Mau demais e a não repetir
Pouco foi o que se aproveitou da exibição da noite de ontem.
Talvez Adrien, uns rasgos de Gelson e o golo de Montero.
Se o resultado não foi bom nem a exibição convincente, o jogo terá dado para Jorge Jesus tirar algumas conclusões, embora possa ainda parecer cedo para o fazer.
Foram demasiados erros defensivos, demasiados jogadores em sub-rendimento e uma falta de dinâmica inacreditável.
Se é verdade que os russos vinham com a lição bem estudada, não é menos verdade que nós falhamos ao executar a nossa.
Rui Patrício falhou pela primeira vez esta época, tendo estado mal no lance do segundo golo, onde pareceu pouco lesto e decidido.
João Pereira demonstrou o porquê de Esgaio lhe ter ganho o lugar.
Jefferson foi o que tem sido na maior parte das vezes: desconcentrado a defender e inofensivo no apoio ao ataque.
Tobias foi uma nódoa. Podia ter sido expulso e não fica bem na fotografia em nenhum dos três golos.
Paulo Oliveira deixou-se afectar pelos erros em catadupa dos colegas de sector mas foi o menos mau de entre todos.
Adrien foi o melhor em campo do Sporting. Não foi por ele que perdemos e dificilmente perderíamos se todos os outros se tivessem entregado ao jogo como ele fez.
Aquilani foi um dos piores em campo e falhou completamente na tarefa que lhe estava atribuída. Foi terrível numa das suas melhores qualidades: o passe.
Gelson tentou, tentou mas não deu para mais. Teve pouco apoio e o que João Pereira lhe deu não foi o melhor.
Mané não esteve muito bem e escondeu-se em demasia. Não soube procurar o centro do terreno e enfiou-se em demasia em cima dos avançados. Fez a assistência para o golo de Montero.
Teo Gutierrez foi demasiado inconsequente, lento de processos e até um pouco trapalhão (algo que nem é normal nele).
Fredy Montero não foi, até ao golo, melhor do que Teo mas depois daquele golão e de um ou outro passe a rasgar a defesa, parecia ser o mais confiante em campo. Acabou substituído e a equipa piorou.
Slimani não foi mais do que um pino na cabeça da área. Ninguém o soube servir com o intuito de aproveitar o seu jogo aéreo.
Bryan Ruiz não entrou com a objectividade que se lhe pedia. Prendeu demasiado a bola, foi lento e pouco objectivo.
André Martins substituiu Aquilani num momento em que pouco já parecia ser possível retirar do jogo. Rematou com perigo à baliza dos russos e, não tendo sido muito dinâmico, acertou quase todos os passes.
No global, os laterais não tiveram a capacidade ofensiva que deviam e todo o jogo da equipa se ressentiu disso pois, no nosso modelo, a subida dos laterais é fundamental para os apoios ao meio campo e ataque. Aquilani não teve a capacidade para ser o organizador de jogo e a quantidade de passes falhados desequilibrou a equipa demasiadas vezes. Os erros no início da nossa transição ofensiva e na transição defensiva foram mais que muitos, ao ponto de me ser impossível enumerá-los todos.
Face a isto, não há estratégia que valha ao treinador.
Jorge Jesus escalonou mais ou menos o 'onze' que eu escolheria. Deu algumas oportunidades e a maioria desiludiu, dando razão ao porquê de não serem opção inicial. Tobias não jogará tão cedo e João Pereira idem.
Mas se não errou ao escolher o 'onze' o mesmo não se pode dizer da leitura de jogo do 'mister'.
Aquilani devia ter sido o primeiro a sair e, no máximo, ao intervalo devia ter ficado nos balneários. Pedia-se a entrada de um médio que fosse mais seguro no passe e mais rápido a fazer os equilíbrios defensivos, que estavam a sobrar todos para Adrien. Eu teria escolhido André Martins.
A dupla substituição é compreensível mas retira de campo as peças erradas. Montero estava confiante após o golo e Aquilani, visto que ainda lá estava, devia ter saído de imediato.
A alteração de Mané por Ruiz poderia ter sido feita quando foi feita a de Aquilani por Martins.
Por certo, a equipa não repetirá os erros na próxima segunda-feira mas fica o aviso.
Nem sempre se joga mal e se sai vitorioso e é já tempo da equipa apresentar alguma evolução no nível exibicional.