Bryan Ruiz na Bambonera
Em Alvalade, foi Ruiz quem marcou aquele segundo golo. Não foi meio, foi mais que isso. Dois terços pelo menos, se vocês quiserem. É convosco. Mas, para mim, foi completo.
Em dois, três segundos (não contei), o bom do Bryan imaginou mentalmente o que muitos precisariam de regra e esquadro, e análise de probabilidades para decidir. Lápis segurado entre os dentes, as duas mãos à frente a imaginar a perspectiva para a obra de arte. Não precisou de nada disso. Olhou para a direita, outra vez para frente, viu Maicon a adiantar-se e susteve a respiração.
Não acredito que alguém tenha reagido de forma diferente
Ui, que grande passe!
Não pode. Se o fez não gosta disto, deste jogo.
Confesso-vos que tinha dúvidas sobre ele. E não estou a compará-lo com ninguém, ou sequer a dizer que ocupou um espaço que nunca deixou de estar preenchido. Continuo a achar que dura menos do que todos nós gostaríamos, mas até poderia aguentar apenas dez minutos se isso bastasse para mais passes daqueles.
Slimani, marcar é contigo! Eu faço o resto.
No sábado, aquele segundo golo, não foi de mais ninguém do que de Bryan Ruiz. Não deixem que a história vos engane!
Excerto de «Era Capaz de Viver na Bombonera», por Luís Mateus