Eu confio!
Esgaio, é ele o tema de hoje.
Engraçado como o azar de uns pode ser a grande oportunidade de outros e como uma espécie de patinho feio pode em pouco tempo parecer um cisne.
A discussão não é nova em desde há mais de uma época que oiço o mesmo argumento que, para muitos, é (ou era) motivo para que uma verdadeira oportunidade fosse dada ao raçudo nazareno: é difícil definir a posição de Esgaio no terreno. Não é mau em nenhuma nas não parece extraordinário em alguma.
Esta perece-me a opinião generalizada, com a qual não concordo, mas que, agora, muitos já ponderam esquecer por momentos. É que João Pereira não tem convencido e Esgaio perfila-se como o substituto para o jogo de hoje, frente à Académica, num estádio que bem conhece e onde passou metade da temporada transacta.
Ricardo Esgaio não é um virtuoso nem um excelente defensor. É baixote e não tem um porte atlético que impressione. Mas, tem a seu favor a mais importante das características que um jogador de futebol deve ter: a inteligência.
É a sua competência na leitura do jogo e a sua rapidez e qualidade na execução das tarefas mais simples que o tornam tão útil.
Fazer o passe certo na altura certa. Fechar o espaço quando o deve fazer e subir no terreno sempre que necessário.
Esgaio até parece ter tudo o que um lateral no modelo de jogo de Jorge Jesus deve ter: intensidade, resistência, jogo interior e capacidade de decisão no último terço. Não é um exímio defensor, mas pode crescer muito nesse capítulo ganhando minutos de jogo e incorporando o modelo em competição.
Não sou dos que crucificam João Pereira neste início de época mas admito que possa ser o elo mais fraco da defesa, sobretudo pela falta de velocidade que, na maior parte das vezes até compensa com um razoável posicionamento.
Ainda assim, tenho grande curiosidade para ver o que Ricardo Esgaio pode fazer como lateral num modelo em que a profundidade é tão importante. De uma coisa não tenho dúvidas, Esgaio tem qualidade e andamento para cumprir o que se lhe pede e acho que, se lhe forem dadas mais oportunidades, poderá crescer muito e surpreender. Quem sabe não temos ali o nosso Coentrão, também ele de terra de pescadores, pela qual tenho grande admiração e onde passei a maior parte das férias da minha vida.
Força, Ricardo! Eu confio em ti!