Clique
E tudo se resume a isto: o simples clique de um teclado ou rato de computador e o acto de clicar naquilo que é publicado.
Mais do que o papel, um jornal é hoje em dia aquilo que a era digital permite. O acesso fácil e imediato à informação bem como a sua fácil publicação levam a que o papel perca relevância.
E se, hoje, a informação existe em quantidade, o mesmo não pode dizer-se da sua qualidade.
Não são raras as vezes que ouvimos falar da mediocridade da nossa imprensa, desde a generalista, à desportiva.
Mais importante do que o conteúdo, importa saber a quem se dirige a informação e como ela é veiculada.
Na era do clique, tudo é lucro e há pessoas que continuam a esquecer-se dos que diariamente nos agridem, engordando as suas contas com cliques em pseudo-notícias que mais não são do que geradores de dinheiro vindo da publicidade.
Embora hajam ainda bons jornalistas (poucos), o jornalismo está pela hora da morte.
Qualquer estagiário faz o que lhe pedem e copia e cola uma coisas com uns temas sugestivos (ou nem tanto) como: "Você não vai acreditar!" ou "Acabou de acontecer no clube X!".
Tudo para que o impulso da curiosidade dê mais um clique a uma notícia oca, falsa, encomendada ou sensacionalista.
Tudo menos jornalismo e informação.
Tudo para que um clique gere o correspondente em euros para alimentar esta máquina propagandista que dia após dia nos ataca às custas de muitos de nós.
Tudo porque a sede de informação é tanta que a qualidade da mesma deixou de ser valorizada.
Tudo por um clique e uma partilha, para que um efeito cascata lhes encha os bolsos.
O mesmo se passa nas televisões. Criam-se e alimentam-se polémicas, fazem-se perguntas estúpidas e ouvem-se respostas ainda mais parvas.
E isto "vende".
Porque o público não é exigente, não contesta e colabora.
Depois, levamos com cmtv's, desportivos que desinformam e generalistas que 'noticiam' o ridículo.
Um desejo. Que todos os jornalistas criem um blogue e façam o que lhes compete, sem amarras ou directrizes: investiguem e informem.