Está nas vossas mãos
Continua a apetecer-me "ensinar" o treinador, desancar nos jogadores e até apontar o dedo ao Presidente.
Continuo com vontade de dizer, vezes sem conta, que tão cedo não ponho lá os pés, mesmo sabendo-me ávido de lá voltar. Que não merecem a minha atenção, mesmo que desesperando por quarta-feira.
Isto tem uma explicação: o Sporting!
Porque é por ele que sou eterno apaixonado, porque é por ele que sofro e dele que espero alegrias.
Mas, porém, dependendo o bem-estar do Sporting de quem o representa, não posso deixar de me declarar (muito) insatisfeito com aquilo que a equipa de futebol e Jorge Jesus têm feito desde a fatalidade de Madrid.
Acabou-se a "chama", foi-se o coração, ficaram os fogachos e o amor e paixão dos que não jogam.
Não querendo ser demasiado duro, é preciso saber quais são os que vão para casa com vontade de desfazer a parede ao murro e diferenciá-los daqueles que chegam após mais um dia de trabalho.
Sim, é um trabalho, mas mexe com emoções. Com as minhas (nossas) e, alguns jogadores, sabem o que isso significa.
É a esses que peço que reúnam o grupo e expliquem, em definitivo, aos que chegaram e aos que já estavam (mas a quem ainda não caiu a ficha); isto é um Clube desportivo que, no futebol, arrasta multidões que amam verdadeira e loucamente o Rampante. Muitos colocam-no mesmo à frente de tudo nas suas vidas e o mínimo que merecemos é empenho, entrega, concentração e competência. Isso deve ser mais fácil quando, objectiva e comprovadamente temos qualidade para cumprir com estes quatro requisitos.
Bruno de Carvalho confiou em Jorge Jesus e deu-lhe carta branca para delinear a estrutura e grande parte da estratégia da mesma. Não interessa agora se esta atitude foi correcta ou errada.
Jesus é um dos mais bem pagos do Mundo na sua função e foi contratado para fazer do Sporting campeão. Para isso, viu poderes reforçados e pedidos satisfeitos.
Não há desculpas. As alternativas estão lá, as que ele escolheu, bem como as debilidades, que aparentemente este não identificou/valorizou.
Só peço que voltem a focar-se em nos orgulhar, ganhando sempre ou não. Saibam que nós, querendo vitórias, não exigimos mais que o brio profissional que vos é obrigatório, sabendo que nem sempre o vosso esforço e dedicação supera o do adversário. Trabalhem na devoção que, distintamente, falta a alguns e é essencial para que o vosso trabalho seja bem-sucedido aos nossos olhos. A glória virá por acréscimo e fará de vocês eternos, como bem viram com André Cruz na semana passada,
"A pressa é inimiga da perfeição"; "Depressa e bem, não há quem"; Nada mais errado. Está nas vossas mãos (e pés) provar que a sabedoria popular está errada, que se pode fazer bem e depressa, que se pode melhorar, obter resultados e manter o nível.
Sim, só "acordando" depressa e com um percurso bem próximo, mesmo a roçar a perfeição, a glória estará ao nosso alcance.
Falta muito. São 25 jogos em que a exigência estará no limite. Limite que vocês já estouraram na nossa tolerância. Se formos perfeitos, venceremos. Se vocês perceberem e interiorizarem o que isto significa para nós, é possível.
Não vou dizer que acredito mas, espero mudanças...para ontem. No final, pesaremos os lados da balança e ditaremos (cada um com a sua verdade) quem merece absolvição e quem é condenado no banco dos réus, sabendo que, antes disso, o destino do Presidente já estará traçado.