O adeus: três anos de Jesus
Três anos e dois títulos menores depois, o Sporting e Jorge Jesus seguem finalmente caminhos distintos.
Uma supertaça (no primeiro jogo oficial ao serviço do Clube) e uma taça da Liga (esta época) são um legado demasiado modesto para tão credenciado treinador.
Nem tudo o que correu mal foi culpa de Jesus mas é impossível descartá-lo de culpas no capítulo desportivo.
Claro que o Sporting só não foi campeão em 2015/2016 por "acidente" e há até indícios graves que nos fazem reclamar uma vitória moral mas o que veio depois não deu continuidade ao que de tão bom Jesus trouxe ao Sporting o ano de estreia.
A novela da saída para o Porto no final dessa época reforçou-lhe a posição e, com o vínculo prolongado por mais um ano e aparente poder total sobre as decisões do futebol, Jesus borrou a pintura.
O Sporting começou a comprar caro e o orçamento para o futebol disparou de forma inversamente proporcional à qualidade do futebol apresentado mas, mais importante do que isso, aos resultados desportivos foram ainda mais insatisfatórios, com uma época completamente falhada em 2016/2017 e a deste ano bem longe daquilo a que obrigava o maior orçamento de sempre.
Ironicamente, a saída de Jorge Jesus acaba por ser melhor para o próprio do que para o Sporting. O momento conturbado que o clube vive colocará enorme pressão no novo treinador. Enquanto isso, JJ estará a "esfolar" milhões aos árabes, enquanto espera pelo despedimento de Sérgio Conceição.
A Jesus, obrigado pela época 2015/2016, mesmo que o título nunca venha a confirmar-se e o lamento por ter saído um ano mais tarde do que devia, embora entenda que não era uma decisão fácil despedí-lo com o Porto à procura de treinador.
Obrigado também pelo respeito que, enquanto homem e líder merece pela postura neste final de época e por ter abdicado do ano que lhe restava no contrato, facilitando a saída.
O resto, bem...o resto já lá vai. São três anos de esperanças renovadas e de uma política desportiva com a qual não concordo e à qual espero que não regressemos. Três anos sem festejar nada de relevante, factor merecedor de clara e ponderada reflexão.
Por agora, mais do que saber quem sucede a Jesus, é tempo de clarificar as questões extra-desportivas, assumindo sem problemas que se avizinha uma temporada muito difícil para o Clube, na qual é impossível não assumir que o sucesso desportivo da mesma se encontra, à partida, comprometido.
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