O Natal é quando um homem quiser
É inevitável que os miúdos liguem o Natal aos presentes. Há décadas que assim é e já não é muito fácil associar a época apenas à reunião familiar e muito menos às tradições religiosas.
Não que eu não tivesse presentes no Natal mas nem sempre eram essas as surpresas por que mais esperava.
Sou Sportinguista muito por influência do meu pai mas talvez mais ainda pelo meu avô paterno, que era um apaixonado por tudo aquilo que o fazia sentir-se feliz: o Sporting, as festas da terra e as férias de verão na praia.
Coisas simples mas, no fundo, as que mais nos fazem felizes.
Mas não era no Natal que eu mais esperava pelo presente do meu avô.
Uma vez por ano (normalmente) ele saía numa excursão em Portugal. Ia, passeava mas não voltava sem uma prenda para os netos.
Sei que se esforçava especialmente na minha. Tinha de ter a ver com futebol e, sempre que possível, associada ao Sporting, o amor comum que nos fazia vibrar e sofrer, mais a ele que a mim, dada a inocência da infância.
Uma bola ou uma camisola comprada na feira faziam os meus olhos brilhar.
A bola que durante os primeiros tempos não se usava na rua, por pena de agastar o símbolo da nossa paixão mas depois demorava um mês a estragar no alcatrão, muitas vezes sozinho contra uma parede ou a camisola que usava até para dormir, de tão hipnotizantes que eram aquelas listas.
Para mim, muitas vezes, o Natal vinha em junho ou julho com a mesma magia do que se festeja em dezembro. Sempre com o verde-e-branco em pano de fundo.
Feliz Natal a todos e, se puderem, façam as crianças felizes com algo verde-e-branco. É isso que eu mais recordo, quase 30 anos depois.
Boas festas!
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