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Grande Artista e Goleador

Fórmulas de sucesso

O título do post surge no plural pois não existe uma fórmula única para o sucesso.

Prova disso foram os dois jogos de ontem da Champions. Não me vou alongar muito na análise de ambos mas vou tentar transportar algumas ideias base para aquilo que gostava de ver implementado no Sporting.

É claro que Guardiola e Mourinho têm estilos próprios. Cada um à sua maneira possui uma ideia bem sucedida para as equipas que têm liderado e a prova de que o são, é que têm sido implementadas com sucesso em ambientes distintos.

Mourinho é mais pragmático e um fanático por explorar o erro adversário. Um resultadista, se é que a palavra existe.

Guardiola parece-me mais um romântico, que não deixa de explorar o erro adversário, forçando-o a errar mais vezes, através de um domínio absoluto do jogo.

É claro, pelo menos para mim, que o estilo de Guardiola é mais cansativo e exigente para os jogadores mas, em contrapartida, o estilo de Mourinho é mais falível e isso parece-me ter ficado provado ontem.

Dito isto, e olhando para o futebol do Sporting (não necessariamente o do actual momento) e a ideia de jogo que Marco Silva nos tentou 'vender', inclino-me para um estilo mais 'romântico', não necessariamente ao estilo de Guardiola e muito menos com a eficácia que o espanhol tem revelado nas suas equipas mas, ainda assim, um estilo agradável, embora ainda (demasiado) inconsistente.

Confesso que, inexplicavelmente, a equipa parece ter regredido em termos exibicionais quando, nesta fase da época, era suposto que acontecesse o oposto mas isso não me impede de tentar tirar a matriz ao futebol de Marco Silva.

- Pressão alta, na tentativa de explorar desequilíbrios do adversário.

- Posse de bola em ataque organizado, de forma paciente, à procura da melhor solução.

- Defesa em linha subida para encurtar o jogo do adversário.

- Movimentação constante com alternância entre movimentos interiores e exteriores.

Claro que para tudo isto dar certo, é necessário que os jogadores interiorizem e apreendam tudo isto.

Parece-me uma fórmula pensada para o sucesso com uma estratégia de risco, sobretudo por não se tratar de um plantel com um elevado número de jogadores de classe Mundial (como é o caso dos plantéis de Chelsea e Bayern de Munique), facto que dificulta o cumprimento da tarefa na sua totalidade.

Dá ideia que, quando os índices motivacionais estão no máximo, o plano corre bem mas que basta um pequeno problema de confiança ou mesmo algum jogador fundamental em pior momento de forma e tudo se esfuma.

Há que assumir que a estratégia apresentada nos trará, invariavelmente, dissabores mas que, bem executada, nos poderá levar ao sucesso.

Porquê?

Devido à inexperiência da equipa, sobretudo no sector defensivo, é natural que acabemos por sofrer, em média, quase um golo por jogo, logo, é obrigatório que o plano funcione no capítulo ofensivo e é aí que temos falhado de forma mais clara.

Parece uma conclusão estúpida! Sofremos golos de forma infantil e venho eu dizer que a culpa é do ataque.

Não é! O que acontece é que, assumindo que iremos falhar defensivamente (erros que devem diminuir de frequência com o passar do tempo e as rotinas criadas) devemos ter um índice de aproveitamento ofensivo bem superior.

Todos se lembram da quantidade de jogos ganhos 'à rasca' com mais de vinte tentativas de golo por jogo. Ora, é no aproveitamento das oportunidades criadas que está o cerne da questão.

Nenhum dos nossos pontas-de-lança tem um índice de aproveitamento elevado e, não tendo nós nos elementos restantes do onze habitual ninguém que amenize esse handicap, torna-se mais difícil atingir o sucesso com esta fórmula. Por isso mesmo a considero de risco. Corajosa mas com menores probabilidades de sucesso do que uma estratégia 'à Mourinho', pelo menos falando na mais importante competição interna.

Claro que é redutor dizer que com um grande ponta-de-lança seríamos campeões. Isso nunca aconteceria se o vazio de ideias que têm sido os últimos jogos se verificasse de forma continuada.

Ajudaria ter um finalizador nato, alguém que mais do que participar no processo ofensivo saiba empurrar a 'redondinha' para o fundo das redes e, no futebol actual, esses jogadores não estão ao nosso alcance, pelo que é imprescindível que a equipa seja regular (e é aqui que a rotatividade ganha importância) por forma a conseguir marcar sempre mais um golo do que os que, invariavelmente, acabará por sofrer.

Não sei o que acontecerá no final da temporada...

Não sei em que posição terminaremos a Liga nem se acabaremos por levantar o caneco no Jamor...

Não sei o que Bruno de Carvalho fará a Marco Silva...

Sei que a estratégia do treinador é arriscada mas corajosa e adequada ao nosso Clube.

Veremos se ainda irá ou não a tempo de ser a nossa fórmula de sucesso.

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