Falemos do inevitável
No ano passado, quando nos ficámos pelo 3º ligar na fase de grupos da Liga dos Campeões e fomos relegados (injustamente) para a Liga Europa, assumi-me revoltado, triste e pouco entusiasmado com a participação forçada na Liga Europa.
Este ano, após mais um roubo (desta vez em dose dupla), o sentimento é o mesmo mas agravado por uma série de acontecimentos que deixam a certeza de que coincidências não existem.
Hoje há sorteio da fase de grupos da Liga Europa e, mais uma vez, o meu entusiasmo é pouco, para não dizer nenhum.
É sobejamente sabido para quem me segue que acho a Liga Europa a segunda divisão da Europa. A competição não é atraente, nem em termos competitivos nem financeiros, quando comparada com a Champions e não tem metade da visibilidade da maior prova de clubes europeia.
É um mal menor, dirão alguns.
Mas não deixa de ser um mal, respondo eu.
Claro que posso ver o copo meio cheio. É uma competição mais à medida do nosso nível competitivo e onde temos possibilidades de ser bem sucedidos.
Por outro lado e, assumo, é mais este o prisma pelo qual vejo esta situação, é uma competição menos atractiva para os jogadores e mais propensa a algum relaxamento competitivo pois não tem a pressão mediática e competitiva da Liga dos Campeões.
Não há um jogador no mundo que prefira jogar a Liga Europa em detrimento da Champions.
Mas, lá vai ter de ser.
Já disse ontem, em jeito de desabafo, que por mim até podíamos jogar sob protesto, com os juniores ou deixando-nos golear propositadamente. Certamente teria visibilidade e passaria a mensagem de que a falta de respeito não seria paga com profissionalismo.
Adiante...certamente iremos jogar com os melhores e fazer o melhor possível.
A Liga Europa, sendo para mim secundária, relativamente às competições nacionais (deixo de fora, por razões óbvias, a Taça da Liga) pode até ser benéfica para a nossa temporada.
Se na Champions teríamos de defrontar adversários mais fortes e não poderíamos deixar de o fazer sempre na máxima força, na Liga Europa podemos gerir melhor o plantel e o desgaste de alguns jogadores, promovendo alguma rotatividade.
Isto deixaria todo o plantel pronto para jogar em qualquer momento e evitaria a sobrecarga física que temos verificado em alguns jogadores.
E isto nada tem de desrespeitoso para com os adversários que teremos pela frente nesta Liga Europa. Há que assumir que, apesar de alguns terem valor semelhante ao nosso, a maioria está num patamar inferior e isso pode facilitar na gestão do plantel para o objectivo principal, o campeonato nacional.
O sorteio realiza-se hoje, ao meio-dia e nem sei se o acompanharei. Já agora, espero que tenhamos sorte e nos guardem os ossos mais duros para uma fase mais adiantada da prova.