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Grande Artista e Goleador

FC Porto 2-1 SPORTING CP: Faltaram asas para voar

O título parece estúpido, pois um leão não tem asas. Na profecia bíblica dos quatro animais tem e aconteceu-lhe exactamente o mesmo que ao nosso.

"O primeiro era como leão e tinha asas de águia; enquanto eu olhava, foram-lhe arrancadas as asas, foi levantado da terra e posto em dois pés, como homem; e lhe foi dada mente de homem."

 

Foi um leão com ideias, com vontade, que soube criar condições para ser feliz mas ao qual faltou eficácia e...asas.

Asas essas que não nos deram o equilíbrio que podiam nem a imprevisibilidade que deviam.

Ao Sporting faltou que os laterais oferecessem mais equilíbrio a defender e que os extremos fossem mais ousados.

Ristovski provou porque é que continuará a ser suplente de Piccini, sempre que o italiano esteja apto e Coentrão teve muitas dificuldades com a velocidade de Marega e não só.

Esta instabilidade nas alas obrigou os centrais a apagar mais fogos que o habitual, o que fez com que nos tenhamos desequilibrado mais vezes do que é habitual (fruto da qualidade do adversário, também).

Ainda assim e mesmo sem as asas, o leão caminhou bípede e de peito feito, em muitos momentos, sobretudo impelido pela força de William Carvalho, o coração de Bruno Fernandes e a criatividade de Bryan Ruiz.

A irreverência de Rafael Leão mostra que nem sempre os mais capazes, os que fazem a diferença, são os mais experientes ou mais conhecedores do jogo. Leão marcou um golo e falhou outro (bem mais fácil que o primeiro) e tem agora pela frente uma fase de crescimento e afirmação.

 

O jogo foi dividido, com boas oportunidades para ambas as partes. Tudo se define num melhor aproveitamento dos dragões, que marcaram mais um golo que o Sporting.

Nos primeiros 45 minutos foram Bruno Fernandes e Bryan Ruiz os elementos em maior evidência, escudados por um William Carvalho.

Rafael Leão entrou para o lugar de Doumbia e pouco mais de um minuto depois, fez golo na primeira vez que tocou na bola. Não deixa de ser impressionante a incapacidade de Doumbia em ser mais esclarecido. Teve duas boas oportunidades para marcar e permitiu uma defesa a Casillas, preocupando-se mais em ganhar uma penalidade do que em finalizar no segundo lance. Eu também acho que é penalti mas Doumbia podia e devia ter-se focado em visar a baliza em vez de esperar pelo contacto de Dalot.

No segundo tempo, quando se esperava um Sporting mais afirmativo e pressionante, capitalizando o golo do empate nos descontos do primeiro tempo, o que se verificou foi uma entrada forte do Porto, que marcou cedo e se focou a partir daí em segurar a vantagem.

A partir dos 60 minutos o Sporting pegou no jogo para não mais o largar. A entrada de Montero é algo tardia e acho que se Jesus tem arriscado queimar as substituições mais cedo, a pressão nos últimos minutos poderia ter sido ainda maior.

Ainda assim, foi um Sporting em crescendo, com alguns jogadores desgastados mas uma vontade enorme de de anular a vantagem dos portistas.

Montero e Leão tiveram nos pés a possibilidade de repor alguma justiça no resultado mas não conseguiram bater Casillas, que fez a mancha ao colombiano e seguiu com os olhos o remate de Rafa por cima do travessão.

 

Exibição fantástica de William Carvalho, o melhor elemento do Sporting em campo. Enquanto teve fôlego, dominou por completo os acontecimentos a meio-campo. O último sopro serviu para Corona se amedrontar e deixar sair a bola pela lateral, o último fôlego surgiu naquela cavalgada concluída com um passe algo desviado para Bruno Fernandes. O "monstro" voltou! Para ficar, espero.

Como na profecia, o Sporting parece um reino algo frágil e o leão, fiel escudeiro do nosso império, embora sem asas e renegando o seu instinto, caminhando e pensando como um homem, segue na sua luta interior, enquanto enfrenta os seus inimigos.

O campeonato é neste momento uma miragem mas há um segundo lugar e os milhões da Champions para perseguir. Nisso, aconteça o que acontecer no que resta desta jornada, continuaremos a depender apenas de nós.

Jesus precisa neste momento que tudo lhe corra bem para que a sua liderança não saia ainda mais fragilizada. Só a conquista da Liga Europa e da Taça de Portugal lhe validarão o cumprimento do seu contrato. 

A nossa Babilónia precisa de estabilidade mas também de prosperidade e riqueza, de espírito e material.

 

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