A união faz a força
Já aqui aflorei as coisas que não me agradam nesta equipa portuguesa mas também já tive a oportunidade de manifestar aquelas que acho que são as nossas forças.
É inegável que o modelo de jogo de Fernando Santos é básico. Espera por momentos de génio das individualidades em vez de as potenciar. Joga um futebol nada compatível com o nosso talento mas que tem sido surpreendentemente eficaz, muito pela sorte dos adversários que nos têm calhado nesta caminhada até à final.
Mas, inacreditavelmente, esta equipa uniu-se em torno de um objectivo, reforçado com uma união extrema. Guiados de forma sublime pelo carisma e liderança de Cristiano Ronaldo, é essa união em torno do capitão que parece abafar as limitações tácticas da nossa proposta de jogo.
Claro que muito do mérito desta união pertence também ao treinador que, pese embora a ideia de jogo que apresenta, teve a sabedoria de escolher um grupo de jogadores pronto para ir para a 'guerra' disposto a lutar pelo seu general, colocando em prática as suas ideias, mesmo que estas fossem a antítese daquilo que é o futebol praticado por Portugal nas últimas quase duas décadas. Além disso, fez aquilo que mais nenhum seleccionador fez neste Euro. Usou todos os 20 jogadores de campo, demonstrando que confia em cada um dos que escolheu.
Há várias formas de chegar ao sucesso e falta apenas um jogo para comprovar que a fórmula de Santos tem carimbo de marca registada.
Uma coisa é certa: ele (e o resto da comitiva) só voltam mesmo no dia 11. Resta saber se se cumpre a profecia e serão mesmo recebidos em festa.
Portugal e os portugueses já merecem.