A sorte protege os audazes...e dá muito trabalho
Já todos leram (ou quase todos) através d'A Tasca do Cherba ou d'O Artista do Dia e volto a trazer à baila o assunto.
Normalmente, o adepto vai à bola para se divertir, vibrar ou simplesmente apoiar o seu clube. Fa-lo-ão a maioria de forma desprendida de análises técnico-tácticas. Identificarão facilmente quem jogou bem ou mal mas ignorarão pormenores que, convenhamos, nem sempre são visíveis ao vivo, sobretudo porque a emoção sobrepõe-se à razão.
Quero com isto dizer que é essencial que os adeptos do Sporting (e do futebol em geral) percebam qual a estratégia e modelo de jogo de Jorge Jesus para que possam fazer uma melhor análise do rendimento da equipa.
É fácil estar no estádio e mandar o Patrício bater a bola rapidamente, pedir ao Slimani para correr para a área ou vociferar a cada troca de bola entre os centrais.
O artigo do blog francês "premièretouche" ajuda a perceber o risco a que a estratégia adoptada por Jorge Jesus expõe a equipa. Basta um erro mínimo para que possamos sofrer um golo e a exigência mental daqueles 90 minutos são um factor que deve nortear a nossa tolerância ao erro e reforçar o nosso apoio.
Por querer fazer mais e melhor, de forma ousada e eficaz, este Sporting merece o nosso apoio e alguma tolerância.
A sorte, diz-se, protege os audazes mas, diz-se também, dá muito trabalho. Até ver, não nos podemos queixar daquilo que tem sido esta temporada.
Amanhã há mais e aposto que depois desta leitura (e sobretudo do visionamento dos vídeos) nunca mais verão um jogo do Sporting de Jesus com os mesmos olhos. Se, como eu, gostam de viver o jogo no estádio, revejam-no em casa sempre que possam.
A cultura futebolística refina a cultura de adepto.