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Grande Artista e Goleador

SPORTING CP 0-0 FCSB: Faltou qualidade e ambição ao leão

De há uns anos para cá que nos "vendem" a imagem de um Sporting ambicioso, rigoroso e exigente.

Os Sportinguistas, de um modo geral têm ajustado os seus parâmetros de exigência para um nível mais elevado. O fraco nível de exigência a que nos tínhamos habituado advinha, naturalmente, do baixo nível de exigência que as anteriores direcções colocavam no seu próprio trabalho e no trabalho dos que serviram o Clube, nas mais variadas funções.

Nós, acredito que mais como mecanismo de defesa do que como forma de estar, moderámos também o nosso nível de exigência para atenuar os níveis de frustração.

Foi isso que manteve a paixão acesa e que permite ao Clube continuar a crescer em apoio, mesmo sem um suporte de sucesso desportivo no futebol.

 

Bruno de Carvalho sempre nos pediu exigência. Exigência que fomos trabalhando ao longo dos dois primeiros anos de mandato, em que tivemos de viver com uma realidade diferente da actual e onde, mesmo assim, conseguimos equilibrar o nível real da nossa "estrutura" com resultados mais ou menos de acordo com a exigência pedida.

A primeira época de Jesus veio colocar a exigência no máximo. Verificámos que era possível voltar a lutar pelo título (pese embora algumas "particularidades" do futebol português) e que, com um treinador do nível de Jesus, podíamos esperar o máximo.

Ora, se podemos esperar o máximo, temos de exigir o máximo. Este ano, após um ano mau, o mínimo que podemos exigir é o máximo.

 

O início de 2015/2016 também não foi famoso e depois embalámos para uma excelente época mas, se nesse ano começámos embalados pela conquista de uma Supertaça e com a atenuante de termos sido eliminados da fase de grupos da Champions com um verdadeiro roubo, este ano começamos com o espectro da temporada passada totalmente falhada e com uma abordagem ao playoff da Champions onde somos claramente favoritos (ao contrário do que aconteceu há dois anos).

 

A nota introdutória é longa mas necessária, até porque nem vou falar muito do jogo propriamente dito. 

Jorge Jesus começou na antevisão do jogo a fazer o oposto daquilo que nos têm exigido. Colocou a exigência em níveis pouco aceitáveis, relembrando que somos o "cinquenta e três" da Europa (por culpa dele, faltou dizer). 

Avançando já para o final do jogo, voltou a chutar a exigência para canto, dizendo que o Steaua é do nosso nível e que o Sporting jogou muito bem.

Reparem os menos atentos que, independentemente do resultado, rara é a vez que o Sporting de Jesus não joga muito bem (nas palavras do próprio), mesmo que a maioria dos adeptos vejam que não jogámos um peido.

 

Dica, o treinador do Steaua, disse que viu o jogo com o Vitória FC. Jesus fez-lhe a vontade e apresentou exactamente a mesma equipa, com a excepção de Coentrão, cuja entrada parece ter sido fruto da "pressão" externa, ocasionada pelas palavras do próprio Jesus, que mais uma vez meteu os pés pelas mãos na véspera do encontro.

 

Ficou evidente para qualquer adepto de futebol com uma cultura média do jogo que o Steaua não só não está ao nível do Sporting como deve aproximar-se do nível do nosso anterior adversário e da maioria das equipas que defrontamos na nossa Liga e a quem temos sempre obrigação de vencer.

O Steaua empatou em Alvalade porque o Sporting foi pouco ambicioso, pouco acutilante e demonstrou pouca qualidade, relativamente àquela que deveria apresentar e que facilmente reflectiria a diferença entre ambos os conjuntos.

Empatámos em casa como às vezes nos colocamos a jeito de empatar com o Paços de Ferreira, o Rio Ave ou o Nacional da Madeira.

No final, acabo por ter de concordar com Jesus: o Steaua está ao nosso nível. Ou esteve, pelo menos no jogo de ontem.

 

Se este é o nível de exigência que Jesus coloca a si próprio e aos seus jogadores (bem diferente daquele que coloca nos adeptos, que já criticou esta temporada), digo já que não é esse o nível de exigência que eu coloco sobre ele e os plantéis que o próprio construiu graças a muito dinheiro investido.

Bruno de Carvalho deve exigir mais ao funcionário Jorge Jesus.

Jorge Jesus deve mostrar maior respeito pela inteligência dos adeptos do Sporting, que não comem gelados com a testa nem papam conversa para boi dormir.

 

Com esta brincadeira, o Sporting, que podia estar completamente focado no jogo de Guimarães caso tivesse deixado os romenos a dançar um Manele (curioso, o nome desta dança cigana romena), vai ter de encarar o Vitória SC com os olhos em Bucareste, onde poderia ir tranquilo, apenas para gerir a eliminatória.

 

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