Arouca 1 Sporting CP 3
Foi um daqueles jogos para os quais me sentia estranhamente confiante. Não me preocupei nem com a chuva, nem com o batatal, nem com o árbitro e muito menos com uma possível falta de atitude dos nossos jogadores, apesar de três destes factores se terem feito sentir.
Choveu, o batatal já tinha tido piores dias mas era, ainda assim, um batatal e o senhor do apito fez bem notar a sua presença.
Começo já por dizer que não acho que tenhamos sido prejudicados pelo senhor Jorge Ferreira. Nos lances capitais, aqueles que influenciam de forma mais directa o resultado, admito que esteve bem, embora o lance do penalti do Tobias seja um daqueles lances em que o critério do árbitro pode flutuar. O jogador tenta recolher o braço, estando nitidamente preocupado em escondê-lo atrás das costas e tem o azar da bola, ainda assim, lhe embater. É um lance nítido de bola na mão em que eu aceito a marcação da grande penalidade, embora ache que não há a mínima intenção do defesa leonino em jogar a bola com o braço esquerdo. Já nas faltas e faltinhas e nos cantos transformados em pontapés de baliza foi a habitual dualidade de critérios que faz destas arbitragens perigosos enganos para os menos atentos. Foi a típica arbitragem habilidosa.
Como disse antes, estava confiante!
Vencemos e fizemo-lo bem. Com categoria, como verdadeiro candidato ao título que somos. Fomos bravos lutadores, corremos, tivemos qualidade e até aquela estrelinha, que se diz 'de campeão'.
Foi uma primeira parte onde entrámos fortes, com Montero a visar a baliza de Goicoetchea por duas vezes e Adrien a cabecear bem perto do poste.
Veio o já relatado penalti e David Simão fez o 1-0.
Pensei para mim: mais um jogo como o do ano passado. Vamos lá ganhar isto!
Foi só esperar seis minutos...Mané...Montero...golooooo!!!! Cerrei os punhos, o meu puto olhou para mim e sorriu.
Intervalo. Tempo de dar quinze minutos de atenção ao filhote que, em 45 minutos, fez da sala um cenário de guerra.
Recomeça a partida. Adrien...ao lado! Contive um palavrão.
Foram dezasseis minutos de espera, tranquilo. Carrillo inicia a jogada...dá em João Mário que a endossa a Mané...mais uma assistência do menino e golo de Carrillo.
Está ganho, verbalizei. Desta vez, o miúdo nem se apercebeu, tal era a absorção com o que estava a fazer.
Kayembe, emprestado pelo Porto, cai na área pela terceira vez (todas elas sem qualquer falta) e eu penso: vens com ela bem estudada, sacana!
Faltam quinze minutos para os 90. Canto de Carrillo e golo de Tobias, o seu primeiro na equipa principal. E que grande e merecido golo! O puto, já ao meu colo, assusta-se com o 'goooooolo'...mas sorri novamente.
Esta já não foge, digo-lhe!
Tanaka, recém-entrado ainda ameaçou, mas as redes dos arouquenses não voltariam a abanar. Tempo ainda para Jonathan ser expulso por duplo amarelo, fruto do seu sangue quente. Era um momento de ter calma e apenas sorrir para o adversário. Mas ele é miúdo e vai aprender. A expulsão parece-me justa, embora tenha ficado um amarelo por mostrar para um dos de Arouca.
Sorrisos no campo, no banco de suplentes, nas bancadas (onde mais uma vez a onda verde marcou presença) e em muitas casas e cafés espalhados por este país e pelo estrangeiro.
Agora sim, venham os lampiões!