SPORTING CP 1-0 Belenenses: Golo 50 de Bas Dost resolve
Quinquagésimo golo de Bas Dost em 62 jogos de leão ao peito. Um golo a cada 104 minutos. O holandês resolveu de penálti, facto que não retira mérito à sua eficácia. Fez um golo em dois remates e confirmou mais três pontos nesta caminhada rumo ao tão ambicionado título.
A entrada forte no jogo deu frutos logo aos treze minutos, na sequência de uma falta clara de Hanin sobre Daniel Podence. Bas Dost converteu a grande-penalidade, depois de ter entrado no jogo a atirar à baliza. O cabeceamento, logo no primeiro podia ter saído com melhor direcção.
Os primeiros trinta minutos foram de muito bom nível, com intensidade, dinâmica e a encostar o Belenenses às cordas. Pedia-se que a primeira meia-hora tivesse terminado com mais um golo marcado. Se isso tem acontecido, talvez o jogo tivesse decorrido de forma mais tranquila, sobretudo para nós, adeptos.
O intervalo haveria de chegar com uma vantagem justa no marcador mas a segunda parte trouxe um Belenenses mais afoito e um Sporting mais encolhido.
Domingos fez uma substituição ao intervalo, tornou a equipa mais ofensiva e as alterações pareceram ter passado aos jogadores a mensagem de que era possível fazer algo mais.
Foram quinze minutos sofríveis do Sporting que, felizmente, o Belém não conseguiu materializar, sobretudo graças ao acerto da nossa linha defensiva.
A entrada de Battaglia, à hora de jogo, justificava-se plenamente. Era preciso reforçar o "miolo" mas talvez pudéssemos tê-lo feito mantendo Podence em campo. Mesmo menos inspirado que no primeiro tempo, a frescura do pequenino era incrivelmente superior à de Acuña, que já se arrastava em campo.
A insuficiência física do argentino era tão evidente, que dez minutos depois Bryan Ruiz tomou o seu lugar e regressou aos jogos em Alvalade.
Nesta fase os azuis do Restelo ainda assustaram mas os remates eram sempre à figura ou fora dos postes. De realçar que, em todo o encontro, o remate mais perigoso da equipa de Domingos nem tenha acertado na baliza (na minha opinião, o livre de André Sousa, aos 19 minutos).
Os arrepios na espinha eram inevitáveis, mais pela perigosidade do resultado e por já termos visto demasiadas vezes um certo filme do que pela verdadeira intranquilidade da equipa.
Concordo em parte com Jesus. O Sporting nem foi mau a gerir o jogo e em manter o adversário suficientemente afastado da baliza de Rui Patrício, que fez ontem o jogo 500 da carreira como profissional, entre Sporting e selecção nacional.
Fomos, sim, maus a definir nos momentos ofensivos em que podíamos ter "matado" o encontro e deitado por terra as aspirações do Belém em levar pontos de Alvalade.
As melhores oportunidades dos últimos quinze minutos acabariam mesmo por pertencer todas do Sporting, que decidiu mal em duas ou três situações ofensivas com o adversário em completo desequilíbrio. Pelo menos William, Bryan e Dost tiveram excelente oportunidades para aumentar a vantagem e evitar os suores frios que qualquer Sportinguista consciente de um determinado "karma" terá sentido.
Os últimos minutos foram depois geridos com mestria e sem oferecer ao adversário qualquer oportunidade de sequer espreitar o nosso meio-campo, ainda com Bruno César a estrear-se na posição de "empata fod**" (mais uma para o currículo).
De destacar o bom momento de Gelson Martins, provavelmente o mais esclarecido dos elementos da frente de ataque, em conjunto com o Podence do primeiro tempo, enaltecendo também a competência extraordinária da nossa linha defensiva.
Piccini foi um verdadeiro achado, tal a qualidade das suas acções, a começar pela leitura de jogo, que lhe permite quase sempre tomar as melhores decisões. A sua razoável capacidade técnica é um auxílio importante na hora de executar aquilo que o pensamento manda.
Coates, tirando as vezes em que resolveu inventar em zona proibida, esteve excelente e a experiência de Mathieu e Coentrão é fundamental para o nosso equilíbrio mental, sobretudo em situações de pressão extrema. O lance em que Mathieu faz um pique para "virar" um jogador do Belém, aos 82 minutos, é exemplificativo da noção clara que tem da importância dos momentos do jogo. Deixar que o jogador embalasse naquele momento poderia ter sido fatal e o francês cortou o mal pela raiz.
Dost voltou a não tremer numa situação da marca dos onze metros e marcou o terceiro golo de grande-penalidade esta temporada. Percebo os que falam da escassez de golos em bola corrida mas estão bem para as oportunidade de que tem disposto. Além disso, marcar um penálti não é fácil, sendo que este foi o único que não teve a carga emocional de ter sido apontado mos minutos finais das partidas (Setúbal e Feirense). Em comum, há o facto de todos eles terem dado três pontos.
Para o final da noite estaria guardada a cereja no topo do bolo. Os rivais directos empataram e ambos perderam pontos. O cenário ideal, na minha óptica, sendo que o jogo fica marcado pela polémica em torno da arbitragem e do vídeo-árbitro.
Seguimos na perseguição ao primeiro lugar e uma vitória no Bessa deixará a equipa com 36 pontos. A acontecer, será o melhor registo de Jorge Jesus à 14ª jornada, desde que chegou ao Sporting (tinha 35 pontos em 2015/16 e 27 na época passada).
Venha o Barça, em mais uma grande noite europeia onde o sonho dos oitavos-de-final se mantém vivo.
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