SPORTING CP 2-0 Portimonense: Vitória justa do melhor Sporting do milénio
Não há registo no passado recente de um Sporting com tantos pontos à 15ª jornada. Os 39 pontos ontem acumulados suplantam os 38 da primeira época de Jesus e, neste milénio, só encontram paralelo no Porto de Mourinho (em duas ocasiões), no Benfica da terceira época de Jesus e no ano do último título do Porto (com Vítor Pereira, que liderava com os mesmos pontos do Benfica).
Apenas três registos suplantam os 39 pontos à 15ª jornada. Jesualdo Ferreira, no seu primeiro ano no Porto (40 pontos), André Villas-Boas (41 pontos, em 10/11) e Jorge Jesus, no último ano na Luz (40 pontos).
Nestes sete casos, apenas por uma vez o líder não foi campeão, sendo que nas duas vezes em que anteriormente acumulou 39 pontos à 15ª jornada, Jesus nunca foi campeão, perdendo dois campeonatos para o Porto de Vítor Pereira.
Por tudo isto e muito mais, nada está ganho mas, inequivocamente, estamos no bom caminho, trilhando o percurso dos campeões.
O jogo de ontem não encerra dúvidas quanto à justiça do vencedor e os números, por culpa própria, pecam por escassos.
O Portimonense não fez um remate enquadrado com perigo e o lance mais perigoso foi aquele em que Nakajima apareceu cara-a-cara com Rui Patrício. A bola saiu ao lado, muito pela rápida acção do "Marrazes", que tirou espaço e tempo para o japonês decidir e executar com qualidade.
Ao intervalo, um resultado justo teria de ter dois golos de diferença no marcador. Não teve por culpa própria, mesmo que tenhamos apresentado um nível muito elevado, com muita raça, entrega, grande capacidade para recuperar bolas e agressividade ofensiva assinalável, muito por culpa do trio Fernandes, Gelson, Podence.
Acuña esteve muito apagado e continuo a achar que em vez de traçar o destino de Iuri ele já podia ter tido mais oportunidades, Quem sabe, não estaria mais empenhado (partindo do pressuposto que é a falta de empenho o principal motivo de uma eventual dispensa) por se sentir importante.
João Capela e os seus assistentes trataram de não estragar a eficácia de Bas Dost na finalização, ao anular dois lances em que o holandês esteve perdulário.
O intervalo chegou com uma sensação mista entre satisfação com o banquete mas pena por não ser mais abundante.
O segundo tempo começa com (mais) uma jogada fantástica entre Gelson e Podence, que o primeiro concluiu para fora a passe do segundo, que em pouco mais de uma hora em campo fez cinco passes para finalização, incluindo o que deu a Bruno Fernandes a possibilidade de abrir o marcador.
Poucos minutos volvidos e foi Gelson a servir Bruno Fernandes para o segundo golo do jogo, que haveria de ser obtido por Bas Dost, que aproveitou a bola vinda do ex-jogador da Sampdoria.
Frieza de matador, rugido de leão e o jogo parecia estar finalmente resolvido, até porque os de Portimão já jogavam com apenas dez homens, fruto da expulsão acertada de Hackman.
Tempo para o desperdício, muito por parte de Gelson Martins, que demonstrou algumas dificuldades em definir os lances e levou Jesus ao desespero num lance de laboratório que não deu em golo quando o Sporting tinha quatro opções de finalização na pequena área.
No final, três pontos fundamentais para manter a equipa no topo da classificação e alimentar a esperança no título.
Nota para Gelson e Podence, lembrando que ambos têm apenas 22 anos. Qualquer dos dois tem uma qualidade e potencial indesmentível. Mas tão rápido estão a deslumbrar o Mundo como, no momento seguinte, nos recordam que têm muito a melhorar e que talvez seja por isso que ainda estão por cá.
Não sabemos se atingirão um dia a excelência e se encherão os cofres do Clube mas sabemos que têm qualidade mais do que suficiente para ajudar o Sporting a atingir os seus objectivos, continuando a crescer por cá.
Ambos têm pontos a melhorar, ambos têm qualidades únicas, ambos são nossos e há por aí muitos clubes que gostavam de contar ou conseguir formar alguns como eles.
Tenhamos paciência com eles. Não vão acertar sempre mas vão acertar cada vez mais, sabendo que estão ao mesmo tempo a incorporar capacidades defensivas e de posicionamento e comportamento em campo que, de tão exigentes, nem sempre deixam o discernimento no ponto certo para definir bem os lances.
Terei sempre um orgulho enorme em ambos (mais ainda por saber que são "nossos") e defenderei sempre cada um que saia da nossa Academia, mais não seja por saber que terão sempre de provar algo mais do que os que vêm de fora.
Termino com mais um louvor a Cristiano Piccini. Que três milhões tão bem gastos!
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