Jamor, espera por nós
Voltaremos a pintar o Jamor de verde-e-branco. No dia 20 de maio estaremos novamente no palco mítico que desde 1945/1946 acolhe a final da Taça de Portugal. Será a nossa 28ª final, sendo que tentaremos vencer o 17º título.
Muitas vezes apontei o dedo à gestão de Jesus e à qualidade do nosso jogo mas nunca questionei a vontade, compromisso, união, garra e ambição deste grupo de jogadores.
"Homens de barba rija", com "carácter", "alma" e que têm a "sintonia e o compromisso ideal para nos fazer felizes". Usei as expressões entre parêntesis ao longo da temporada, várias vezes, nem todas na hora da vitória.
No final do jogo, Jesus reiterou tudo isto, puxando dos galões para defender os que lidera, após mais uma pergunta "venenosa". "Os jogadores são o mais importante", disse ele. É verdade!
Ninguém precisa fazer um esforço de memória para saber quem marcou os golos mais decisivos nas vitórias mais emblemáticas ou quem fez aquele corte ou defesa que, acreditamos, nos pode ter valido um jogo ou um título. Os momentos mais épicos da história de um clube ficam ligados a quem os protagonizou no terreno; o cantinho do Morais em Antuérpia, o bis do André Cruz em Vidal Pinheiro, o poker do Manel no 7-1, o Iorda na final da Taça, o Jardel em Setúbal, o Montero no Jamor... Podia ficar aqui dias a relatar momentos destes, todos eles eternizados na nossa memória colectiva.
O jogo e o resultado de ontem foi obra do trabalho dos jogadores, do seu empenho e da sua vontade de vencer. Vitória justa da equipa que melhor controlou os momentos de decisão e que voltou a não falhar nenhum dos cinco pontapés de penalti.
Foram vários os jogadores que se exibiram a um nível muito elevado, pese embora o forte desgaste. Mesmo os que não jogaram assim tão bem, compensaram com um inabalável espírito de sacrifício em prol do objectivo colectivo. Pelo golo mas não só, para mim, Coates foi o melhor em campo.
Foi um jogo com alguns pontos de contacto com a eliminatória frente ao Benfica, em 2015/16, que ganhámos no prolongamento. Essa temporada não terminou como deveria, até mesmo na taça de Portugal. Quem sabe, este ano não se faz justiça.
A imagem escolhida para ilustrar o jogo e a nossa crença e amor inabalável pelo Sporting tinha de ser esta.
Um miúdo que nunca viu o Sporting ser campeão a chorar um golo marcado. A viver o Sporting com emoção. Curiosamente conheço o pai dele, enorme leão que soube fazer aquilo que o meu pai e muitos outros milhares fizeram nos últimos 40 anos; passar Sportinguismo. Puro e alicerçado apenas no amor e na crença inabalável que os nossos valores preconizam. Esforço, dedicação e devoção que na maior parte das vezes resultou apenas em esperanças renovadas mas nem por isso menos apaixonadas.
É por meninos como estes que somos os melhores adeptos do Mundo. Confesso, arderam-me os olhos quando vi esta imagem, após o golo do Coates.
Isto só acontece porque nos passaram Sportinguismo e não canecos numa vitrina. Nós temos feito o mesmo que fizeram connosco e isso vale mais do que muitos títulos que, felizmente, também ganhámos mas nenhum destes miúdos viu.
Isto é a certeza de que temos passado aos nossos miúdos o que é o Sporting. E o Sporting é muito mais do que aquilo que se vê no nosso museu!
Venha o Boavista, que este campeonato ainda tem muito para jogar.
A publicidade neste blog destina-se apenas a fins solidários.
Sigam-me no facebook e no twitter.