Daniel Oliveira dixit
Lado Bom
"A má-fé com que muitos opositores internos e externos de Bruno de Carvalho acompanharam a crise do Sporting teve algumas vantagens para o futuro. Fez com que vários coelhos saíssem das suas tocas, mostrando como estão mortinhos para que se regresse ao passado, aos negócios ruinosos para o clube mas excelentes para outros, à delapidação do património, a compras e vendas inexplicáveis de alguns jogadores, ao exército de avençados à volta das direcções, ao estado de pré-falência. Os porta-vozes oficiosos da Santa Aliança que, desde que Bruno de Carvalho se começou a bater por mudanças no futebol nacional, junta Benfica e FC Porto, mostraram como a sua queda é desejada. Mas, no sentido inverso, Bruno de Carvalho percebeu que é o Sporting e não ele que move os adeptos e os sócios. Que não é por ele que vão ao estádio, não é por ele que estão dispostos a comprar todas as guerras.
É pelo clube. E que quando ele próprio se transforma num elemento de destabilização não conta com o apoio da maioria. No apoio que têm dado ao seu presidente e no apoio que não lhe deram nos últimos 15 dias, os sportinguistas mostraram uma enorme maturidade. No Sporting não há lugar para "filipes vieiras" e "pintos da costa". Não há tropas acríticas. E isso é bom. Faz, aliás, parte da cultura do clube. Apaziguada a guerra e aproximadas as posições entre treinador e presidente, vejo a parte meio cheia do copo. Muitos dos que se mantinham calados denunciaram-se. É útil para todos percebermos que não estamos livres de alguns regressos e retrocessos. Ficou claro que não falta quem espere, fora e dentro do Sporting, pela hora da vingança para que tudo mude e fique de novo na mesma. E Bruno de Carvalho testou os seus limites e aprendeu uma lição: nem tudo lhe é permitido. Um bom banho de humildade."
Daniel Oliveira, cronista do Record na sua crónica "Verde na Bola"
Nota: Como não leio estes jornais nem 'dou' cliques nos respectivos sites, agradeço a partilha ao Álamo de Leoninamente! Obrigado!