O paramédico
Eu, que tantas vezes dei por mim a defender a nossa equipa de andebol, os jogadores e até (embora menos) o treinador, lá terei de guardar a minha viola no saco.
Não há desculpas para o que aconteceu ontem, tal como o que já havia acontecido no jogo 4.
Não estaremos na final do campeonato nacional por culpa própria. Porque nos comportamos como um paramédico quando devíamos ter sido um serial-killer.
Bem sei que não são conceitos antagónicos mas podiam ser...
O paramédico está sempre pronto a salvar a vítima. O serial-killer não perdoa e não descansa enquanto esta não parar de respirar.
Usarei uma metáfora para não ser demasiado cáustico na análise.
Foram incontáveis as vezes que o ABC esteve 'morto'. Incontáveis foram também as vezes que o Sporting paramédico se prestou a reanimá-lo.
Como? Falhas técnicas em cascata, precipitações incompreensíveis, falta de organização (sobretudo ofensiva) e um nervosismo que invariavelmente parte do banco quando devia ser quem lá está a controlar as emoções e a meter água na fervura.
Temos um treinador temperamental que parece perder a cabeça em momentos de pressão, ao ponto de nem usar um tempo técnico para corrigir ou alterar nada. Não falou, não corrigiu, não motivou.
A equipa é mais ou menos a mesma do ano anterior. A mesma que discutiu a final do campeonato até ao último segundo.
Espero que os responsáveis tirem as devidas conclusões e projectem a próxima época com o título em mira.
Eu quero um Sporting com killer instinct e não um Sporting 'anjinho'.