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Grande Artista e Goleador

Coisas que me preocupam

A minha paixão sempre foi o futebol. Desde miúdo que corro atrás de uma bola e conta-me a minha mãe que era a 'redondinha' a minha paixão mesmo antes de dar os primeiros passos.

Cedo, no contacto com o desporto escolar, descobri uma paixão paralela entre muitos outros desportos que gostava de praticar: o atletismo fascinava-me. Sobretudo as provas de fundo e meio-fundo, aquelas em que obtinha os melhores resultados.

Hoje, o atletismo português não tem o brilhantismo de outrora. Temos pouco mais de um par de atletas de elite num desporto de grandes tradições no nosso país e, particularmente, no Sporting.

É estranho, como um desporto que pouco mais precisa do que umas sapatilhas e vontade de correr, saltar ou lançar, tenha regredido.

Mais estranho ainda quando no nosso país as provas de atletismo se repetem todos os fins-de-semana em todos os pontos do país.

O Sporting vive um momento em que se sente um novo fulgor nas ditas modalidades 'amadoras'. No entanto esse momento parece não ser extensível ao atletismo.

Um Clube que se habituou a formar e ter nas suas fileiras campeões nacionais, europeus, mundiais e até olímpicos parece ter estagnado numa das suas mais emblemáticas modalidades. Curiosamente, a modalidade que mais títulos internacionais deu ao Sporting Clube de Portugal.

Nomes como Manuel Faria, Carlos Lopes, Fernando Mamede, Domingos Castro, Dionísio Castro, Rui Silva, Carlos Calado, Francis Obikwelu, Manuela Machado ou Naide Gomes, fazem parte do nosso imaginário e escreveram bonitas páginas de glória.

A origem da minha preocupação veio com a convocatória para o Europeu de Sub-23, a disputar em Tallin, na Estónia.

Na maior selecção de sempre em Europeus de Sub-23, com 31 atletas, 12 mulheres e 19 homens, só constam duas atletas do Sporting.

Olímpia Barbosa e Cátia Azevedo são as únicas participantes leoninas na mais importante prova do 'velho continente'.

Este parece-me um indicador claro de que a nossa formação não viverá os melhores dias.

A disputa dos títulos nacionais deixou de ter um vencedor antecipado e, apesar de continuarmos a dominar no escalão feminino, há anos que não vencemos um título masculino. Na formação o panorama não é mais animador.

Claro que com a 'queda' do velhinho Alvalade, 'morreu' parte da mística do atletismo. Passámos a andar com a casa às costas e com o investimento no futebol, as modalidades passaram para segundo (ou terceiro) plano.

O desinvestimento foi uma realidade e parece ter também afectado a prospecção.

No entanto, continuamos a ter das mais fortes estruturas directivas. Liderados pelo Professor Mário Moniz Pereira, temos hoje como responsável máximo um dos seus discípulos. Carlos Lopes é um dos maiores símbolos da história do Sporting e o responsável máximo do atletismo do Clube.

No entanto, não tem conseguido ver reflectido nos nossos atletas o seu sucesso.

O Sporting tem, neste momento, duas atletas de elite: Sara Moreira e Patrícia Mamona. E em masculinos, os melhores valores, alguns deles símbolos de sucesso do nosso Clube (como Rui Silva ou Francis Obikwelu), estão já na curva descendente.

Urge investir na prospecção, na formação, e talvez fosse equacionável (assim que a saúde financeira o permita) construir um centro de alto rendimento, onde pudéssemos elevar a fasquia e levar novamente o Sporting ao topo do atletismo mundial.

Posso até estar a falar sem conhecimento de causa e podemos até ter em Sara Moreira uma séria candidata a uma medalha olímpica no Rio de Janeiro mas isso não deixa de evidenciar aquilo que me parece uma realidade: o atletismo do Sporting não acompanha, neste momento, o ritmo evolutivo de outras modalidades.

Como adepto apaixonado pelo Clube e como amante do atletismo, esta é uma preocupação minha e espero que possamos crescer.

Viva o Sporting Clube de Portugal! Viva o atletismo!

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