Jorge Fonseca de ouro
O "engano" do título foi propositado. Não tive a oportunidade de acompanhar a prova de Jorge Fonseca em directo e foi com grande satisfação que só esta noite soube de mais uma medalha, um ano após a última em provas do World Tour (Paris, a 12 de fevereiro de 2017).
A medalha foi de bronze mas a prestação foi de ouro. Com Jorge Fonseca há sempre espectáculo garantido. Não sou um expert em judo mas sou um apaixonado pela técnica que a modalidade exige e o espectáculo que nos proporciona. Neste aspecto, arrisco dizer que nenhuma prova de Jorge Fonseca defrauda as expectativas que a espectacularidade da modalidade sempre mantém elevadas.
Foram quatro vitórias, todas por ippon em cinco combates, sendo que o combate perdido nos quartos-de-final foi o mais equilibrado, onde Fonseca dominou a maior parte do tempo, tendo perdido por um waza-ari, a menos de trinta segundos do final.
O resto? Bem, o resto foi espectáculo puro e duro do melhor judoca português da actualidade. Atenção que Fonseca não é um "tipo" qualquer no panorama do judo internacional. Fecha o top 10 da sua categoria (-100kg) e é um orgulho que seja português (nasceu em São Tomé e Príncipe), mais ainda por representar o Sporting Clube de Portugal que, recordo, é medalha de bronze nos campeonatos europeus de clubes (Golden League).
Voltando à prova em questão, o Grand Slam de Düsseldorf, na Alemanha, Fonseca venceu o primeiro combate em 2'50'', após uma verdadeira perseguição constante ao romeno Ionut Vasian. O segundo combate terminou em apenas 13 segundos, sendo que o atleta do Sporting levou o italiano Giuliano Loporchio duas vezes ao tapete em tão curto período de tempo. O terceiro combate é o dos quartos-de-final, já acima relatado e que levou Jorge Fonseca para a luta pelo bronze, via repescagem.
Apenas o ucraniano Anton Savytskiy separava o português do combate pelo bronze e, após algumas dificuldades com a "pega", assim que conseguiu apanhar o adversário, seguiu-se mais um espectacular ippon.
O combate pela medalha de bronze traria pela primeira vez nesta competição um adversário mais cotado. O belga Toma Nikiforov é 8º do ranking mundial e Jorge Fonseca precisou apenas de 1'01'' para dar por terminado o combate, arrebatando a medalha de bronze com mais um ippon pleno de técnica e força.
Parabéns ao Jorge, parabéns a Portugal e parabéns ao Sporting que, embora não vá representado nestas competições, sempre sai prestigiado com a prestação dos nossos atletas.
Recordo que Anri Egutidze foi 5º em -81kg, depois de ter perdido os dois combates do final round, após uma fase preliminar perfeita, com três vitórias, uma delas sobre o nº 3 mundial. O combate da meia-final é crucial e Anri podia ter fechado com um ippon, que acabou por ser apenas waza-ari, tendo depois sofrido um ippon a menos de um minuto do fim.
Sergiu Oleinic (que julgo ter estado lesionado até há pouco tempo) não passou do primeiro combate (2ª ronda, em -66kg), onde teve o azar de ser emparelhado com o líder da hierarquia mundial, o israelita Tal Flicker, que só conseguiu levar a melhor no ponto de ouro, com um waza-ari, 6'42'' após o início do combate.
Fiquem com os combates dos nossos leões:
JORGE FONSECA (Medalha de Bronze)
2ª Ronda
3ª Ronda
Quartos-de-Final
Repescagem
Medalha de Bronze
ANRI EGUTIDZE (5º Lugar)
2ª Ronda
3ª Ronda
Quartos-de-Final
Meia-Final
Medalha de Bronze
SERGIU OLEINIC (Eliminado na 2ª Ronda)
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