Sporting CP 2 Boavista 1
Não dava para começar melhor! Nem um minuto estava cumprido em Alvalade e já Adrien tinha inaugurado o marcador.
Finalmente um jogo tranquilo, pensei eu.
Nada mais longe da realidade, constatei depois.
Aquilo que de bom se podia esperar do jogo, terminou aos 15 segundos.
Foi a pior primeira parte que vi este ano em Alvalade. Sem garra, sem atitude, sem velocidade, sem empenho...
Valeu-nos o facto do Boavista nos ter respeitado sempre e não ter nunca desmontado a sua estratégia inicial, assente numa atitude maioritariamente defensiva.
Para terminar o martírio que foi a primeira parte e já depois de Marco Silva ter alterado a estratégia (lançando Slimani e abdicando de Rosell), foi a vez de Jefferson borrar a pintura, que Tobias se encarregou de emoldurar.
Vermelho directo para o jovem defesa central Sportinguista e bola no ferro na sequência do livre directo.
Impunha-se um puxão de orelhas o intervalo.
As mais de 35000 pessoas presentes no estádio mereciam melhor do que aquilo com que tinham sido brindadas durante os primeiros 45 minutos.
Entra William Carvalho e sai Tanaka.
A ideia inicial era colocar William como defesa central mas, aos 50 minutos, Marco Silva chama à linha lateral Paulo Oliveira e William. Entrando no campo da especulação, arrisco dizer que, ao ver que Petit não iria alterar em nada a sua estratégia, Marco Silva mexeu decisivamente na estrutura da equipa.
William passou a ser o que habitualmente é na manobra ofensiva da equipa enquanto que, defensivamente, limitou-se a ser muleta de Paulo Oliveira.
Sem grande brilhantismo mas com competência, viram-se imediatamente melhorias.
William pegou no jogo, Nani fez três passes de golo não aproveitados e Carrillo põe a bola 'redondinha' para Slimani fazer o 2-1.
Estava feito o que nos competia...vencer o jogo.
No entanto, não cumprimos o plano na totalidade.
A verdade é que, se queremos ter mais hipóteses que o adversário que teremos pela frente na final da Tala de Portugal, temos de fazer mais.
E com isto nem exijo futebol de encher o olho. Será necessário bem mais do que os serviços mínimos para podermos levantar um troféu no final da época.
(Não gosto muito de individualizar mas, ontem, o exemplo dado por Jefferson durante 90 minutos valia uns bons jogos na bancada.)
Para além da indispensável entrega e garra que ontem faltou durante toda a primeira parte será necessária competência e capacidade para desmontar a estratégia do adversário e é nisso que devemos trabalhar nos restantes encontros da época.
Agora que a posição na tabela classificativa está, mais do que nunca, quase definida, será importante aproveitar os cinco jogos que faltam da 1ª Liga para preparar convenientemente a final da Taça de Portugal com o conforto que conquistámos.
Será importante vencer, convencendo. Para aumentar os nossos índices de confiança, para que nos mantenhamos competentes e para não dar-mos armas ao adversário que disputará connosco o último troféu da temporada.
Tudo o que se passou ontem é material a rever...e a não repetir!