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Grande Artista e Goleador

A ver se hoje é o dia

Enxovalharam-nos, maldisseram-nos, vilipendiaram-nos. Disseram que não somos merecedores do lugar na final, insultaram-nos e afirmaram que o nosso futebol não justifica o título que só nós e os franceses disputaremos.

 

Sim, os franceses fizeram-no mas não foram os únicos. Um pouco por essa Europa fora, muitos o manifestaram. "Portugal não presta, não joga nada e não deve estar na final", disseram eles.

 

No entanto, lá estamos. Chegámos lá por mérito próprio. Sem brilho mas com brio. Sem espectáculo mas com entrega. Sem um futebol bonito mas jogado em equipa.

 

Sim. Uma equipa é aquilo que Portugal demonstra ser. Um grupo de jogadores unido, solidário, coeso e conduzido por uma liderança forte.

 

Podem colar-se a Fernando Santos todos os defeitos naquilo que á a nossa proposta de jogo mas nunca a sua liderança poderá ser questionada. Um líder que desde o primeiro dia assume ambição. Um líder que desde o primeiro dia acredita em si e nos seus. Um líder que crê que as suas ideias podem levar a equipa ao sucesso deve ser respeitado e elogiado.

 

Sim, jogamos pouco. Sim, temos um futebol pouco atractivo. Sim, jogamos nos equilíbrios e na expectativa. Não, não temos um modelo de jogo ofensivo e de posse. Assumimos a nossa posição e esperamos o erro do adversário para o 'matar'. Temos qualidade para o fazer e individualidades prontas a sacrificar-se para aparecer apenas no momento certo.

 

Por falar em individualidades... Impossível ignorar o outro líder. Aquele que dentro de campo se tem assumido, sacrificado, lutado em prol dos objectivos da equipa. Cristiano Ronaldo é hoje um verdadeiro capitão. Assume-se, como sempre, mas fa-lo também pela equipa. Mostra que confia nos colegas, incentiva-os, repreende-os mas luta com eles, lado a lado.

 

Sente-se entre todos uma comunhão sincera, uma união verdadeira e um espírito de grupo fantástico. Tudo o que já tínhamos em 2004 mas onde nos faltou a capacidade para atenuar a euforia. Foi o excesso de confiança que nos 'matou', o pensar que estava no papo. Não será isso que nos tirará o troféu este ano. 

 

A França, tendo jogadores de grande qualidade, não é, tal como Portugal, das melhores equipas a jogar futebol neste Euro. E também lá está. São, na verdade, equipas com algumas semelhanças e que, acredito, se vão respeitar muito dentro de campo. Os franceses acham que está no papo. Deschamps, estou certo que não acha o mesmo e não vai abrir o jogo frente a um Portugal, que afinou o processo defensivo no decorrer do Europeu.

 

Sim, começámos mal mas, se mesmo assim tivemos a felicidade de passar a fase de grupos, não nos faltou também a inteligência e perspicácia para entender o que estava menos bem. Mudámos e melhorámos. Defendemos de forma mais compacta, somos mais seguros no meio-campo e partimos melhor para o contra-ataque. Mudámos algumas peças que se têm revelado vitais e depois...há Ronaldo. E com Ronaldo em campo tudo é possível, até saltar a 80 centímetros do chão para, de cabeça, furar as redes adversárias.

 

Hoje, Portugal parará em frente a um televisor para ver se é o dia. Hoje finalmente festejaremos ou voltaremos a chorar, como no passado. Eu prefiro acreditar que podemos ser felizes e estou seguro que trabalharemos em campo para isso.

 

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