, apontando o dedo, que se demonstra a tão propalada união de aço. Muito menos quando se está a falar do líder máximo do "grupo".

A exigência é para todos e só deve ser avaliada em momento e local próprios. Treinador e jogadores têm o seu futuro em equação a cada época, ou a cada janela de transferências. O Presidente saberá em 2021 se há uma maioria que se identifique ou tolere este comportamento.

 

Voltando ao jogo, foi uma derrota normal, em casa de um adversário mais poderoso. Não saímos envergonhados nem completamente fora da luta. Não estamos com vida fácil mas acredito que não viraremos a cara à luta. A passagem é difícil mas há que tentar fazer o melhor, esperando que o melhor da próxima quinta-feira não contenha os erros de ontem. Acontecendo, tudo é possível.

Em situação normal, talvez fosse mais duro com os jogadores. Eu posso. Sou só um sócio normal, sem expressão. A minha opinião pode ser lida mas não tem impacto, muito menos nos jogadores.

Desta vez, sinto-me no dever de os defender. Não desanimem nem desmotivem. Não se revoltem sem mostrar essa revolta em campo. Domingo queremos três pontos e na quinta-feira ainda temos uma palavra a dizer.

 

No final, para o bem e para o mal, a responsabilidade será sempre maior para quem tem mais poder.

 

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Sp. Braga 1-0 SPORTING CP: Uma morte anunciada

As expectativas eram baixas para esta época. Disse-o por aqui no início da mesma e ontem acabaram as nossas ambições relativamente ao título nacional, principal objectivo da temporada.

Devo dizer que, momentos houve em que a equipa respondeu e deu sinais positivos. Jogámos bom futebol, mostrámos eficácia, espírito de luta, resiliência, garra... No entanto, faltou sempre algo que verdadeiramente convencesse os adeptos de que este poderia ser "o ano".

Faltou consistência, alguma audácia, sobrou calculismo e acabou por não ser suficiente.

Claro que ainda há a Liga Europa e a Taça de Portugal, competições diferentes de uma que te obriga a ser regular, a manter o nível semana após semana mas...as expectativas continuam a ser baixas.

 

Jesus formou um bom plantel, aparentemente sempre me pareceu um bom grupo, mas foi evidente desde o início que nem todos teriam espaço de afirmação, tolerância e minutos para crescer. Tanto ou mais ainda do que o habitual, Jesus agarrou-se aos seus 13/14 jogadores preferidos e achou que conseguia levar a nau a bom porto só com esses.

O treinador do Sporting nunca revelou grande astúcia para gerir plantéis, sobretudo sendo extensos. É exigente, meticuloso, trabalha no limite mas não usa a pedagogia, não sabe dar um "mimo" na hora certa, não é tolerante. Não é um treinador com o perfil ideal para um clube como o nosso, onde é habitual haver juventude, que normalmente acaba até por ganhar alguma preponderância.

Quase deu certo no primeiro ano, falhou completamente no segundo e voltou a falhar no terceiro.

 

"Não é altura para falar disto", "Ainda há coisas para ganhar"...vou ouvir isto e mais algumas, sabendo que corro o risco de me chamarem Sportin..."qualquer coisa".

 

Parece-me evidente que Jesus falhou como treinador do Sporting. O projecto desenhado em conjunto não deu certo, quer com um plantel adquirido ou um feito com plenos poderes, reforçados esta epoca.

O Sporting tem bons jogadores em todas as posições, um plantel caro e um treinador experiente (e ainda mais caro que os jogadores mais caros do plantel). 

Podia e tinha de fazer melhor! Não pode haver receio em assumir isto.

O que aconteceu ontem foi, como disse no título, uma morte anunciada. Há muitas semanas que era evidente que isto aconteceria em qualquer lado. Foi em Braga, como poderia ter sido noutro lado, antes deste jogo ou depois.

Acabou-se a luta pelo título mas não se acabou a luta pelo segundo lugar, pelo melhor possível na Liga Europa e pela conquista da Taça de Portugal.

Não sei o que acontecerá a Jesus no final da época mas acredito que fique para cumprir o contrato. Aceito isso, embora meio contrariado. Seja como for, fica a obrigação de deixar algo mais do que troféus segundários (para não dizer "menores") no Museu do Sporting.

 

Ontem, assim que aquela boa meia hora inicial não resultou em golos para o nosso lado, ficou evidente que seria muito complicado ganhar o jogo. Bas Dost nunca entrou no encontro e é sempre dificil marcar sem que ele seja incluído nas dinâmicas da equipa (entenda-se: "meter a puta da redondinha onde se sabe que ele não falha").

A arbitragem tem erros para ambos os lados e é impossível saber o que se passaria se, por exemplo, tem sido assinalado o penalti sobre Bas Dost, que existe e é, para mim, claro.

Evidente, também, foi aquilo que o Sporting não fez após essa boa meia-hora inicial e que diminuiu muito as nossas probabilidades de sucesso.

 

Voltando à nossa época, teremos de nos transcender para eliminar o Atleti e dar a volta à eliminatória da Taça de Portugal, com o Porto. Tudo isto não facilitando no campeonato onde teremos de perseguir o segundo lugar, com o bafo dos minhotos bem nas nossas costas. Não vai ser fácil mas, às vezes, é quando parece impossível que as coisas acontecem. 

Sporting sempre!

 

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SPORTING CP 2-0 Rio Ave: Bo joga muito

Depois da derrota no Dragão, o jogo de ontem concluía um ciclo infernal de quatro jogos em apenas onze dias. 

O Sporting não só saiu vivo deste ciclo como o superou, terminando com uma exibição bem acima das minhas expectativas.

Bom futebol, oportunidades de golo, Gelson a "decidir mal", Bas Dost aos abraços, o regresso de Piccini à titularidade, a estreia de Wendel, a homenagem a Peyroteo e uma noite quase perfeita, mesmo que tenham faltado alguns golos para a abrilhantar ainda mais e fazer justiça aos números do homenageado.

 

Depois do desgaste dos jogos anteriores, dos baixos níveis de intensidade e das exibições menos convincentes, não era expectável um jogo com futebol tão fluído e agradável.

O Sporting fez questão de terminar este ciclo competitivo da melhor forma, com uma vitória, a décima segunda em casa e a oitava consecutiva sem sofrer qualquer golo no Estádio José Alvalade.

 

Gelson Martins foi o melhor elemento em campo, marcando o décimo segundo golo da temporada e assistindo Bas Dost para o 2-0, naquele que foi o décimo passe para golo da época (nove deles entre campeonato e Champions - 6+3). O excelente registo do extremo formado no Sporting não só supera os anteriores como tem a relevância de ser averbado quase sempre em jogos com o resultado tangencial ou em aberto.

Depois do penalti falhado na República Checa, Dost voltou aos golos, embora numa noite menos eficaz que o normal (pela primeira vez esta época a sua eficácia está abaixo dos 40%).

Saúdo efusivamente o regresso de Piccini, satisfeito com a paragem que se avizinha, que certamente o beneficiará. A segurança e qualidade que dá ao nosso sector recuado e à lateral direita, mais especificamente, é inigualável por qualquer outro que faça aquela posição.

Exibições de luxo também de Bruno Fernandes, William Carvalho e Fábio Coentrão, numa noite em que ninguém jogou mal.

Mais uma bonita homenagem ao maior goleador de todos os tempos e uns minutinhos e o carinho das bancadas para o estreante Wendel.

 

Que ninguém se magoe nas selecções e que os que cá ficam se mantenham focados no trabalho e determinados a enfrentar mais um duro ciclo competitivo, que se iniciará em Braga, no dia 31.

 

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Viktoria Plzeň 2-1 SPORTING CP: Deu para "ser Sporting" sem que o "karma" nos caísse em cima

 "Não sei o que disse Jesus depois do jogo mas eu não fiquei satisfeito com a produção da equipa e, consequentemente, com o resultado, que em nada nos descansa. A ausência de William e Coates na segunda mão só me deixam mais nervoso e inseguro, com medo de um daqueles dias em que "o Sporting resolve ser Sporting".

 

Foi assim que terminei a minha análise ao jogo da primeira mão. Fi-lo de forma consciente e o jogo de ontem provou que o estado de alma que partilhei fazia sentido. Por sorte, o "karma" que sempre nos acompanha não nos castigou, mas avisou. Nós sabemos que ele está aí ao virar da esquina e já nos metemos a jeito vezes de mais.

 

Precisamente por antever um jogo difícil, num campo complicado, com pouco tempo de descanso e uma viagem pelo meio é que me custou que a equipa tenha preferido gerir o resultado na primeira mão, em vez de o avolumar.

O jogo de ontem valeu pela passagem aos quartos-de-final e por ver que Patrício continua num excelente momento de forma. É o único que merece nota positiva pela exibição. Os restantes vão do "assim-assim" ao "mau".

Passámos a eliminatória porque o adversário era fraco e suportámos os momentos em que se agigantou.

Falhámos inúmeras oportunidades para marcar golos e resolver a eliminatória mas estivemos péssimos a finalizar, tendo desperdiçado umas cinco ou seis boas ocasiões.

 

Sobre o jogo não há muito mais a dizer mas sobre as declarações de Jorge Jesus no final do jogo há.

Aceito alguns dos motivos apresentados para tão fraca e sofrida prestação mas não aceito bazófia, muito menos sustentada numa mentira.

 

O prestígio que Jorge Jesus e o plantel do Sporting se estão a esforçar por devolver ao clube não é, nada mais, nada menos do que aquele que o mesmo Jorge Jesus e os anteriores plantéis por ele liderados lhe retiraram.

Ao contrário do que disse Jesus, o Sporting não estava na posição "cinquenta e tal" do ranking da UEFA aquando da sua chegada.

No final da época 2014/15 o Sporting era 33° no ranking de clubes da UEFA e foi o senhor Jorge Jesus e as campanhas europeias seguintes da equipa que levaram o clube à tal posição "cinquenta e tal" (40º no final de 2015/16 e 57º no final da época passada).

Por isso, veja se mete a viola no saco pelo menos até efectivamente melhorar aquilo encontrou quando chegou (que já não era bom). Para o fazer, ainda não lhe chegará passar às meias--finais, tarefa que não será fácil quando três dos quatro possíveis adversários vieram da Champions (Atlético de Madrid, CSKA Moscovo e Leipzig), outro das pré-eliminatórias da prova máxima da UEFA (Salzburg) e os restantes são o Arsenal, o Marselha e a Lazio.

 

Um merecido aplauso aos bravos que se deslocaram à República Checa para apoiar o nosso Sporting.

 

Agora é descansar bem, que espera-nos uma verdadeira final frente ao Rio Ave, antes da pausa para os compromissos das selecções nacionais.

 

No outro jogo da noite, os nossos leões do ténis de mesa não resistiram ao poderio dos bi-campeões europeus e perderam por 0-3, tendo uma tarefa praticamente impossível para a segunda mão, na Rússia. 

 

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Desp. Chaves 1-2 SPORTING CP: Bas "Panic" Dost

Minuto 55:

Nuno André Coelho olha para a linha lateral e vê Bas Dost. Avisa Maras; "Vem aí o gajo!"

Maras responde; "E agora?!"

NAC encolhe os ombros...

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Um Chaves organizado entrou em pânico quando Bas Dost entrou em jogo. Sentiu-se isso de imediato. Os flavienses esforçaram-se para que a bola não chegasse ao holandês mas, quando chegou, o inevitável aconteceu; três remates (dois de cabeça e um de pé direito), dois golos. 

Em quinze toques na bola aproveitou treze (foi desarmado uma vez e dominou mal uma bola), fez dois golos e nove passes (100% de eficácia), dois deles para finalização. Pouco mais de meia-hora de pânico para os adversários e de qualidade e definição para o jogo ofensivo do Sporting.

 

A primeira parte foi muito fraca, sem dinâmica, sem acerto no passe mas não é dia de bater na equipa. Misic e Battaglia estiveram muito inseguros nos primeiros 45 minutos e isso passou para os colegas. Faltou ligação entre o meio-campo e o ataque. Rúben Ribeiro foi uma sombra daquilo que pode fazer e mostrou, depois, na segunda parte.

Com as ausências, o desgaste, a falta de ritmo de um ou outro jogador, dou por mim a desculpar aquela primeira parte e apenas a sentir-me feliz por termos conseguido vencer num campo difícil, a meio de mais um ciclo competitivo terrível.

 

Jesus optou por adaptar dois laterais em vez de usar os de origem e, embora tenha acabado por ser forçado a usar Lumor, a equipa foi sabendo equilibrar-se e corrigir as falhas pontuais de um ou outro jogador. Algumas vezes teve de ser Patrício a salvar os colegas e a equipa. Fê-lo ao décimo primeiro minuto, após uma má abordagem de Bruno César, naquela que foi a melhor oportunidade de golo em toda a primeira parte.

Imediatamente antes da entrada de Bas Dost, Nuno André Coelho obrigou Rui Patrício a mais uma boa defesa e menos de dez minutos depois já Dost tinha causado pânico (e mossa) na defensiva transmontana. Nos dois momentos mais importantes da jogada, acaba por ser Nuno André Coelho e o seu mau posicionamento a viabilizar o bom envolvimento ofensivo do Sporting. Coloca Rúben Ribeiro em jogo, antes do bailado do nosso 7, que colocou a bola redondinha para a cabeça de Dost, mais uma vez colocado em jogo por Coelho.

 

Estava feito o mais difícil e viríamos a assistir ao melhor período do Sporting no jogo. Montero serviu Battaglia para o remate, que tardou e foi bloqueado por um opositor. Coates cabeceou a rasar a barra mas o segundo golo não apareceu e Luís Castro arriscou. Tirou o médio mais defensivo e tentou dar mais capacidade ofensiva à sua equipa.

Jesus respondeu com a entrada de Palhinha que, a frio, viu Bressan escapar para apanhar Battaglia a dormir. Davidson voltou a ser perdulário. Patrício atrapalhou-o e Battaglia viria a redimir-se do erro...duas vezes.

Isto porque, minutos depois, ganharia uma bola em zona adiantada a Platiny (que também estava a dormir - e ainda bem) e serviria Bas Dost para o 0-2.

 

O jogo parecia resolvido mas Hugo Miguel trataria de dar emoção aos últimos minutos, assinalando um penalti bastante forçado, na minha opinião. O movimento de Coates é natural e não me parece ter tido qualquer intenção de atingir Djavan, que fez o teatro que lhe competia.

Patrício não conseguiu travar o remate de Platiny mas o Sporting acabaria por garantir os três pontos, a quarta vitória em dezassete jogos em Chaves e via assim reduzida a diferença para o líder, Porto, que escorregou este fim-de-semana na Capital do Móvel.

 

Temos campeonato e embora me mantenha céptico relativamente à conquista do título, acredito que não acabaremos a época só com a vitória na Taça da Liga.

Daqui a dois dias já jogamos novamente, na República Checa, em mais um jogo que desafiará as capacidades de Jesus em encontrar soluções.

 

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SPORTING CP 2-0 Viktoria Plzeň: De avião mas em gestão

Confesso que não conhecia a equipa do Viktoria Plzeň. Tinha a noção que nos era acessível, que tinha jogadores de valia inferior mas deu para constatar que estão a anos luz de nós em termos individuais, colectivos, de dinâmica, intensidade e mentalidade. Só um Plzeň atrevido teria ganho em Alvalade. A estratégia de vir para perder por poucos podia e devia ter-lhes saído mais cara.

 

O Sporting entrou algo apático, apenas com dois ou três jogadores empenhados em imprimir alguma dinâmica. Para os checos, defender uma equipa que pouco se mexia tornou-se fácil. Era um Plzeň encostado aos últimos trinta metros que o Sporting raramente se esforçou por "chamar" ou tentar desposicionar.

Uso a expressão "raramente" com a noção de que nem é a mais correcta. O Sporting conseguiu várias vezes baralhar as marcações aos checos mas nunca o fez com a intenção, intensidade ou frequência suficientes para provocar mais erros e jogadas claras de golo.

De tal forma que Montero passou 45 minutos a dar linhas de passe (raramente correspondidas) e o Sporting só marcou já para lá desses 45 minutos, na última jogada da primeira parte.

Foram Bruno Fernandes, Gelson e Coentrão os únicos a acompanhar Montero, numa primeira primeira parte jogada a ritmo de passeio.

 

O bis de Montero logo a abrir a segunda parte prometia mais animação e uma cavalgada (esperava eu) rumo à goleada e ao descanso na eliminatória.

A equipa ainda pressionou e continuou a procurar o golo durante uns minutos. Viram-se algumas jogadas bem delineadas mas depressa regressou a apatia e aparente gestão de esforço, que nunca foi necessariamente uma boa opção de gestão do jogo e da eliminatória.

O Sporting fez um jogo seguro o suficiente para vencer uma equipa fraca, mas escusou-se a resolver a eliminatória em Lisboa, levando os checos com esperanças para a segunda mão e, acredito eu, em certa parte contentes com a prestação e o resultado em Alvalade.

O resultado foi positivo mas não espelha de forma alguma a diferença entre as equipas e muito menos retira ao Plzeň qualquer esperança no apuramento.

 

Vou tentar controlar a raiva que me deram os últimos trinta minutos de jogo, com o Sporting apenas a gerir esforço, sem sequer conseguir ter controlo total do jogo. O Viktoria Plzeň chegou a assustar em três ou quatro ocasiões e não mais procurámos o golo com afinco.

Montero desapareceu do jogo (porque não mais o procuraram) e jogadores que podiam ter descansado logo aos dez minutos da segunda parte fizeram recuperação activa durante mais uns quantos.

Era o jogo ideal para levantar a moral de jogadores e adeptos, para golear sem contemplações, para mostrar quem manda, para lavar a alma. Em vez disso, foi apenas mais um jogo em que, sendo competentes, nos faltou ambição para sermos contundentes e dar ânimo a algumas peças que ainda nos vão ser necessárias.

Fredy Montero marcou dois golos mas merecia mais. Merecia ter tido mais jogo, merecia ter podido oferecer mais jogo aos colegas e facilmente sairia deste jogo com um hat-trick e, no mínimo, uma assistência. Vindo sem ritmo e com uma pré-época para fazer, já colocou a sua produção a um nível superior à de Doumbia.

Bruno Fernandes, Fábio Coentrão e Mathieu foram dos poucos que fizeram pela vida e mostraram que, para eles, não há jogos fáceis nem onde não se dê tudo. Fernandes pecou por tomar algumas decisões erradas mas deu tudo do princípio ao fim e foi quem mais procurou as situações de finalização.

Gelson foi empenhado e competente mas demasiado inconsequente e podia ter descansado quase toda a segunda parte, dando mais tempo de jogo a Bruno César, por exemplo.

Há jogos em que Acuña me tira do sério. Ontem foi um deles. Tirando o remate à barra, foi praticamente zero.

Era o jogo ideal para testar a capacidade ofensiva de Ristovski e o Macedónio voltou a não me convencer. Deu pouca profundidade ao flanco direito e quando chegou lá à frente foi pouco atrevido e esclarecido. Acho-o uma boa alternativa a Piccini mas não tem o nível do italiano. A defender voltou também a dar algum espaço.

 

Não sei o que disse Jesus depois do jogo mas eu não fiquei satisfeito com a produção da equipa e, consequentemente, com o resultado, que em nada nos descansa. A ausência de William e Coates na segunda mão só me deixam mais nervoso e inseguro, com medo de um daqueles dias em que "o Sporting resolve ser Sporting". 

Seja como for, estamos bem encaminhados e temos obrigação de voltar a vencer na República Checa.

 

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FC Porto 2-1 SPORTING CP: Faltaram asas para voar

O título parece estúpido, pois um leão não tem asas. Na profecia bíblica dos quatro animais tem e aconteceu-lhe exactamente o mesmo que ao nosso.

"O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem."

 

Foi um leão com ideias, com vontade, que soube criar condições para ser feliz mas ao qual faltou eficácia e...asas.

Asas essas que não nos deram o equilíbrio que podiam nem a imprevisibilidade que deviam.

Ao Sporting faltou que os laterais oferecessem mais equilíbrio a defender e que os extremos fossem mais ousados.

Ristovski provou porque é que continuará a ser suplente de Piccini, sempre que o italiano esteja apto e Coentrão teve muitas dificuldades com a velocidade de Marega e não só.

Esta instabilidade nas alas obrigou os centrais a apagar mais fogos que o habitual, o que fez com que nos tenhamos desequilibrado mais vezes do que é habitual (fruto da qualidade do adversário, também).

Ainda assim e mesmo sem as asas, o leão caminhou bípede e de peito feito, em muitos momentos, sobretudo impelido pela força de William Carvalho, o coração de Bruno Fernandes e a criatividade de Bryan Ruiz.

A irreverência de Rafael Leão mostra que nem sempre os mais capazes, os que fazem a diferença, são os mais experientes ou mais conhecedores do jogo. Leão marcou um golo e falhou outro (bem mais fácil que o primeiro) e tem agora pela frente uma fase de crescimento e afirmação.

 

O jogo foi dividido, com boas oportunidades para ambas as partes. Tudo se define num melhor aproveitamento dos dragões, que marcaram mais um golo que o Sporting.

Nos primeiros 45 minutos foram Bruno Fernandes e Bryan Ruiz os elementos em maior evidência, escudados por um William Carvalho.

Rafael Leão entrou para o lugar de Doumbia e pouco mais de um minuto depois, fez golo na primeira vez que tocou na bola. Não deixa de ser impressionante a incapacidade de Doumbia em ser mais esclarecido. Teve duas boas oportunidades para marcar e permitiu uma defesa a Casillas, preocupando-se mais em ganhar uma penalidade do que em finalizar no segundo lance. Eu também acho que é penalti mas Doumbia podia e devia ter-se focado em visar a baliza em vez de esperar pelo contacto de Dalot.

No segundo tempo, quando se esperava um Sporting mais afirmativo e pressionante, capitalizando o golo do empate nos descontos do primeiro tempo, o que se verificou foi uma entrada forte do Porto, que marcou cedo e se focou a partir daí em segurar a vantagem.

A partir dos 60 minutos o Sporting pegou no jogo para não mais o largar. A entrada de Montero é algo tardia e acho que se Jesus tem arriscado queimar as substituições mais cedo, a pressão nos últimos minutos poderia ter sido ainda maior.

Ainda assim, foi um Sporting em crescendo, com alguns jogadores desgastados mas uma vontade enorme de de anular a vantagem dos portistas.

Montero e Leão tiveram nos pés a possibilidade de repor alguma justiça no resultado mas não conseguiram bater Casillas, que fez a mancha ao colombiano e seguiu com os olhos o remate de Rafa por cima do travessão.

 

Exibição fantástica de William Carvalho, o melhor elemento do Sporting em campo. Enquanto teve fôlego, dominou por completo os acontecimentos a meio-campo. O último sopro serviu para Corona se amedrontar e deixar sair a bola pela lateral, o último fôlego surgiu naquela cavalgada concluída com um passe algo desviado para Bruno Fernandes. O "monstro" voltou! Para ficar, espero.

Como na profecia, o Sporting parece um reino algo frágil e o leão, fiel escudeiro do nosso império, embora sem asas e renegando o seu instinto, caminhando e pensando como um homem, segue na sua luta interior, enquanto enfrenta os seus inimigos.

O campeonato é neste momento uma miragem mas há um segundo lugar e os milhões da Champions para perseguir. Nisso, aconteça o que acontecer no que resta desta jornada, continuaremos a depender apenas de nós.

Jesus precisa neste momento que tudo lhe corra bem para que a sua liderança não saia ainda mais fragilizada. Só a conquista da Liga Europa e da Taça de Portugal lhe validarão o cumprimento do seu contrato. 

A nossa Babilónia precisa de estabilidade mas também de prosperidade e riqueza, de espírito e material.

 

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