Braga 4-3 SPORTING CP: Desta vez faltou-nos a estrelinha, num grande jogo de futebol
O JOGO
Um verdadeiro jogo de futebol, com duas equipas a procurar a vitória, jogadores empenhados em cumprir a estratégia dos treinadores e golos...bons golos e bom futebol, numa partida bem jogada técnica e tacticamente em que a balança pendeu mais para a eficácia dos ataques em detrimento da das defesas.
Um jogo que, pelo que fizeram as duas equipas, merecia ter sido resolvido nas grandes penalidades.
Um hino ao futebol poucas vezes visto por cá e que certos e determinados patrocinadores não mereciam pelo que não fazem em prol do nosso futebol.
OS JOGADORES
Torna-se injusto enumerar erros colectivos ou individuais quando todos se empenharam em ganhar e dar um bom espectáculo.
Claro que os nossos erraram. Os do Braga também. Mas muito do erro é provocado pela estratégia de ambos.
Não foi pelo que fizeram ou deixaram por fazer os nossos jogadores que não passámos aos quartos-de-final da Taça de Portugal. Não foi por eles que o Sporting não estará no Jamor.
Não me é fácil individualizar, pois foi o colectivo que mais se destacou.
Falo apenas de Slimani, apesar de vários merecerem menção honrosa. Nem é pelo que jogou (nem terá sido o melhor em campo), pelo golo ou pela entrega. Faço-o porque, como sabem,Slimani não é dos meus favoritos mas isso não me impede de reconhecer que é essencial nesta equipa, sobretudo em jogos como este. Nunca pensei dizer isto, mas personifica bem o lema do nosso Clube, mesmo que o faça apenas por dinheiro.
OS TREINADORES
Jorge Jesus é o melhor em Portugal e Paulo Fonseca é talvez o melhor desta 'nova geração'. Ambos montaram estratégias fortes e compactas.
Embora com ideias de jogo diferentes, ambas as equipas terão cumprido com a maioria do que lhes foi pedido.
O único ponto em que Fonseca bateu Jesus foi nas substituições.
As do treinador bracarense surtiram o efeito desejado, as de Jesus, não.
Não que a ideia não fosse boa mas porque os jogadores não me pareceram os mais adequados para os momentos do jogo em que foram lançados.
E não digo isto a frio, pois foi exactamente a ideia que tive durante o jogo. Lançar Matheus e Gelson em conjunto pareceu-me demasiado arriscado, sobretudo num jogo em que a experiência e maturidade eram mais importantes que a irreverência (pior ainda quando essa irreverência nunca sobressaiu pela positiva).
No último terço dos 90 minutos, o jogo já pedia Montero ou André Martins. Nem a entrada de Naldo foi feliz.
A ARBITRAGEM
Irrepreensível no capítulo disciplinar (o critério foi largo mas coerente), não esteve bem no capítulo técnico e acabou por ter influência no resultado.
Tanto o Braga como o Sporting marcaram 4 golos (o Sporting até marcou 5, mas já tinha soado o apito quando William rematou para o fundo das redes, ao cair o pano do prolongamento) mas foram os leões a ficar pelo caminho.
O Braga fez quatro golos legais mas um deles é precedido de uma falta clara sobre William Carvalho, que ficou por assinalar.
O Sporting fez também quatro golos legais, mas só três contaram (Slimani está em jogo no momento do passe de Ruiz, na 1ª parte do prolongamento).
A NOSSA LUTA
O jogo de ontem prova que as lutas que o Sporting tem travado, na pessoa do seu Presidente, são justas e só pretendem credibilizar e valorizar o nosso futebol.
O vídeo-árbitro teria permitido analisar em tempo real o golo anulado a Slimani e, assim, teria havido justiça desportiva.
A centralização dos direitos desportivos permitiria ver no nosso país mais jogos com a riqueza do de ontem mas, num país de corruptos e "xico-espertos", são os mais egoístas e "habilidosos" que fazem as regras.
Quando o patrocinador principal da Liga e o actual campeão nacional resolvem negociar em prejuízo do campeonato português, está tudo dito.
O NOSSO ORGULHO
Devemos orgulhar-nos todos do jogo que a equipa fez ontem. Todos lutaram e deram o melhor de si em prol do Sporting. Todos dignificaram a camisola e o equipamento que homenageia um dos nossos fundadores. Todos, sem excepção, terão ficado tristes mas de cabeça bem levantada, pois fomos briosos e competentes na maior parte do encontro.
Mais do que isto, devemos orgulhar-nos de saber reconhecer e 'parabenizar' o esforço dos adversários que nos venceram com dois golos marcados por produtos da nossa formação (Wilson Eduardo e Rui Fonte). O Braga foi um adversário à altura e não deixa de ser um justo vencedor, num jogo que podia ter caído para qualquer dos lados. Pena que tenha sido a terceira equipa a desequilibrar os pratos da balança, ainda que isso não retire nenhum do mérito dos bracarenses.
Parabéns ao Braga!
OBJECTIVOS
Foi o primeiro objectivo falhado da temporada (ainda não consigo admitir que tenhamos sido nós a falhar o acesso à Liga dos Campeões) e a única coisa que peço é a mesma atitude de ontem para o próximo domingo. Se assim for, certamente estaremos próximos de somar mais três pontos para o principal objectivo desta época.