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Grande Artista e Goleador

Uma nova paixão

Não foram as vitórias, a modalidade em si, nem as 'picadinhas' que aguçaram o meu interesse pelo hóquei.

Foi o espírito de entreajuda e união daquela equipa, a simbiose perfeita que se foi criando entre todos e com os adeptos, o alimentar de um sonho que parecia impossível aos olhos de todos e no qual eles acreditaram mais do que ninguém.

Pesem embora alguns resultados a nível interno aquela equipa foi demonstrando com o passar do tempo que tinha a fibra dos campeões.

Como disse, não foi o meu interesse especial pela modalidade que aumentou mas sim o meu respeito e admiração por aqueles que, quase no final da época, acabaram por me dar uma das maiores alegrias que me lembro enquanto Sportinguista.

Esta semana, o Jornal Sporting revisita o passado da modalidade e, quem sabe, talvez a hegemonia da década de 70 (com vários momentos altos nas seguintes) possa ter paralelo com os tempos actuais.

Além disso, o Sporting deve, num aspecto muito particular, ser um caso, se não único, muito perto disso em todo o Mundo.

Não haverão muitos Clubes que, com apenas 7 títulos nacionais do primeiro escalão, tenham já conquistadas 6 provas europeias.

O Sporting tem, para além dos já enumerados 7 campeonatos nacionais, 4 taças de Portugal e 1 Supertaça (para além de alguns títulos em divisões inferiores). Foi o primeiro clube nacional a vencer a Liga Europeia de Hóquei em Patins, à qual junta 2 taças CERS e 3 taças das taças.

Somos um gigante da modalidade em Portugal à espera de viver novamente as glórias do passado.

Ontem, e depois de já ter ganho o primeiro jogo de preparação por 5-1, a equipa de Nuno Lopes voltou a golear por 4-0, desta vez à equipa da Física, no seu jogo de apresentação aos sócios.

Espero que sejam bons prenúncios para uma época em que estarão em jogo 5 troféus (Supertaça, Supertaça Europeia, Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Taça CERS) e em que espero voltar a exibir o orgulho por este grupo fantástico de trabalho.

E, já agora, porque não recordar o momento alto da época 2014/2015 que, espero, seja apenas história no final desta que agora começa.

Agora, peguem no stick e continuem a escrever a vossa, a nossa, história.

Um exemplo

André Pimenta, jogador do hóquei patins do Sporting, este ano no Turquel, falou ao Jornal Sporting sobre os 12 anos de leão ao peito e de como foi difícil a caminhada até ao sucesso que foi a temporada passada.

O centro da conversa foi o pavilhão da Casa do Gaiato, a casa principal do hóquei do Sporting, desde os primeiros anos após a reactivação da secção.

"Tinha começado na Amadora, mas assim que abriram os treinos no Sporting ofereci-me por ser o Clube que é, apesar de na altura não ter bem a noção da realidade, pois era um 'cachopo'."

"O primeiro impacto não foi fácil. O pavilhão, apesar de ainda ser um 'barracão', está bem melhor do que estava quando fomos para lá. Os pais iam construindo algo mais e melhorando as condições, Verão após Verão. Foram os pais dos atletas que construíram as bancadas, puseram as tabelas, puseram o cimento do piso, pintaram as paredes, também limparam muitas 'caganitas' de pássaros, por exemplo, os balneários também eram bem mais pequenos."

Sobre o facto de o Sporting ter tido sempre equipas competitivas, André disse algo que, certamente, todos identificamos como motivo de orgulho, não podendo deixar de sorrir quando nos colocamos nesta posição, enquanto miúdos: "É quase impossível recusar um Clube com a grandeza do Sporting. A falta de condições ultrapassa-se. Chegamos à escola e dizemos que jogamos no Sporting, ninguém quer saber onde são os jogos. Isso é secundário para um miúdo, a camisola importa mais."

Ex-capitão de todos os escalões por onde passou, mesmo sem equipa sénior no Clube, não abandonou o barco: "Queria fazer crescer o projecto. Sentia que era parte integrante dele e era eu que o tinha de fazer crescer, em vez de ser o projecto a crescer para eu chegar lá. Com isto, deixei a minha imagem na história do Clube."

O Gaiato é uma lição de vida e de humildade para quem tinha de viver com aquela realidade. Pimenta recorda: "Víamos miúdos que não tinham nada e isso obrigou-nos a crescer. Lembro-me do Marco, que não tinha pais, do David Tavares, que chegou a jogar hóquei, era bom jogador, mas é melhor ainda a jogar futebol e está actualmente no Sporting, do próprio Dário que o Engenheiro Gilberto adoptou e que também joga hóquei. Lembro-me dele empoleirado nas árvores em redor do pavilhão, com uma faca de tirar manteiga. Eram miúdos que iam ver os nossos jogos e treinos e a seguir invadiam o rinque para jogar futebol. O Bebé, que jogou no Manchester United, também estava lá. Eram imensos e muitos deles, felizmente, conseguiram melhorar as suas vidas."

No entanto, Pimenta confessa que tem de ser um local a "desaparecer para bem do Clube", pois "têm de haver mais condições para os miúdos futuramente."

Infelizmente o aumento da competitividade da equipa leonina, levou à sua saída. Não sei se voltará a ter espaço no plantel mas espero que sim. Pelas qualidades técnicas, de liderança e humanas. O André é dos nossos e faz parte de um dos momentos mais belos da história do nosso hóquei em patins

Teremos de aguardar

O prometido é devido, já cantava o Rui Veloso em mais uma letra do inevitável Carlos Tê.

Infelizmente assim não foi. O Jornal Sporting faltou ao prometido e, ao contrário do esperado, não publicou o quadro com os valores das transações de jogadores deste mercado de Verão.

Assim sendo, também eu faltarei ao prometido e deixarei o anúncio dos mesmos para quando estes forem públicos, espero eu, no Jornal da próxima semana, tendo desde já a certeza que motivos de força maior terão deixado o anuncio para a próxima edição.

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