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Grande Artista e Goleador

Para Jesus reflectir

Consegues perder os treinadores que têm um modelo muito restrito, como o do Jesus?

 

Repara, devemos ter a nossa ideia e ele tem uma ideia muito própria de jogo. Só que o problema é que a ideia tem de ser evolutiva. Ou seja, com determinado tipo de jogo conseguimos bons resultados e qualidade de jogo, mas a partir do momento em que começa a entrar em falência... É como um exercício. Tu fazes um exercício numa semana. O exercício é novo e tu enquanto jogador tens de te focar, porque há coisas novas. Na semana seguinte faço o mesmo exercício. Aí já conheces e aquilo até é capaz de dar mais um bocadinho do que na primeira semana, porque já descodificaste o exercício. Na terceira semana voltamos a fazer o exercício. E sabes o que acontece? Começas a sentir que eles já fazem o exercício sem estarem focados. Ou seja, começam a desfocar daquilo porque o exercício é sempre o mesmo. É um bocadinho como o modelo de jogo. Por exemplo, quando estava no FC Porto, olhei para os meus jogadores e pensei "velocidade na frente não tenho". Mas tenho aqui muita gente que gosta de tocar a bola e gosta de tac, tac, tac, são capazes de sair de uma cabine telefónica a trocar a bola. Portanto é criando um jogo que os deixe confortáveis, é nisso que tenho de me concentrar. As minhas ideias continuam lá: um jogo de domínio, um jogo pressionante, um jogo de toque, com bola. Mas o respeito pelas caraterísticas dos jogadores é fundamental. Não posso pedir a um James Rodríguez que me faça diagonais em velocidade porque ele não tem velocidade para isso. Mas posso pedir ao James para que, dentro daquele jogo que eu gosto, me venha fazer de quarto médio, receba entrelinhas e depois se vire para a frente e defina o último passe. Isso posso. Às vezes eu era criticado porque diziam que ele devia jogar a 'dez'. Pois devia, mas os outros três que tínhamos no meio, juntamente com ele que partia de uma posição mais aberta e depois aparecia nas costas da linha média adversária, isso é que fazia a diferença. Só que ver isso não é para todos.

 

Vitor Pereira, em entrevista ao Expresso (Link para a entrevista completa)

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