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Grande Artista e Goleador

O sonho acabou

Para os que viveram o sonho, acabaram por bater com a cabeça na mesinha de cabeceira.

Rinaldo Nocentini não conseguiu responder ao ataque de Alarcón na subida à Torre, Marque não teve forças suficientes para o ajudar na perseguição e, na última subida, o italiano acabou por não ter pernas para De Mateos, acabando no 4º lugar, fora do pódio.

 

Foi o choque de caras com a realidade. A W52 / FCPorto é de outro nível e, sobretudo sem Joni Brandão e Frederico Figueiredo, Nocentini fica completamente vulnerável na alta montanha. 

Nocentini sabia disso e, do alto dos seus 40 anos (respect!) assumiu sem problemas que este Porto, a este nível, se pode bater com muitas das equipas do World Tour (e ele sabe do que fala).

 

A Volta a Portugal terminará hoje e só recuperando os oito segundos de atraso para o espanhol do Louletano / Hospital de Loulé, Nocentini acabará no pódio.

Tem capacidade para o fazer e seria um merecido prémio de consolação pela boa Volta a Portugal realizada.

 

Avaliando pelo que se passou no prólogo e tendo em conta que Nocentini se defende muito bem no contra-relógio, arrisco dizer que o pódio está ao alcance do ciclista do Sporting / Tavira.

No prólogo, de apenas 5.4km, Nocentini ganhou 13 segundos a De Mateos. É, por isso, expectável que consiga melhorar esse ganho em 20km, a distância a percorrer hoje em Viseu.

 

Mas nem tudo é matemático e teremos de contar ainda com a extraordinária motivação de Vicente De Mateos, que certamente fará tudo para não perder os oito segundos que o prendem ao terceiro lugar e lhe darão a oportunidade de subir ao pódio mais do que uma vez, visto que será o líder final da camisola verde (dos pontos).

 

Aconteça o que acontecer, Rinaldo Nocentini fez uma excelente Volta a Portugal.

O azar de não poder contar com a sua principal ajuda, Joni Brandão, e Frederico Figueiredo (fustigado pelas quedas, que o forçaram a abandonar a prova), aquele que seria o segundo fiel escudeiro na luta das montanhas esbarrou ainda na excelência da competência dos azuis-e-brancos, que cilindraram a concorrência.

 

Resta então acabar com a máxima dignidade possível e tentar o pódio com Nocentini e, porque não, fechar o top 5 com Marque (se o desgaste de ontem não for demasiado impeditivo).

Depois, é tirar as devidas conclusões acerca do nível da equipa e avaliar se o investimento não será ainda insuficiente para competir de igual para igual com a W52 / FCPorto. 

A meu ver, desistir não é opção. A aposta na modalidade deve continuar e as pessoas envolvidas na equipa devem saber trabalhar sobre a pressão de melhorar, identificando as lacunas e preenchendo-as o melhor possível para que, para o ano, possamos sonhar a sério, sem acordar antes da parte melhor, aquela em que levantamos os braços e abrimos o champanhe.

 

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