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Grande Artista e Goleador

Porto 2-1 SPORTING CP

Sporting e Porto entraram no Estádio do Dragão receosos e, assim, o medo de sofrer sobrepôs-se à audácia de tentar ganhar.

 

Na 1ª parte, tudo se resume ao aproveitar de dois erros nossos. Não jogámos bem. Eles também não.

A entrada de Soares baralhou-nos as contas. Jorge Jesus não contava que ele jogasse e bastaram uns minutos para perceber que o Sporting poderia explorar situações de superioridade numérica no meio-campo mas não o fez. Zero de aproveitamento do espaço interior...zero de oportunidades de golo.

Resultado: não demos uma bola ao ponta-de-lança, sobretudo pelo que os laterais não ajudam os extremos a produzir e ainda sofremos dois golos com origem em dois lançamentos laterais a nosso favor, em lances onde, sabendo que a equipa sobe para o lançamento longo (foram ambos no enfiamento da área), decidimos mal e expusémo-nos ao contra-ataque, muito bem explorado nas duas situações, ambas evitáveis, mesmo após o erro inicial.

O primeiro golo começa com Schelotto a desperdiçar uma oportunidade de atacar com qualidade, despejando a bola para as mãos de Casillas, que lança o contra-ataque. Depois, a passividade de Marvin deixa que Corona cruze sem oposição para, a terminar, João Palhinha controlar mal a profundidade e deixe em jogo Soares para fazer o primeiro.

No segundo golo, Matheus perde a bola, o Porto bate directo, Semedo aborda mal o lance e a bola sobra para uma dividida entre Palhinha e Brahimi (o lance é de dúvida mas a possível falta não é totalmente clara). A partir daqui, só um jogador pode anular o excelente passe de Danilo: Schelotto, mas o italo-argentino resolveu fazer um movimento de contorcionismo que o deixou fora da disputa do lance. Soares bate a concorrência em velocidade, ultrapassa Patrício e faz o segundo em dois remates.

Marvin e Schelotto fizeram 45 minutos abaixo do nível amador. A seguir a estes, o pior foi o Bryan.
Com 2-0, ao intervalo, JJ mexeu bem (eu teria feito troca por troca - Bryan por Alan), embora seja uma pena que não hajam mais substituições.

 

A defensiva do Porto foi mais desestabilizada nos primeiros 5 minutos da segunda parte do que em toda a primeira.
É a entrada do Alan que permite ao Adrien pressionar mais à frente, precisamente jogando com a intensidade que o Bryan não tem.
Adrien atira à barra e Esgaio substitui Marvin, que bem podia ter ficado logo no balneário ao intervalo. O Sporting era dono e senhor do jogo.
Acabámos por marcar num lance em tudo semelhante aos do Porto, mas numa jogada muito mais bonita e bem elaborada. Segunda bola conquistada por Bryan, que endossa a Alan. O argentino fixa o jogo a meio campo e entrega em Gelson que, com o adversário concentrado no meio, abre em Schelotto, que depois devolve a Gelson em espaço interior. O cruzamento para Bas Dost é bom, a assistência para Alan é má mas sua a capacidade técnica e de remate resolve o problema. Foi à bomba que o Sporting reentrou no jogo e não podia ser outro a agitar as águas. Excelente, Alan Ruiz.
Era fácil dizer que o Porto baixou as linhas e que, por isso, o Sporting cresceu no jogo mas isso não corresponde à verdade. O Porto tentou defender subido, condicionando a saída na primeira fase de construção do Sporting mas não conseguiu.
O Sporting passou a definir melhor, sobretudo porque Alan deu à equipa exactamente aquilo que havia faltado em toda a primeira parte: capacidade criativa em zonas interiores, intensidade e qualidade quer em condução de bola quer na gestão da posse da mesma. O jogo jogava-se agora nos três corredores e ainda faltava meia-hora para o final do encontro.
NES percebe o que mudou no jogo e lança André, por troca com André Silva.
(Ter lançado Alan de início podia ter mudado todo o encontro.)
Gelson "saca" um belo cruzamento ao qual Bas Dost não corresponde por culpa da sua movimentação errada. Tudo estava a começara a fluir melhor. Esgaio retribui da esquerda. Gelson remata por cima.
Aos 77', o "tradicional" penalti por assinalar, por mão dentro da área de Corona (que já tinha amarelo).
Podence entra para os 10' finais, arriscando a saída de João Palhinha que, tirando o lance do primeiro golo do Porto, fez uma boa exibição e não merecia as palavras que Jesus lhe dedicou no final da partida.
Os últimos minutos passaram com o Porto encostado às cordas e com Coates a fazer brilhar Casillas, que negou ao uruguaio dois golos, um deles no último lance do jogo.
 
Pelo que mudou no jogo, Alan Ruiz foi o MVP do lado leonino. Não foi só o golo. A forma como demonstra adaptar-se cada vez melhor à intensidade a que se joga em Portugal, ajuda-o a explanar melhor o seu futebol. Todo o jogo do Sporting passou por ele.
Depois, tenho de destacar Esgaio. Fez apenas 35 minutos mas a qualidade relativamente a Marvin é embaraçosa para o holandês.
Coates merecia coroar a assinatura do contrato com um golo.
Em sentido oposto, a primeira parte de Schelotto e Marvin, no tempo que esteve em campo, demonstraram o porquê do jogo exterior do Sporting se demonstrar ineficaz. Ambos atrapalham mais do que ajudam os extremos e a eles juntou-se Bryan Ruiz.
O costa-riquenho é uma sombra do jogador que chegou no ano passado. Pouco intenso em todos os momentos do jogo, perde bolas com frequência e facilita no capítulo defensivo. Melhorou na segunda parte onde, finalmente, acertou na marcação de algumas bolas paradas, embora a percentagem de acerto faça com que se torne difícil explicar o porquê de bater todos os lances de bola parada.
 
A época acabou! Resta segurar o terceiro lugar e aproveitar para fazer crescer os miúdos, não deixando de os aproveitar para a próxima época. É curioso como o que, para Jesus se paga caro, parece ser a solução para os nossos maiores problemas. Se há coisa que necessitamos é de dar crédito aos miúdos.

 

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